– O que mais dificulta a compreensão nem é o sotaque, é o vocabulário. Em Portugal fechado é encerrado, estacionamento é parque, pedágio é portada, cardápio é ementa, chope é imperial, celular é telemóvel. Isso sem falar nos indefectíveis eléctrico, autocarro, comboio. Para treinar, só com muito José Saramago, Miguel de Souza Tavares, Inês Pedrosa e outros.
– Por falar em literatura, livros e CDs são caros. Só vale a pena comprar o que realmente não chegou ao Brasil, como o novo fado dos Deolinda ou os romances históricos da Maria Helena Ventura. DVDs não são compatíveis com a região do Brasil, portanto só compre se tiver um aparelho desbloqueado.
– Quem tiver tempo de pegar a estrada rumo ao norte do país pode anotar duas dicas preciosas. A primeira são as ruínas de Conímbriga, muito interessantes por mostrarem uma cidade romana com toda sua dinâmica urbana: casas, termas, o fórum, o anfiteatro… Tudo muito bem preservado e acompanhado por um museu cujo acervo inclui apenas objetos encontrados no sítio arqueológico. A outra é a aldeia de Gondramaz, na região das Aldeias de Xisto. Uma preciosidade encarapitada na serra da Lousã, com casas e ruas de pedra e, principalmente, muita paz e tranqüilidade. No final da aldeia há um restaurante que oferece hospedagem em esquema de turismo rural. Vale a pena fazer um rápido desvio caso se esteja indo a Coimbra, para um almoço numa típica aldeia portuguesa. Ou até um pernoite em plena serra. Mas não vá sem reserva, pois as instalações são pequenas, o esquema é bem caseiro e o atendimento é limitado a alguns dias da semana.
– Por fim, uma informação importante e útil para quem vai à Europa: os países membros do Espaço Schengen, com o qual o Brasil tem acordo, não exigem visto prévio, mas é necessário provar que tem meios de subsistência por um período máximo de três meses, além de seguro saúde por todo o período da viagem. A má notícia é que como não há análise prévia, o viajante pode ser recusado na entrada do país e ter que voltar para casa (mas quem cumpre esses requisitos geralmente é aceito). A boa notícia é que uma vez concedido o visto, é possível circular livremente pelos outros países, quase como se estivesse fazendo uma viagem doméstica.
Tô de volta, pessoas. Agora prometo que mudo de assunto. (Ou não!)
-Monix-
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