A pessoa quando quer gastar inventa de um tudo pra justificar a gastança. Eu, por exemplo, quase sempre me convenço que economizei após uma compra. Assim, ó: entro na loja e separo 3 blusas, 2 saias, 1 vestido. Faço um cálculo de cabeça de tudo aquilo, muito por alto e muito pra cima, e concluo que minha compra custará, vamos supor, uns 500 reais. Entro na fase de negociação cerebral: tenho esse dinheiro? Não. Mas se eu dividir em zentas vezes, com um cheque pré e um pra (pra daqui há um tempão)… Então eu me conscientizo de que vou gastar quinhentas pratas, paciência. Aí vou provar e o vestido não fica como eu imaginei (menos 150 reais); uma das saias parece muito com outra que eu já tenho (- 80 reais – ôba!) e uma das blusas está com um defeito(-R$ 50!!). E voilá: saio da loja satisfeitíssima porque comprei 2 blusas, uma saia e ainda economizei 220 reais!
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E tem o outro prazer que é mostrar as compras. Assim como alguns homens precisam contar suas conquistas para os amigos, algumas mulheres não se contentam em comprar, nem em conseguir uma fantástica promoção: elas precisa contar isso pra outras mulheres:
– Tá vendo essa bata? Comprei por R$9 na IpisylonZê!
– Jura?!?!
– Demais, né?
– Arrasô, menina!
Faz parte do feminino – tá bom, tá bom, não generalizo: faz parte do ritual de certas fêmeas de muitas tribos – e eu faço parte de uma delas. Porque chegar em casa com aquelas coisas ma-ra-vi-lho-sas e guardar no armário assim, sem um comentário, é a morte. Pior que isso só cair na asneira de mostrar pro marido – que não vai valorizar sua economia, não vai dar nenhum gritinho pela blusa féxion e pior, quando você falar da mega-oferta de nove reais periga ele dizer ”Tudo isso?!”. O código penal prevê pena de 1 a 3 dias de abstinência nesses casos.
Helê, num momento mulherzinha descontrol
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