Ardendo no fogo

A Universidade Federal da Bahia enviou uma tese de doutorado, a ser defendida, para um professor que fará parte da banca examinadora. Nada complexo, um envio de Salvador para Juiz de Fora, Minas Gerais. Por uma dessas desventuras da “burrocracia”, a remessa encontrou a caixa postal errada. A tese, sobre o terreiro da Casa Branca, o mais antigo do Brasil, primeiro a ser reconhecido como Patrimônio Histórico Nacional, cujo título é “Feitiço de Oxum”, chegou à casa de uma mulher evangélica, pentecostal. Quando o professor universitário desfez o malentendido entre Correios e Universidade e conseguiu descobrir o paradeiro da tese, não pode reavê-la: ela havia sido incinerada. Não, não foi jogada fora, nem devolvida ao correio, ou mesmo esquecida numa estante. Foi quei-ma-da.
Intolerância religiosa é isso aí.

Ah, e antes que alguém pergunte, isso realmente aconteceu.

Helena Costa

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