Todo mundo descende de alguma família, linhagem, clã, etnia. Pois eu descendo de camelos, tenho certeza. Na outra encadernação eu fui, no máximo, dromedário. Eu penso nisso quase todo dia, quando invariavelmente me pego levando muito mais peso do que o razoável e necessário. E não adianta sair com uma bolsa pequena, que ela fica estufada feito bochecha de trompetista. Se eu não levar bolsa pode contar que vou comprar algo no caminho, lembrar de pegar um sapato que estava pra consertar ou o jornaleiro vai me vender o jornal e colocar numa bolsa. Não adianta, está fora do meu controle. São os genes (de camelo).
Ah, e claro que eu sou uma camela desorganizada, daquelas que precisa mergulhar fundo na bolsa, com vigorosas braçadas, pra achar qualquer coisa. Ganhei uma bolsa outro dia (na verdade troquei, conto em outro post) cheia de divisões e coloquei logo em uso, imaginando que meus problemas, tabajaramente, acabaram-se. Nananinanão. Eu não conseguia lembrar em qual das divisões tinha colocado a chave, em qual estava a carteira e onde raios se meteu o batom, então tive que revirar tudo a cada vez que queria pegar algo. Igualzinho as outras. Agora descobri um lugar específico pra prender o chaveiro e combinei (comigo) de botar a carteira na divisão com o zíper. Vamos por partes, como faria o esquartejador.
Helê
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