Eu estudei na UFRJ porque meu pai cresceu em Botafogo, estudou no Andrews e na UFRJ. Ele estudou na UFRJ porque meu avô estudou engenharia no Instituto Eletrotécnico de Itajubá (turma de 1938) e trabalhou nas obras da Usina de Paulo Afonso, com a Chesf. Meu avô foi engenheiro porque meu bisavô, nascido na época da escravidão, saiu do Mato Grosso pra estudar no Colégio Militar, no Rio, onde foi primeiro aluno e tem uma plaquinha lá com o nome dele até hoje, depois formando-se engenheiro militar.
Em 1888, com 12 anos de idade, meu bisavô estudava na capital do Império, em um dos melhores colégios públicos do país, com bolsa integral, soldo e emprego garantido após a formatura.
Se, ao invés disso, nesse mesmo ano, ele tivesse sido libertado (leia-se posto pra fora de casa) com a roupa do corpo e sem nem saber ler, onde será que a cadeia de acontecimentos que foi dar na minha vida iria parar? Teria eu tido a chance de conhecer a Europa de primeira classe ou de estudar no colégio mais caro do Rio? Provavelmente, não.
Ou seja, dado que os efeitos nocivos da escravidão ainda se fazem sentir na pele dos descendentes das vítimas, não é tarde demais para serem indenizados pelo Estado.

O blogueiro Alex Castro mudou de opinião e agora é a favor das cotas para afrodescendentes nas universidades públicas. Leia os argumentos dele e saiba o porquê.

-Monix-

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