Oscarices

* Porque alguns jornalistas precisam dizer que Brokeback Mountain é um filme sobre ”o amor entre dois cowboys gays”? Não é meio redundante? Será a necessidade de ressaltar, pra evitar qualquer equívoco, que só (e somente quando!) um homem é gay pode amar outro? Eu posso estar viajando, admito. Mas será que falariam, por exemplo, ”a história de amor entre duas mulheres lésbicas?” Sei não.

* Cara, que patriotada imbecil o Rubens Ewald Filho dizer ”Ganhamos!” quando a Rachel Weisz foi premiada. Ah, fala sério! Se situa, Ru!

* Amei o bom humor e a cara de pau da Corinne Marrinan, que agradeceu à Academia por colocá-la ao lado do George Clooney no almoço dos indicados. E a carinha que ele fez pra câmera?! Meus sais, por favor!

* Um dos momentos mais engraçados e bacanas foi a montagem de trechos de filmes de cowboy que, fora do contexto, eram mais gay que as duas horas do filme do Ang Lee. Trechos como uma machão daqueles dizendo: ”Isso fica entre eu, você e o cavalo”. Hilário!

*Momento féxion:
– O laço do vestido de Charlize Teron foi tudo nessa vida, numa noite de muitos pretos – ainda que nada básicos. Aliás, o vestido todo,vamocombiná, a megera arrasô.

– Ninguém convidou a Cher? De quem é que a gente vai falar mal?

– Ah, já sei, da Naomi Watts usando um vestido cor-da-pele-dela– ô coisa mais sem graça! A Nicole (Kidman, claro) já tinha feito isso um tempo atrás; ontem foi de branco também xôxo. Tá, o vestido é lindo, mas branco sobre branco? Me poupe!

– Viva dona J-Lo de verde exuberante!

– Catherine Keener – que eu aliás acho linda – não podia ter penteado o cabelo, gente? O Tim Burton, tudo bem, que ele é muderno. Aliás ele e a mulher, que cujo cabelo é tão estranho e alto quanto, só que ainda tinha laquê na casa deles quando ela arrumou.

* Fiquei tentando fazer uma analogia (maluca, claro) entre a apuração do desfile das escolas de samba e o Oscar. Quem não têm nada a ver, exceto pelo fato de acontecerem uma vez por ano, começarem de tarde e serem transmitidos pela tv. Mas por outro lado têm, se você pensar na importância que tem uma e outra premiação para a cultura de cada país. O problema é que os americanos nos convenceram que aquela cultura também é a nossa (exceto quando a gente quer receberem em dólar, como eles). Por outro lado, a nossa premiação é mais transparente, a gente sabe quem julga o quê e o porquê da certas notas – embora isso às vezes revolte mais do que explique (mas isso fica pra outro).

Mas poderia ser bacana se a Liesa, a exemplo do que fazem alguns jornais cariocas, distribuísse prêmios para diversas categorias, além do principal. Você poderia ter, por exemplo, o melhor carnavalesco (Paulo Barros/Ang Lee) diferente da melhor escola (Crash/Mangueira). Claro que ia dar confusão do mesmo jeito, injustiças seriam cometidas – como também acontece lá – mas pelo menos haveria maior visibilidade e reconhecimento de um trabalho imenso e coletivo, cujos louros centralizam-se na figura única do carnavalesco.

Helê

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Curtíssimas

Curtíssimas

O Rio de Janeiro continua sendo.

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Ontem arrumei minhas fotos antigas. Nossa, já fiz muita coisa bacana nessa vida. (E pretendo ainda fazer outras tantas.)

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Sou Touro com ascendente Aquário. O que significa que, se fui uma jovem meio certinha (só meio, não toda), estou ficando, cada vez mais, uma velha totalmente porraloca. Preparem-se.

-Monix-

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