Não põe corda no meu bloco
Nem vem com teu carro-chefe
Não dá ordem ao pessoal
Não traz lema nem divisa
que a gente não precisa
que organizem nosso carnaval
Plataforma, João Bosco e Aldir Blanc
Não tocou no domingo, mas esse delicioso samba de Bosco e Blanc encaixa-se perfeitamente aos propósitos da Bloqueata, uma passeata de blocos cariocas. Não os imensos como o Simpatia (é quase amor), o Suvaco (do Cristo) ou o Monobloco, mas os pequenos, quase micro comparados aos irmãos mais velhos, que juntos formam a DesLiga de blocos. A Prefeitura estipulou que todas as agremiações tinham até o dia 31 de agosto para se cadastrarem para os desfiles de 201o; a Desliga argumenta que não é possível fazê-lo com tanta antecedência assim, e
que isso mataria a espontaneidade que é justamente o charme desses pequenos grupos – que, diga-se de passagem, garantiram alguns dos melhores momentos do carnaval passado, exatamente porque, sem estarem plenamente institucionalizados, não sofreram com o excesso de foliões que deixa outros tantos blocos intransitáveis e incurtíveis. Os organizadores não desafiam ou questionam a ordem, mas reivindicam dois pesos e duas medidas. E sobretudo pedem o diálogo, que a Prefeitura ouça e que todos se manifestem. O Dufas oferece então sua caixa de comentários à causa. Acho que eles têm razão, e o que se poderia fazer agora seria um esboço, um pré-roteiro a ser confirmado posteriormente. E você, o que acha?
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Evidentemente que as poucas centenas de pessoas que deixaram mais cedo a praia ou o almoço familiar para ir à deserta Praça XV queriam também, e muito, um bocadinho de carnaval, já que, como se sabe, uma vez por ano é sacanagem. Todo mundo queria protestar, claro, mas reivindicava também o direito a uma alegria fulgaz – afinal era um Bailão não pré, mas Pró-Carnaval. E o melhor dele, o humor carioca, esteve presente, seja em alegorias e adereços, no próprio nome do evento, ou no coro puxado a certa altura: “Ô Belchior/cadê você?eu vim aqui só pra te ver!”
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E aí a Pssoua vai ali um instantinho fazer uma breve participação política e pimba!, acaba na página 2 de O Globo. Realmente, os papparazzi estão cada vez mais insuportáveis, humpf. ;-)
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Para relembrar o samba:
Helê
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