…é que eu vim do Planeta Onde Coisas Ruins Não Têm Nome, por isso.
-Monix-
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É só uma brincadeira, mas diz muito sobre quem responde. A pergunta é: quais foram os 10 livros que mais marcaram sua vida?
1) A Bolsa Amarela
A idéia de ter uma bolsa onde se guardavam todas as vontades, e que essas vontades inchavam até estourar… Nossa, me identifiquei demais. Minha quedinha pelos protagonistas incompreendidos começou aqui.
2) Os 12 Trabalhos de Hércules
Monteiro Lobato é fundamental, né? Eu li esse livro várias vezes. Adorava o herói, adorava as tarefas, os mitos gregos, que conheci pela primeira vez lendo o livro. Acho que foi no Psicanálise dos Contos de Fadas (ainda estou lendo, Flávia!) que entendi melhor minha paixão pelo livro: o Bettelheim diz que é fascinante a idéia de um personagem que, mesmo sendo herói, enfrenta mil dificuldades para executar as tarefas que lhe são impostas.
3) Pollyana
A menina que tinha tudo para ser infeliz e conseguia ver sempre o lado bom de qualquer situação me encanta até hoje. Talvez esse seja o livro desta lista que mais se encaixe na proposta da pergunta: aquele que marcou minha maneira de ser. Tá, eu sei que quase todo mundo acha a Pollyana uma chata, mas pra mim ela é fundamental, até hoje, com seu Jogo do Contente.
4) O Apanhador no Campo de Centeio
Mais um protagonista incompreendido. Holden Caulfield era, para mim, o alter-ego perfeito de uma adolescência inadequada. Ele fez, na ficção, várias coisas que eu achava que queria fazer na ¿vida real¿, inclusive fugir de casa. Sendo que a vida dele tinha uma tragédia que justificava toda aquela inadequação; a minha, não. Anos depois reli o livro e tive outra sensação totalmente diferente. A cada cagada que ele fazia, eu só pensava: ¿menino, liga pra sua mãe!¿
5) As Brumas de Avalon
Esse me deu uma visão feminina, uma ótica bem diferente do mundo que eu conhecia até então. Ou melhor, eu até já namorava esse ponto de vista feminino sobre as coisas, mas lendo as Brumas consegui visualizar uma das formas de usá-lo. Eu sei, é um best-seller clichezão, mas pra mim foi super importante.
6) Memórias Póstumas de Brás Cubas
Literatura brasileira de altíssima qualidade. Nem preciso explicar, o livro fala por si mesmo. Este Machado, especificamente, me marcou por ter sido o primeiro que li. E também porque tem a melhor abertura e o melhor final de romance que eu jamais li.
7) Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
Ganhei de presente de um professor de Literatura maravilhoso. Clarice é uma revelação, ela trata a língua portuguesa de uma forma muito peculiar, escreve prosa como se fosse poesia. O livro me marcou profundamente, especialmente naquela época, aos 18 anos, em que eu estava começando a perceber o quanto a linguagem é na verdade uma visão de mundo. (Um pouco depois eu estudaria isso um pouquinho mais, na faculdade, quando arranhei a teoria da semiótica.)
8) Antologia Poética de Manuel Bandeira
Eu nem gosto muito de poesia. Mas Manuel Bandeira é O poeta. Uma das poucas coisas nesta vida que eu não perdôo foi um desavisado ter emprestado o MEU livro, com as MINHAS anotações, pra um estagiário ou sei lá quem, e nunca mais eu o vi de volta (o livro, não o desavisado).
9) Reengenharia do Tempo
Esse eu li há pouquíssimo tempo. Considero leitura fundamental. Não é ‘sociologuês’, não, é uma linguagem bem acessível, e o livro é curtinho, fácil de ler. Um bom roteiro de como deveria ser a vida, e infelizmente, não é.
10) Mothern
Nem é tanto o livro (que, por sinal, é muito bom), é mais a “experiência mothern”. Mas já que agora essa experiência virou livro, ele entra na lista, sim. E com uma posição de destaque. Porque descobrir as motherns, me descobrir uma mothern, mudou minha vida para sempre. Às vezes eu pensava que tinha mudado muito depois de conhecer o blog das mineiras. Depois, concluí que na verdade as mudanças estavam todas aqui, eu só não sabia que era possível pensar assim, viver assim, escolher assim, e encontrar um respaldo tão forte, não para os outros, mas para mim mesma. Não é que eu tenha mudado radicalmente, é que agora, finalmente, posso ser quem eu sempre fui.
Mais alguns:
* Capitães da Areia, do Jorge Amado
* As Filhas do Dr. March (ou Mulherzinhas, dependendo da tradução), da Louisa May Alcott
* A Revolução dos Bichos, do George Orwell
* O Menino Maluquinho, do Ziraldo
* Toda a Mafalda
E os seus, quais são?
-Monix-
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Notas sobre a participação num encontro ecumênico latino-americano:
* Logo na abertura, uma ciranda. Ô coisa mais brasileira, comovente, infantil, aconchegante esse negócio de ciranda. É como um código universalmente brasileiro – todo mundo sabe, conhece, já brincou um dia.
* Uma liturgia aberta pelo Povo do Santo, que solicitou – e foi atendido – que a platéia levantasse para ouvi-los cantando para os Orixás. Ah bom, agora sim, agora é comigo esse negócio de ecumenismo.
* O povo do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto conquistou a todos da organização pela delicadeza com que pediam as coisas mais simples, pela sinceridade com que agradeciam aquilo que, na verdade, era nossa obrigação. Distribuíram chaveiros, esperanças, bonés e sorrisos. E ainda chamavam o certificado de diploma. E é, pra eles é. Uns fofos.
* A discussão era sobre intolerância religiosa, mas a pessoa iniciou sua fala informando sobre uma terrível tormenta que atingiu a Guatemala em outubro. Choveu no país durante oito dias ininterruptamente, vocês têm loção do que é isso? Uma tragédia – da qual a gente nem ouviu falar. E porque a gente lê todo o dia sobre o Iraque e ou sobre Qualquerquistão que entre em guerra? Chega dar vergonha quando estamos com outros latino-americanos (si, nós também somos!) o quão pouco sabemos sobre nossos vizinhos.
* O coordenador do Eureka, um grupo que trabalha com meninos e meninas de rua fazendo um som da pesada, em todos os sentidos, agradeceu a platéia e avisou que o grupo participaria no dia seguinte da liturgia: ”Amanhã nós estaremos na mística’. Perfeito, mais ecumênico, impossível.
* Mais ecumênico que isso só o incenso que comprei na volta: incenso São Jorge.
Helê
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