Neste fim de semana vi um filme muito bom e bem feito, “Mar adentro“, com o Javier Bardem. Achei que fosse me acabar de chorar com a história do tetraplégico que decide morrer, mas o diretor Alejandro Amenábar conseguiu fugir do dramalhão. Com a mesma maestria com que Bardem construiu um personagem com o qual o público simpatiza não pelo pelo óbvio (ou não apenas), mas sobretudo por sua inteligência, humor e personalidade complexa.
Mas o que digo não deve ter muita serventia, visto que eu devo ter sido das últimas pessoas a assistir este filme, lançado em 2004. Cito-o pela idéia que ele me inspirou e que, por falta de tempo e incentivo fi$cal eu não posso colocar em prática, mas ofereço aqui a quem interessar (se a sócia quiser a preferencial é dela, heim? Mas o Rosebud também pode se interessar…).
Terminada a película (tão charmosa essa palavra, não?) eu corri pra Grande Rede pra saber mais da história de Ramón Sampedro, tentando descobrir o que de fato aconteceu e o que foi licença “poético-cinematográfica”. E pensei num site – ou blogue – que fizesse isso: confrontasse as histórias reais e as adapatações do cinema, que personagens correspondem a que pessoas, quais os enxertos criados (em geral para dar ritmo à narrativa); o que ficou de fora, e até mesmo o que aconteceu a um ou outro pesonagem após o periodo retratado no fime. No filme em questão, por exemplo, soube que a amiga de Sampedro, Ramona Monteiro (a Rosa do filme), admtiu que o ajudou a morrer – sete anos depois, quando o crime prescreveu.
Certamente que a tarefa seria mais espinhosa do que parece à primeira vista – sabe-se que, em geral, as “histórias reais” têm muitas versões. E estamos falando de mais de um século de adaptações para a tela grande. Mas seria bacana poder recorrer a um site que reunisse essas informações caçadas Google afora. Quem se habilita ou me contrata? ;-)
Helê
PS: Depois de feito o post me dei conta de que talvez isso já exista, talvez em inglês. Porque na internet vale a máxima do meu amigo M. Bittencourt: “Não há o que não haja”. Se alguém souber, me desculpe e me avise.
PS2: Eu já falei antes sobre a internet como um grande “posfácio virtual”. Se interessar eu “reposto” aqui.
PS3 e chega: Em minhas buscas, achei essa brilhante entrevista de Javier Bardem.
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Christian, cê assistiu “O Declínio do Império Americano”, que é a primeira parte de “Invasões”?
Cara, isso aqui é bom demais…
Beijos
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É muito bom mesmo. Além da incrível interpretação do Javier Bardem e da cena do vôo pela janela (fantástica, quando assistida no telão do cinema), também me chamou a atenção a trilha sonora, tão legal que eu até comprei o CD. Outro grande filme (o melhor que vi nos últimos dez anos) sobre tema semelhante é “Invasões Bárbaras”, do diretor canadense Dennis Arcand. Não precisa comprar o DVD, como eu fiz. Basta passar na locadora, alugar o filme, desligar todos os telefones, pôr todo mundo para fora de casa, abrir um uísque e prestar muita atenção nos excepcionais diálogos, no roteiro e nas atuações impecáveis do elenco. Dá muito o que pensar sobre vida e morte, amizade e amor, rancores e perdões. Enfim, é do cacete.
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Com tema parecido, vi recentemente “O escafandro e a borboleta”, adaptação do livro do ex-editor da Elle francesa, Jean-Dominique Bauby, que teve um AVC e ficou com a síndrome locked in (só mexia os olhos). Ele “escreveu” o livro usando a técnica do Conde de Monte Cristo (piscava os olhos e uma pessoa ia anotando as letras “ditadas”). Gostei muito.
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ah, e acabei comprando o “Cartas desde el infierno”, o livro publicado do Ramón Sampedro, encontrado por acaso numa estaçao de trem na cidade de Aranjuez, em 2006. Maravilhoso livro. Triste. Lindo.
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Foi o meu primeiro filme com o Bardem. E fiquei tao impressionada com a atuaçao que até a cena onde ele aparece de pé, frente ao mar, acreditei que ele fosse realmente deficiente físico. Impressionante trabalho de caracterizacao. Ator excepcional.
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