Ontem encontrei uma mãe recém-separada, de classe média, que me disse: fiquei muito sobrecarregada depois da separação. Parece que ela nunca imaginou que estaria tão sozinha. É que por mais que o ex-marido, ou, de maneira geral, o pai da criança, se envolva, se interesse, participe, a dura realidade só as mães conhecem – o filho é da mãe. (Eu sei das exceções, eu sei.)
A BethS escreveu sobre sua experiência num grupo feminista. A partir do texto dela, me lembrei de uma pesquisa (falei sobre isso aqui no blog, em outro contexto) que indicava um número expressivo de mulheres responsáveis pelo sustento da família. No Brasil pós-urbanização, as mulheres é que vêm puxando a carroça, há anos. Em todas as classes sociais.
Então, desde anteontem tenho pensado nessa questão dolorosa. Quase todo mundo que escreveu a favor do aborto na blogsfera citou a dor de toda mulher minimamente sã ao se deparar com essa escolha dura, cruel, difícil. Sempre ouvi, a favor do direito de decidir, que “o corpo é da mulher”. Mas não é só do corpo que estamos falando. É também da alma.
-Monix-
PS – Foi difícil decidir publicar este post, que nem é tão pessoal assim. Mas sabem por quê? Me dei conta depois de pensar um pouco. Ganha um doce quem descobrir. É que é meio proibido tratar de um tema tabu como aborto falando, no mesmo texto, sobre filhos.
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