Quinta-feira, Novembro 29, 2007

Aí o Milton Ribeiro disse que “por um mecanismo que não conseguiria explicar, mas do qual tenho convicção epitelial, digo-te que a maioria de nós é mais preconceituosa nesta idade do que depois. Eu também andava de lá para cá com meus adesivos, tentando colar rótulos em coisas e pessoas. Depois, a gente desiste pois cada rótulo está associado a um contexto e o quem é revolucionário aqui é bombeiro ali e vice-versa.”

Pois é. Eu sempre ouvi muito esse papo de que na adolescência a gente sabe tudo, e conforme envelhece vai descobrindo que não sabe nada… e agora, cada vez mais, me dou conta do quanto é verdadeira essa afirmação, do quanto a gente vai sabendo menos à medida que amadurece. A soma de todas as coisas que vimos, das experiências que vivenciamos, das pessoas com quem convivemos, das diferentes culturas que conhecemos vai se amalgamando numa dúvida permanente. A capacidade de amadurecimento está diretamente ligada à capacidade de se pôr em xeque a cada momento. Quem não tem dúvida sobre suas convicções simplesmente não cresce, fica preso ao conceito, e como diz La Otra, prefere estar certo do que ser feliz.
É como aquela história da árvore, que se enverga para não quebrar.
Meu esforço atualmente é todo para me manter inteira, mesmo que flexionada.

-Monix-

Advertisement

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

%d bloggers gostam disto: