Ironia do destino

O endereço da minha analista: rua de tal, número 22.

|-| Monix |-|

Moderna?

Passei a manhã resolvendo pepinos do carro e cheguei no trabalho reclamando: “às vezes esse negócio de ser mulher moderna dá um cansaço!”
Aí o colega da mesa em frente me passou esse poemeu do Millôr. Observem o detalhe da data.

Livre Como Todos os Táxis
E no final, a verdade, irmão,
É que as mulheres,
A cada dia que passa
Mais e mais estão
Presas à libertação.
08.01.1949

|-| Monix |-|

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Cyber surto

Acontece sempre que estou longe do computador: respondo mentalmente meus e-mails, redijo posts bacanérrimos, comento as aulas da Fal. Isso sem falar que lembro das contas a pagar, telefonemas a dar, tarefas domésticas, listas de compras.
Preciso urgentemente de um japonês (ou finlandês) que invente um decodificador de pensamentos portátil, de preferência com conexão à internet, banda larga, por supuesto.
Em tempo: como você acha que este post nasceu?

|-| Monix |-|

3:30 PM

Amiga Minha


Há pouco mais de um ano eu orbitava pelo ciberespaço, sem gravidade, quando passei pelo Mothern. Gostei, encantei-me até, mas deixei uma mensagem e continuei solta e sozinha nesse mundão novo sem porteira. Foi ela quem fez contato. Foi ela que me trouxe. Foi através dela, daquele primeiro toque, que eu descobri a via-láctea completa. E então tudo ficou ainda maior, mais bonito e solidário.
Foi a melancolia que nos uniu, mas é a alegria que nos alimenta e motiva. A gente ainda não se olhou nos olhos. A gente ainda não se abraçou. Mas ela já está confortavelmente instalada no meu coração. Fique à vontade, Fefê. A casa é sua.
Ah, e tenha aniversário muito, muito feliz.

Helena Costa

3:39 PM

Nobreza Brau

Nobreza Brau

Preta chique, essa preta é bem linda
Essa preta é muito fina
Essa preta é toda a glória do brau
Preta preta, essa preta é correta
Essa preta é mesmo preta
E é democrata social racial
Ela é modal
Tem um gol que ela mesma comprou
Com o dinheiro que juntou
Ensinando português no Central
Salvador, isso é só Salvador
Sua suja Salvador
E ela nunca furou um sinal
Isso é legal
E eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu
E eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu sem ela
Nobreza brau
Preta sã, ela é filha de lansã
Ela é muito cidadã
Ela tem trabalho e tem carnaval
Elegante, ela é muito elegante
Ela é super elegante
Roupa Europa e pixaim Senegal
Transcendental
Liberdade, bairro da Liberdade
Palavra da liberdade
Ela é Neide Candolina total
E a cidade, a baía da cidade
A porcaria da cidade
Tem que reverter o quadro atual
Pra lhe ser igual
E eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu
E eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu sem ela
Nobreza brau!

(Homenagem a Laura, com uma pequena ajuda do Caetano Veloso)

2:02 PM

Ela merece

24 Junho, 2004

Ela é corajosa, ousada, não tem medo de mudar.
É uma mãe tão transbordante que precisou dividir sua experiência, e acabou multiplicando amor.
Ela fala pouco, mas quando se manifesta encerra o caso.
Ela escreve bem pacas.
Ela é linda e tem um senso de humor delicioso.
Ela tem o botequim mais bem frequentado e bacana da internet.
Ela é daquelas que olham no olho e dizem o que tem que ser dito.
Ela é daquelas que te dão um sorriso que é um abraço.
É daquelas que prestam a mesma atenção ao que diz uma criança de 3 anos e uma professora do mestrado – se valer a pena, claro.
É daquelas que não é óbvia em nada.
Daquelas capazes de te fazer rir e chorar – e você adora, em ambos os casos.
Ela é daquelas.
Ela é das nossas (graças a Deus!).

Feliz aniversário, Laura.

Las Dos Fridas

2:01 PM

Tudo tem seu preço

Eu não sou profissional de marketing, mas tenho cá minhas opiniões. E umas dúvidas meio malucas, também.
Siceramente, gostaria de entender o que leva o cara de marketing de uma marca popular, de médio porte, a gastar toda sua verba contratando a Juliana Paes, a Camila Pitanga ou a Flávia Alessandra e depois ter que se contentar com um fotógrafo meia-boca que deixa as supostas musas tão pavorosamente irreconhecíveis. Ao ponto de o diretor de arte achar necessário enfiar a assinatura da figura no layout, senão ninguém vai saber quem é.
Mas o que eu não entendo mesmo é o que faz com que Juliana Paes, Camila Pitanga e Flávia Alessandra aceitem passar por um papelão desses.
Ou melhor: eu $ei, $im.

|-| Monix |-|

Medida provisória

Acho que vou conceder um habeas corpus temporário pra Rita Lee porque eu gostei muito disso:
“A vida é uma sinuca
mas confio no meu taco
o meu borogodó
é do balacobaco”.

Helena Costa

La contestataria

Essa menina está completando 40 anos.

E já houve época em que eu pensei que era ela.

Eu devia ter uns 11 ou 12 anos, por aí. Um dia descobri numa prateleira da vasta biblioteca lá de casa um exemplar meio despencado, meio amarelado e em espanhol com as tirinhas de Mafalda, la Contestataria. Pois aprendi espanhol sozinha para conseguir ler o que aquela baixinha “arretada” tinha a dizer.

Isso foi no início dos anos 80. Mafalda falava de guerra fria, corrida espacial, guerra nuclear. Temas que, embora ainda estivessem na pauta, eram preocupações da geração anterior, com certeza. Mesmo assim, caí de quatro. Me encontrei. Eu realmente acreditei que aquela menina era eu.

Depois descobri que existiam muitas outras pessoas assim. Que é possível sentir essa insatisfação com o mundo à nossa volta, querer torná-lo um lugar melhor para se viver, e ainda assim ser apaixonada pelos quatro cabeludos de Liverpool. Criticar o que deve ser mudado, curtir o que deve ser aproveitado. Mais de 20 anos depois (nossa, como o tempo passa rápido quando a gente vai ficando velha!), ainda olho para a Mafalda e vejo um espelho.

Obrigada, Mafalda, por me ensinar a sonhar mantendo os pés no chão.

|-| Monix |-|

Não entendi

Quinta-feira, Junho 17, 2004

A revista Placar está lançando um cd com os hinos dos principais clubes brasileiros, em novas versões e arranjos, cantados por artistas-torcedores. O Bahia deu uma goleada de estrelas escalando os velhos baianos Gil, Gal, Caetano e Bethânia; restou pra o Vitória somente a Daniela Mercury. O Fortaleza trouxe o previsível Fagner numa imprevisível interpretação contida, sem vogais intermináveis e tremidas — e talvez por isso mesmo tenha rendido bom resultado. No Rio, Zeca Pagodinho declara amor ao Botafogo.

Mas a proposta não é contar apenas com medalhões. Há espaço para novidades e até ousadias, como Paula Lima, Rapin Hood, Negra Lee e Xis encarregados de recriar o hino do Corinthians. Em Minas a bola foi entregue para Samuel Rosa Skank, pelo Cruzeiro; e Rogério Flausino Jota Quest pelo Atlético. É certo que Herbert Vianna e Gabriel o Pensador não são propriamente novidade no cenário musical, mas tentam modernizar o hino do Flamengo incluindo um rap incidental. Há ainda encontros entre a ”tradição” e o ”moderno” rendendo curiosidades como Paulinho da Viola e um de Los Hermanos cantando o hino do Vasco.

Parece-me no mínimo interessante, para quem gosta de música e/ou de futebol (e eu juro que não estou levando jabá pela propaganda). Mas será que alguém pode me explicar, dentro de toda essa diversidade, qual foi a intenção de colocar o Paulo Ricardo cantando o hino do Fluminense???

Como se diz aqui na minha terra, ninguém merece. Nem o Fluminense.

Helena Costa

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