Bom, como sempre, houve o que comemorar e o que lamentar. Como eu prefiro, de um modo geral, look on the bright side, comemoro:
– Maluf derrotadíssimo em São Paulo
– Crivella fora do 2º turno
– Acêemezinho fora do 2º turno em Salvador
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No domingo à noite os “analistas” da Globonews repetiam à exaustão que os números de Gabeira se deviam ao fato de que as urnas dos subúrbios ainda não tinham sido computadas. Tá. Isso com 45% de apuração. Só que com 75%, o papo era o mesmo, e aí começou a pegar mal.
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Aliás, a Mônica Coringa Waldvogel entrevistou um so called especialista, que eu esqueci o nome, que começou a analisar as eleições paulistanas, dizendo que o 2º turno é uma outra eleição, que é quando se desenham as alianças… Mudei de canal. Ah, fala sério, precisa ser cientista político pra dizer isso?
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Sim, o Chico Alencar tem razão, foi uma eleição despolitizada, fria. Não se via muitos adesivos, bottons, nem se falava muito sobre eleições no Rio, a bem da verdade. Agora a coisa vai mudar de figura, acho que a candidatura do Gabeira tem potencial pra empolgar, e o outro vai pegar pesado, embora tentando fazer de conta que não. Quer ver como? A capa do Globo de hoje estampa o outro fazendo campanha e o Gabeira saindo da piscina do Flamengo, onde nadou ontem pela manhã. Nada de mais, né? É, pode ser. Mas eu achei que era uma maneira de citar a história da tanga sem citar. Ou, no mínimo, mostrar um trabalhando e o outro não.
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E eu dizia ontem pro Luba que o Gabeira conseguiu trocar a imagem de porra-louca-zona-sul pela de político sério, utilizando de modo inteligente – e incessante – o vídeo do discurso dele contra o Severino Cavalcante na campanha da tevê. Hoje de manhã o Lu dizia “É, eu acho que ninguém vai usar essa história da tanguinha, ninguém vai usar uma baixaria dessas…” Aí eu vi a capa do Globo e pensei: usar a tanga não, mas fazer uma alusão…
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Aliás, o Globo se esmera no reacionarismo, né? E vem chumbo grosso por aí, podem aguardar. A manchete do dia das eleições era uma imensa foto da favela do Vidigal e a pergunta “Quem vai dar um jeito nisso?”. Uma ode ao preconceito, não? O que é “isso”, exatamente? As favelas, os “favelados”? As favelas que se expandem pela zona sul da cidade – porque o Vidigal e não o Complexo do alemão, por exemplo? Na zona norte pode? Como é que um chamado grande jornal se refere dessa maneira desrespeitosa, pra dizer o mínimo, ao local de moradia de cerca de 20% da população carioca – e de 35% da população brasileira?
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Na Tijuca, Gabeira deu de 45% a 25% no outro. Fiquei feliz com meu bairro.
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Lembrancinha: Gabeira foi incentivado a se candidatar, e a primeira vez que ouvi falar sobre a candidatura dele foi aqui na blogosfera. Só pra registrar.
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E voltando ao post de domingo: pensei depois que eu mudei meu título quando estava grávida da minha filha; votei de barrigão no Lula em 2002 (e fui pra Cinelândia comemorar com um barrigão ainda maior). Repeti o voto em 2006, e dessa vez ela apertou o confirma e apontou feliz da vida pra máquina: “Olha o Lula, mãe, o nosso Lula!”. Domingo lá fomos nós outra vez votar juntinhas. Pensando bem, às vezes umas tradições precisam morrer pra dar lugar a outras.
Helê
Filed under: Opiniões Não Solicitadas | Tagged: eleições, política, rio de janeiro |
Olá comadre, creio que serei opinião discordante em seu blog me opondo ao seu candidato à prefeitura. Eu não tenho lido diariamente os jornais, nem assistido aos teles depois da eleição, mas pelo que venho acompanhando há algum tempo e durante a campanha, Gabeira é bem quisto na Globo (não sei se você assiste), sendo destaque no Jornal Nacional e nos teles locais (e não sei se é diferente do impresso, pois não o leio diariamente). Não fosse isto, o candidato não teria recebido da Veja o epíteto de “Exemplo de Ética” e ganho de O Globo o prêmio “Faz Diferença”, penso eu. Para além disto, pesa para mim, a aliança com o PSDB (choque de gestão!?!?)e o apoio “político” e financeiro de Armínio Fraga, seu mentor, e de Cesar Maia. É, está difícil votar no Rio, pois não defendo a candidatura de Paes, e a meu ver, nem a Globo, viu? Votei em Jandira pensando no segundo turno, mas … Por essas e outras tenho até vislumbrado a possibilidade de, no dia da votação, passar um aprazível dia em município vizinho para justificar minha ausência na eleição… mas aí é covardia, né? Coragem! Bom voto!
Ah, só para lembrar, o Lula também perdeu na Tijuca! E por último, se puderes, dê uma olhada neste link, eu nem acho que todos os argumentos são bons, mas são interessantes algumas das razões listadas pela leitora para não eleger Gabeira: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/forum/Post.aspx?id=731
Tânia, querida, a discordância aqui é bem-vinda, ainda mais feita dessa maneira, elegante e inteligente.
Desde que eu votei no Lula em 2002 apoiado pelo Sarney – pra ficar apenas em um nome – perdi o pudor em votar em determinado candidato por causa dos apoios. Falando neles, a Jandira fechou com o Paes – vc fica inclinada a votar nele por isso?
Concordo que é difícil votar no Rio, aliás já há muito tempo, mas é preciso ter coragem, como você disse, e a minha será de votar no Gabeira. Em outras eleições eu anulei meu voto sem piedade, por achar que era escolher entre 6 e meia dúzia, duas bostas. Nesse caso, não acho que os dois se igualam.
Li o texto que vc indica, e li tb um semelhante sobre o Paes, e mantenho meu voto no Gabeira, sem paixão e com restrições.
Obrigada pela visita e pelo comentário, comadre.
Helê
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Olá!
Também fico feliz em ver que o carioca está sabendo votar melhorzinho, principalmente depois de Garotinhos fariseus!
Espero que Gabeira vá pras cabeças e transforme o Rio. Precisamos.
Apareça lá no meu pedaço também.
beijos cariocas
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estas manobras são as piores. As pessoas mudam de opinião e nem sabem o porquê.
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