Dicas

*No teatro, A farsa da boa preguiça. Tá certo que Suassuna é meio caminho andado pra uma boa peça, mas o resto do caminho é belamente percorrido por um eleco afinado e inspirado, com uma preparação corporal muitobem feita e uma encenação criativa. Excelente pedida.

*No dvd, Eu, meu irmão e a nossa namorada. Mais um caso em que o título em português joga contra o patrimônio (no original, “Dan in real life”). Não se deixe enganar, é um filme despretensioso mas divertido, uma comédia bem feita que não ofende sua inteligência e nos lembra, a nós pais,  a aprender com nossos filhos. E tem uma fala maravilhosa, dita por um menino de 13 anos:

“Love is not a feeling, it’s an abillity”

Acho que são as duas coisas e que, tristemente,  muitas vezes  abunda o sentimento e falta a habilidade.

Helê

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Até eu

Tenho um profundo orgulho do eclestimo musical que herdei do meu pai. Junte-se a ele a minha inquieta curiosidade – que me faz baixar músicas desconhecidas por causa de um título ou intérprete (e por outras tantas e  obscuras razãoes) – e então vocês entenderão porque o meu ipod é, como o futebol, uma caixinha de surpresas.

Mas ontem de manhã, até mesmo eu achei engraçado quando, antes da 7 da manhã eu ouvi em sequência “Cantigas de São Cosme e São Damião”, com Dona Edith do prato e,  “Let me try again”, com Frank Sinatra. Só no meu ipod isso  seria possível.

Helê

Ando tão à flor da pele

Estou estressada. Pilhada. A mil por hora, de um tanto que chego a me deitar exausta e mesmo assim não conseguir dormir.  

Não tem nada de grave acontecendo (pelo menos não comigo), por isso não precisam se preocupar. Só que as coisas estão difíceis, no trabalho, em casa, na rua, na chuva e na fazenda. O coração vai bem, obrigada – pelo menos alguma coisa tem que funcionar -, meu filho está ótimo, cada dia mais alegre, mais crescido, mais bacana. Tenho certeza de que ele vai ser um cara legal. Mas o dia-a-dia é que está massacrante, com suas demandas instantâneas; algumas decisões têm que ser tomadas em prazos incompatíveis com sua importância; minha saúde demanda uma certa atenção, e para isso seria necessário ter um tempo livre e uma tranquilidade de que não disponho no momento.

Eu sei que este é o ritmo do século XXI e que todos vocês têm uma vida tão complicada quanto a minha – muitos, até mais. Acontece que eu não sou assim. Não sou movida a adrenalina. Não lido bem com a correria. Não gosto de estar aqui pensando no que está acontecendo ali (ontem, por exemplo, passei a tarde numa reunião que durou 3 horas e meia sem saber com certeza onde meu filho estaria quando eu saísse de lá, durma-se com um barulho desses).

Aí quando finalmente eu consigo uma brechinha de tempo para dar uma olhada nas centenas de feeds que se acumulam no meu Google Reader, esbarro com essa pérola do Rafael Galvão:

Eu nunca acreditei em quem se diz ocupado demais para fazer certas coisas, mas sei o que é falta desse tempo interior de que o sujeito fala. Quem já passou pela experiência tenebrosa de abrir um livro e não conseguir entender as frases escritas ali porque a cabeça teima em não voltar de outro lugar sabe exatamente o que é isso.

É disso que estou sentindo falta. O tempo, objetivo e marcado pelo relógio, eu até consigo administrar. Mas esse tempo interior eu prezo demais para abrir mão dele sem reclamar. Sendo assim, lavro meu protesto: quero meu tempo de volta.

-Monix-

2 Fridas, 5 anos – ou nova contagem

Em 5 anos foram dois endereços, mais de 300 posts e quase 1500 comentários – só no uordiprez – 5 mil visitas por mês, em média; 3 corridas de rua (de uma), 3 viagens internacionais (da outra). E entre incontáveis alegrias e inevitáveis perrengues, completamos hoje 5 anos de parceria nesse que é para ambas o segundo filho, o Dufas.
Pela primeira vez em 4 anos não programamos uma festa, atribuladas que estamos. Mas isso não significa, de modo algum, que arrefeceu nossa disponibilidade pra festejar (talvez apenas nossa disponibilidade para organizar). Então, por favor, celebrem por nós, onde estiverem: brindem com uma taça de vinho em Viena, abram uma cerveja em BH; por favor, duas cocas light em São Paulo – o que se bebe pra celebrar em Nova Orleans? Comunguem conosco do nosso desejo de vida longa ao Duas Fridas, desejem uma boa empregada a ela e um bom emprego pra mim. E, se acharem que merecemos algum regalo pela data, presenteiem-nos com aquilo que a gente mais curte aqui que são os comentários, as pegadas, lembram? Deixem muitas na nossa casinha –  os fregueses e freguesas de caderno e especialmente você aí no fundão, o tímido que nunca escreve, e você também, a preguiçosa que acha que não tem nada importante a dizer. Toda palavra vale a pena e faz circular energia; nós aqui procuramos oferecer as melhores pra vocês, pintando com letras essas telinhas coloridas, despretensiosas, mas sinceras e amorosas. E o Duas Fridas só é este espaço agradável por causa do encontro das nossas palavras com as suas – sem você nós não estaríamos aqui. Gracias, muchas. E parabéns pra todos nós!
Nós, comemorando o 50º aniversário
Nós, comemorando o 50º aniversário

Pideite: com direito, claro, a trilha sonora do filósofo zen-surfista, Lulu Santos. No DufasDial.

Helê


Enquanto isso, na Sala da Justiça…

A correspondência do post aí abaixo ia rolando, e ao mesmo tempo a Helê ia preparando o post dela, aí em cima, para comemorar nosso 5º aniversário.

E depois vocês acham que a gente exagera quando fala das coincidências que rondam nossas histórias.

-Monix-

Correspondência comemorativa

26/5

Monix disse:
Helê, vc veja como a culpa é uma coisa triste. Vc aí achando que não teve resposta pq escreveu rápido demais, e eu aqui me cobrando a falta de tempo para responder (e de sequer PENSAR em escrever alguma coisa pro aniversário do blogue, que vc vem carregando nas costas há tempos).

Helê disse:
Cara, também já espremi meu cérebro e não tive uma mísera idéia para postar hoje! vou continuar espremendo, entre uma revisão e outra.

27/5

Monix disse:
Em primeiro lugar, parabéns para nós, sócia!
O Duas Fridas sem dúvida é uma das realizações mais importantes da minha vida nos últimos cinco anos – e tenho certeza que da sua também. Acho que conseguimos ir muito além do que eu imaginava no começo. O que começou como um exercício, um desafio em busca de uma escrita diferente, pessoal, emocional, uma busca pela “anágua vermelha debaixo do vestido bege”, acabou se transformando numa parceria real, não só de uma com a outra, mas também entre nós duas e os nossos leitores. Cada pessoa nova que chega me dá uma pontinha de orgulho, por saber que a gente está conseguindo fazer algo bacana, que é interessante não só para quem a gente já conhecia, nossas amigas-digitais -do-peito, mas também para muitas pessoas que a gente nunca viu e nem imagina quem é.
Essa semana fiquei pensando que quando a gente começou essa brincadeira, nossos filhos tinham um aninho, mal se equilibravam nas próprias pernas, ocupavam um espaço enorme na nossa rotina, exigiam atenções e preocupações constantes… e agora, já com 6 anos bem completados, eles estão desenvolvidos, já conquistaram alguma autonomia de voo e não precisam mais da gente o tempo todo. E nós também passamos a nos ocupar de outros interesses. Talvez o blogue esteja seguindo um caminho semelhante, talvez haja fases em que ele ocupa um espaço enorme na nossa vida; em outras, a gente olha pra outros lados, segue outros bondes, sei lá.
Mas enfim, eu só queria mesmo dividir essa emoção com você.
Acho que vc devia postar aquela foto das velhinhas que eu vi lá no rascunho, que é muito representativa da nossa parceria.
E talvez essa nossa correspondência já seja um post, né?

Helê disse:
Mais que aprovado, querida. E pára, se não eu choro (eu sei que não tem mais esse acento, mas eu não me conformo!).

Está chegando a hora

Duas Fridas

Zé Rodrix

Há algum tempo eu queria postar aqui essa canção bela e sábia do Zé Rodrix. Desde meados do ano passado, quando  li “O conto da ilha desconhecida”, do Saramago, uma pequenina pérola, a música volta e meia surgia na lembrança. Quis o destino, esse sátiro (como diz meu Rei), que eu aproveitasse  a ocasião da morte do compositor pra enfim postá-la. Ainda assim, acho que vale a pena. Para lembrar uma música antiga e meio esquecida dele. Mesmo deixando a casa do campo e indo aportar numa ensolarada ilha deserta, Zé mantém intacta a poesia e um delicioso jeito hippie de falar de felicidade.

ilha deserta

zé rodrix

Composição: Zé Rodrix

A gente precisa de pouca coisa
Pra viver feliz e sossegado
Um barco à vela, um fogão de lenha
E uma cama limpa pra deitar quando se está cansado
Todo mundo nesse mundo
Preferia estar despreocupado
Falando pouco e pensando muito
Com uma pessoinha legal deitada do seu lado
Numa ilha deserta
Onde o vento só ventasse de vez em quando
Numa ilha, numa ilha deserta
Simplesmente vivendo, e sonhando
Mas se ilhas do mundo já tem dono
E você não entende bem porque
Separe tudo que lhe faz falta
E guarde bem guardado numa ilha dentro de você

Disponível no Dufas Dial.

Helê

Ai ai ai ai

Duas Fridas

Bom finde

Helê

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