Há várias razões para querer um segundo filho (e outras tantas para não tê-lo; no fim das contas não é exatamente pelas razões que a gente decide). Mas eu dizia que entre as inúmeras vezes em que tenho rompantes de fazer outro filhote, há uma interessante: curiosidade. Eu tenho uma tremenda curiosidade para conhecer essa outra pessoa, ver como seria esta outra combinação de nós dois, o novo resultado dessa equação. Porque seria, novamente, uma mistura de nós dois, mas totalmente diferente de nós e da primeira. E esse reconhecer-se e ”desconhecer-se” nos filhos é um constante jogo de luz e sombra, surpreendente e fascinante.
Tenho uma curiosidade imensa também pela interação entre uma porção e outra, que química resultaria (ou que químicas, já que a relação entre irmãos transforma-se ao longo do tempo, como qualquer outra). Porque a gente pode desejar, trabalhar para e tentar muito criar alguém da maneira que acha bacana, e pra fazer com que os irmãos mantenham na vida prática um laço espiritual e emocional que vem de fábrica. Mas eu não tenho muitas ilusões quanto ao sucesso dessas empreitadas, no fim das contas eles serão quem vieram pra ser, e terão com a família e os irmãos a relação possível, de acordo com um monte de variáveis que a gente não controla. Então, no fim das contas eu tenho mesmo é uma curiosidade muito grande por essa outra possibilidade de vida.
Helê
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