Ainda o cinema

Saí do trabalho e fui rapidinho assistir Julie&Julia, porque depois de passar os últimos dias me deliciando com os posts da Fal, não dava para esperar a oportunidade de marcar com as amigas (namorado não iria nunca ver esse filme, nem perguntei), acertar as agendas, coordenar babás e folgas e horários de saída do trabalho e tudo isso que complica nossas vidas e nos tira a possibilidade de fazer o que realmente importa nessa vida, como por exemplo assistir a um filme sobre comida e blogues.

Em resumo: deu seis horas, fechei o computador, peguei minha bolsa, entrei num ônibus e cheguei ao Arteplex com vinte minutos de antecedência, o tempo exato de comprar os ingressos e uma porção de pão de queijo. (Aliás, cheguei à conclusão que pão de queijo é a nova pipoca – isso depois que inventaram aquela máquina destestável de fazer pipoca sem gosto, junto com a onda de bistrôs de comidinhas e livrarias instalados nos complexos de salas-metidas-a-sofisticadas. Fecha parênteses.)

É isso aí, fui sozinha ao cinema. Adoro.

Sobre o filme nem vou falar nada. Vão lá na Fal que ela é a titular desse assunto na internet brasileira, e eu não vou me meter a besta de fazer pior o que ela já fez melhor, né?

***

Só mais uma coisinha: privilégio, mesmo, é morar numa região que me possibilita ir a pé a nada menos que 18 salas de cinema, de 4 complexos diferentes. Isso é que é agregar valor* a um imóvel.

-Monix-

*Argh. Eu sei.

 

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Tarantino

Finalmente fui ver o mais novo Tarantino, aquele cujo título ganhou uma tradução muito mais legal em Portugal.

Eu sou fã do Tarantino, não é de hoje.  Mas com este “Bastardos Inglórios” acredito que ele se superou e fez um filme que verdadeiramente cria algo novo para o cinema: sem poder me explicar muito, para não estragar surpresas, posso dizer que desta vez ele levou às últimas consequências a arte de brincar com os conceitos de ficção/realidade.

E ainda acrescentou mais um item à minhas lista de Melhores Frases Finais de Todos os Tempos:

“Acho que esta é minha obra-prima.”

Eu também acho.

-Monix-

Dance/in the old fashion way

Miss Ginger Rogers and Mr Fred Astaire reposted  from carouselinparis.tumblr.com

Bom finde – com dança, charme e glamour, se possível.

Helê

In between

Estive numa festa, já faz uns anos, em que senti assim, in between. Era aniversário de uma pessoa muito querida que fazia 25 anos; então na festa tinha a galera dela, nesta faixa de idade, e os amigos da mãe dela, ali entre os cinquenta ou mais. De modo que eu fiquei in between – mais enturmada com a garotada, confesso.

No meio do papo com um surfista eu disse que antes de envelhecer queria aprender a surfar. Daí o interlocutor respondeu: “E eu quero fazer vôo livre antes dos 30!” Então me dei conta que, pra ele, eu já tinha envelhecido. Mas o mesmo cidadão me acudiu quando disse que na vida é preciso plantar uma árvore, ter um filho e publicar algo na internet. “Ué, mas não era escrever um livro?”, perguntei curiosa e já remoçada. Ao que ele respondeu: “Não, o que importa hoje é comunicar, e o mais rápido possível”.  Fingindo modéstia disse que tinha um blogue, e ele ratificou: “Então você está totalmente up to date!”.

Compreendi afinal que envelhecer é caminho sinuoso, nada linear ou previsível: a gente vira uma curva de repente se sente mais moderna e jovem do que duas ladeiras atrás; sai de um túnel e alguns anos se passaram. Interessante, emocionante, surpreendente.  Sigamos, pois.

most beautiful highway

Helê,

aproveitando um rascunho de 2 ou 3 anos atrás, que precisava mesmo desse tempo pra amadurecer e virar post.

Sacanagem

Ah, as palavras. Algumas são o que são – ou são para o que nascem, como diz o maravilhoso título daquele filme. ‘Saliência’, por exemplo. Precisa dizer mais? Não, já se sabe do que se trata. Esse era um dos sinônimos pra sexo na minha casa quando eu era menina; suspeitava que era algo vedado a nós, crianças, mas que era bom,  divertido, e transgressor. E não estava de todo errada, não é mesmo?

*

Sexo, saliência, sacanagem, safadeza: por que tanto ‘s’, meu deus? Será a sinuidade da letra, o som do fonema, ou só coincidência?

*

E ‘lúbrica’? Outra palavra que se explica por si. Ou, dizendo mais adequadamente, se desmancha por si só, porque só de ouvi-la eu deslizo. Aliás, pensando bem, tem outro grupo de palavras sacanas com ‘l’: luxúria, lascívia, libertino… Será novamente o fonema, o movimento da língua nos dentes… ou só eu delirando mesmo?

*

Falando nisso, tem a cuíca. Eu gosto do som, acho que dá um tempero saboroso ao samba, mas não posso prestar muita atenção. Começa a me dar certa aflição. Você já percebeu? Tem coisa mais safada e sugestiva que o som da cuíca? Aí um amigo que toca se pôs a me explicar a dinâmica da coisa, como se pega o couro, de que modo se tira o grave e o agudo… Nossa, piorou muito, quanto mais ele falava, mais eu pensava em sacanagem.

Helê

Desperdício

Não tem umas nigths que são assim, gente?

Helê

Família, família

Poucos meses atrás o jornal O globo publicou uma inquietante matéria sobre pais que recorrem a juízes e conselhos tutelares para estabelecer limites que eles não conseguem. Parece que o fenômeno desconhece classe social, e talvez seja mesmo complexo, muitas variáveis envolvidas. Mas por favor, não me venham dizer, nem mesmo insinuar que são as novas famílias que favorecem a falta de autoridade. Como se famílias não-nucleares por si só fossem um mal. Não, são novas tentativas de felicidades, e o que se tem hoje é mais liberdade para recusar e tentar. Do contrário, continuaríamos em 1950: famílias muito bem constituídas, reprimidas e funcionando maravilhosamente bem como matéria prima para as crônicas de Nelson Rodrigues.

Helê

Da série Infames versões

Se eu quiser fumar eu fumo

Se eu quiser beber eu bebo

pago tudo que eu consumo

com o seguro desemprego

Helê, a que não perde nem a piada nem a métrica

Campanhas natalinas

A primeira delas foi uma sugestão meio sem querer da Cris, do Quitanda: natal de quatro em quatro anos, feito Copa ou Olimpíadas. Não seria uma beleza? Aderi na hora (que a minha filha não me leia!).

**

A segunda campanha é de autoria do sempre elegante Claudio Luiz: que o alcaide determinasse por decreto que toda e qualquer decoração natalina pública só será permitida a partir de 1º de dezembro. 25 dias esbarrando em papais noéis,  bonecos de neve e pisca-piscas luxuriantes é mais que suficiente.

 

 

 

 

 

Helê Grinch

 

 

 

 


Só podia ser

Quem mais?!

(do divertido Learn something everyday)

Helê

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