Cada Frida

Uma gosta de funk
A outra tem mestrado
Uma não dirige
A outra joga na Megasena
Uma já pegou ônibus atrás da Central do Brasil
A outra, nunca
Uma faz ponto cruz
A outra tentou crochê, mas desistiu
Uma foi bolsista na escola
A outra, também
Uma tem um filho
A outra tem uma filha
Uma é a outra
A outra, ela mesma

Las Dos Fridas

As Fridas estão embaralhadas, porque não importa. Mas a gente já percebeu que vocês adoram tentar, então quem quiser descobrir, está cheio de pistas aí pelo arquivo. Fiquem à vontade.

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Post em dois tempos

Post em dois tempos
Brokeback Mountain lado A

O maior defeito de Brokeback Mountain é a sua fama, decorrente de seu enredo insólito e iconoclasta. Portanto, a culpa não é do diretor, nem do filme em si, e o mesmo que o destaca o destrói. Achei um bom filme, mas saí do cinema decepcionada, pensando: ‘Esperava mais’. Depois, refletindo e trocando impressões*, gostei mais um pouco. Talvez “Brokeback”, mais do que qualquer outro dos indicados ao Oscar deste ano, sofra de uma espécie de síndrome de filmes muuuuito falados, sobre os quais você acaba criando expectativa enooorme – em geral maior do que eles podem suportar. E mesmo sabendo da injustiça em comparar diferentes obras de arte, ao sair do cinema eu não pude deixar de pensar que ninguém contou tão bem uma história de amor entre peões como Guimarães Rosa em “Grande Sertão Veredas”.

Mas é preciso reconhecer que Rosa encheu de som e fúria o silêncio sertanejo, o demônio na rua no meio do redemunho. Por outro lado, Ang Lee lembra sempre que pode que filmou uma história de amor entre dois homens do interior, quarenta anos atrás. Com o perdão da generalização, interior é igual em qualquer parte do mundo: as pessoas tendem a ser mais contidas, reservadas, desconfiadas até. Não se pode assistir ao filme esperando que os caras discutam a relação; e sair do armário não é uma opção.

‘Iconosclasta’ parece-me uma palavra bastante adequada para o filme. Só eu já ouvi 17 diferentes tentativas de definições de homossexualidade e 33 de viadagem de gente que gente que foi ver o filme – a maioria, como eu, Simpatizante. E depois de concluir, não sem hesitação, quem era mais ou realmente gay na história, descobre o essencial: que isso não faz muita diferença, os dois sofrem e gozam na mesma medida – ainda que cada qual à sua maneira. É que a gente, por mais simpatizante, militante ou tolerante que seja, fica querendo uma âncora, se agarrar a algum parâmetro, for Christ Sake! Colocar num escaninho certo, homem, mulher, homossexual… Quando percebe que todos são falsos, e que rótulos são só isso mesmo, frágeis adesivos na superfície de tudo, a gente pode apenas ter com-paixão por aquelas pessoas e por aquele amor.

E quando você lê que um casal de homens foi agredido a socos e pontapés em Ipanema por trocar um beijo; quando você sabe o filme foi proibido não só não na China, mas que foi retirado de um cinema em Utah e outro em Washington, percebe que a intolerância e a repressão talvez não estejam tão longe quanto pensamos – no tempo e no espaço.

*Eu evito ler críticas antes de ver os filmes, vejo apenas uma resenha breve pra saber sobre o que o filme trata. Muitas vezes recorro às críticas após o filme, buscando novos ângulos que talvez tenham me escapado. Essa aqui, por exemplo, ajudou a gostar mais do filme, além de ser muito bem humorada .

BrokeBack Mountain lado B – colheita de abobrinhas

– Eu confesso que pensei que Brokeback tinha alguma tradução, que fazia alusão a algo ou que era algum trocadilho… eu sou podre, eu sei; constatei depois de perguntar a várias pessoas e saber que não apenas não significa nada como ninguém tinha pensado numa sandice dessas.

– Também acho que o sobrenome de um dos personagens, “Del Mar”, é assim meio… meigo, parece sobrenome artístico de drag queen ou transformista. Mas tá bom, eu admito que é tudo maldade da minha cabeça.

– Mas vem cá: precisava botar o nome de um dos meninos de Ennis? Pô, ennis é pau de fanho.

Helê

Mirem-se no exemplo

Eu acho que bom atendimento é tudo nessa vida. Tá, eu posso estar exagerando, mas eu acho, paciência. Eu sou aquela capaz de fazer uma compra se for bem atendida/seduzida, aquela que retorna quando bem tratada e volta sempre, mesmo; a que é capaz de escolher um restaurante que não tem a melhor comida do bairro, mas onde o garçom vai me arranjar uma mesa em 10 minutos e ainda me pedir desculpas pelo atraso, me dando um chope enquanto eu espero. Ou um pirulito pra minha filha. Pronto, ganhou.

Isto posto, a história é que no domingo eu resolvi escrever proBlogarithm depois de alguns dias de serviço irregular, com atraso na entrega, não entrega ou falsas mudanças (se você não sabe, o Blogarithm é um serviço que informa diariamente por e-mail quais os blogues de sua preferência que foram atualizados). Pois eu escrevi uma mensagem breve, com meu inglês paraguaio, pedindo esclarecimentos, afirmando que a continuar assim eu não poderia mais indicar o serviço. Qual não foi minha surpresa quando recebi uma resposta no mesmo dia. No domingo. De alguém extremamente gentil, dizendo que meu inglês não era perfect mas era clear; pedindo sinceras desculpas, explicando as razões dos problemas e pedindo ainda um pouco de paciência; em seu favor dizia que esta era a primeira pane grave em 4 anos de serviços e deixando-me à vontade para novas reclamações.

Achei a resposta super cuidadosa e gentil, cheguei até a comentar com Monix. Respondi dizendo que qualquer má impressão havia se dissipado com o e-mail deles, que eu continuaria a usar e apoiar o serviço. Ao que eles responderam novamente, horas depois, dizendo literalmente: you made our day.

Eu quis escrever sobre isso aqui; depois achei que era paranóia de blogueira que quer fazer post de tudo. Mas quando eu lembrei que pago para o Blogarithm infinitamente menos do que para qualquer outra prestadora de serviço (como NET, Claro, Telemar e quetais) e mesmo lojas (como a a Americanas.com, que entregou uma compra que fiz com uma semana de atraso sem explicação ou desculpas) eu percebi o quanto era importante reconhecer a gentileza e atenção do Blogarithm Team – que me presta um serviço gratuito. Bom atendimento é tudo nessa vida.

Helê

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