* Sábado de carnaval, o cidadão na concentração do Prazeres da Vida, o bloco Daspu, e toca o celular. Desculpe aê, pessoal, mas era um paulista:
– Fulano, tô precisando do arquivo tal.
– Pô, cara, hoje é carnaval, eu tô na rua, brincando…
– Mas eu preciso disso, é urgente!
– Tá bom, vou mandar assim que der…
– Ó, mas é urgente!
– Tá bom, tá bom, segunda-feira, dia 6 sem falta tá chegando aí…
* Por uma dessas chamadas ”coincidências” da vida, as estrelas do primeiro dia de desfile foram Maradona e Joãosinho Trinta, citados aqui na semana passada pelas surpreendentes recuperações que tiveram em 2005. Vieram celebrar na Passarela, misturando todos os posts da última semana. Adorei.
* Uma amiga me telefona às 23h50 no domingo de carnaval. Retorno a ligação meio assustada, mas ela só queria convidar para uma feijoada na casa dela na terça. É que ela estava voltando da praia, passou no Empolga às nove (bloco), tava indo pra casa e aí resolveu ligar… ou seja, tava o fuso horário do carnaval. Errada era eu, de estar em casa um hora daquelas!
* Eu vou escrever sobre isso noutra ocasião, inclusive ampliando a falange; mas que fique registrado: Jamelão cantando o samba da Mangueira aos 93 anos, com aquele vozeirão, é uma entidade, gente.
* Você fica com dó quando o carro alegórico quebra na avenida? Você não tem loção do que é estando lá: todo mundo fica tenso, sua vontade é descer da arquibancada e ir empurrar, seja que escola for. É um drama que comove todo mundo, e o desfecho, seja qual for, é sempre ovacionado pelo público.
* Pessoas, atenção: a Salgueiro é imperdoável, viu? O nome da escola é Acadêmicos do Salgueiro, o nome da árvore é um substantivo masculino (taqui o Houaiss que não me deixa mentir), eu não sei de onde certas pessoas (digamos, não-cariocas, pra não dizer que eu tô implicando) tiraram isso, que chega ofende os ouvidos!
* Gente, vamos combinar: o bigode do Max Lopes é o melhor adereço (ou seria alegoria) do carnaval, nénão?
* Sabe aquele folião bêbado igual a um gambá (que, pensando bem, eu nem sei se bebe) e fica ali, se mexendo sem sair do lugar, simulando um movimento que nem ele sabe qual é? Pois é, funciona que nem tubarão: se parar afunda.
* Eu saí de Frida Kahlo. Tranças, sobrancelhas, xale. Juro. Muléstia a parte, foi um sucesso.
* Pai, eu blasfemei: cheguei a dizer um dia que não gostava de carnaval. Não sei onde que eu tava com a cabeça, juro. Como diria mestre Cartola, ‘Sim, deve haver um perdão para mim/senão nem sei qual será o meu fim’.
Helê
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