Helê
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Não, yo no tengo a acuidade de mi sócia para fazer uma retrospectiva que mereça esse nome – isto é, feita nos momentos finais ou iniciais do ano, que cubra regiamente os últimos doze meses. Mas, mantendo um dos mais caros valores deste blogue que é o calabocajámorreuquemmandanessebloguesoueu, segue aqui um brevíssimo bestófi de 2009.
Shows: Toni Gostoso Platão no Escada xópin, Lulu Santos, com a Lôra e Cláudio no Tijuca Tênis Clube; Paralamas no Vivo Rio.
Descoberta: arquitetura e urbanismo
Carnaval: Escravos da Mauá e Mulheres de Chico
Alegria: quem me deu mais foi o Flamengo. Tricampeão carioca e hexacampeão brasieliro. Sorry, periferia.
Corrida: Human Race Nike, 10 Km
Festa: meu aniversário de 40 anos, uma feijoada preparada pelo meu pai.
Piada: Copa em 2014, Olimpíadas em 2016 – o Rio vai enforcar 2015.
Helê
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São duas canções que falam de situações semelhantes: casal vai à festa (ou ao samba, ao baile) e a mulher evolui pelo salão com outro(s) parceiro(s).
Em uma delas, um samba sincopado, o cidadão quer evitar o “bate-boca no salão”, e por isso pede que ela “não faça papel de louca”. Embora enérgico, mantém a elegância. A inocente chega a bater palmas e pedir bis quando para o samba – afinal, é uma dança sem compromisso…
Na outra música, que tem uma deliciosa levada latina, o gajo concede o alvará para que a mulher dance com outros, lembrando que é ele que vai levá-la pra casa, e reserva para si a última dança. Faz a linha liberal-eu-me-garanto.
Das mulheres só se sabe que gostam muito de dançar :-). As histórias são contadas pelos homens, então lembrando de Bentinho e Capitu, convém não julgá-las. Mas imagina-se que sejam fascinantes – afinal, se não fossem, seus pares poderiam simplesmente deixá-las ou encontrar outras companhias. A despeito de certo desconforto, com mais ou menos fair-play, ambos insistem em continuar com as damas que trouxeram ao salão.
Sem compromisso e Save the last dance for me: duas músicas divertidas e dançantes; dois cavalheiros pacientes; duas mulheres interessantes… Ouça no DufasDial , escolha a sua favorita e diga se você de identifica com algum desses personagens.
Helê
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Eu pedi com jeitinho e a Mani, que é uma moça obediente, atendeu rapidinho. Vejam como é que a Cinderela ajuda as crianças a lidarem com a dura realidade da vida…
Era uma vez uma menina que foi abandonada pelo pai, pela mãe e só tinha uma madrasta malvada que dava tudo pras irmãs dela e só fazia ela de escrava, obrigando ela a fazer o dever de casa, tomar banho, pentear o cabelo, desligar a televisão e até ir dormir SOZINHA! O que essa pobre menininha podia fazer? Bater na madrasta? Ela tão fraca e pequenininha? Chamar a polícia? Mas a polícia está do lado das madrastas! Fugir de casa? Mas na floresta tem Lobo Mau! (tá, essa saiu de outra história, mas a gente acumula experiências, né?) Bem, a Pobre Menininha (dá-lhe Luluzinha!) fez o que todas as crianças saudáveis fazem: leu a história de Cinderela, viu que tem pobres criancinhas que sofrem mais, viu que sempre dá pra lavar só embaixo do suvaco, ficar mais quinze minutinhos com o volume baixinho, responder sim e não em vez de dar aquelas explicações enooooormes que a professora quer e pedir pra ouvir história na cama. E que pode ser que seja até o papai, o príncipe encantado das menininhas que conte a história antes de dormir e dê um beijo de felizes para sempre. Porque ser proativa também é descobrir como fazer coisas chatas que a gente não pode evitar. Certo, dona Munique?
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Comentários da Mani nos posts sobre contos de fadas, que mereceu vir para a porta da frente:
Cara, a Cinderela é uma revolucionária! Escravizada e explorada por uma tirana ela conseguiu dar a volta na madrasta e nas irmãs e IR NO BAILE DO PALÁCIO!
Claro, precisa ler a história no original e não aquela bobagem água com açucar da Disney. E a Bela Adormecida? Ela é a atriz principal , o príncipe só aparece no final pra dar um beijinho…
Aliás, quem quiser uma heroína dramática e proativa deve procurar a Pele de Asno.
(…) Vem cá, vcs querem que a Cinderela fuja de casa? Que na próxima crise, quando a sua filha se sentir injustiçada ela pegue a malinha dela e imite a Cinderela?
Gente, a Branca de Neve domina um palácio, domina SETE homens, resiste a três tentativas de assassinato, ressussita e vocês ainda acham pouco? hahaha
Fica o convite, feito em público para não deixar ela recusar: Mani, que tal escrever um guest post sobre a simbologia das princesas (que não são as da Dsiney)?
-Monix-
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A Anna V. deixou um comentário bem bacana e divertido sobre o último post da Outra que eu ia responder lá, mas decidi trazer aqui pra sala. Eu implico com a Branca de Neve, Anna, porque ela era muito burra, cara. Caiu no caô da bruxa três vezes, falassério! Gosto da Ariel e da Bela da Fera, porque elas são pró-ativas, hahaha. Já a Adormecida é outra songa-monga que só dorme, mas não deixo de achar uma lição de convivência o fato de que toda a desgraça dela deu-se porque não convidaram a feiticeira. Etiqueta é tudo nessa vida, querida.
Princesas sob nova perspectiva
Helê
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Então quer dizer que agora não tem mais? Pôxa!… Não que eu tivesse encontrado o caminho – mas a graça estava exatamente em procurar, né não?
Helê
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Como aprendemos com a Mani, que por sua vez bebeu na fonte original do psicanalista Bruno Bettelheim, os contos de fadas falam “de todos os níveis da personalidade humana, comunicando de uma maneira que atinge a mente ingênua da criança tanto quanto a do adulto sofisticado.” Ou seja, através das famosas histórias da Carochinha, tratamos de sentimentos comuns a todos nós, tais como inveja, medo, raiva, medo da morte – e aprendemos a lidar com problemas existenciais de uma forma simples, “deixando questões complicadíssimas ao alcance das crianças”.
Engraçado que eu não tinha ainda lido o livro do Bettelheim e já implicava com as versões politicamente corretas de canções infantis tipo ‘não-atire-o-pau-no-gato-não-devemos-maltratar-os-animais’. Não que eu seja a favor de que se atirem paus em gatos nem dos maus tratos aos animais, é claro que não. Mas acho que intuitivamente identificava nesse revisionismo um processo que no fundo desenriquece (opa, acho que inventei uma palavra!) o imaginário infantil. A sequência inevitável desse caminho seria uma esterilização dos contos de fadas – já pensaram uma Chapeuzinho Vermelho que chama a Sociedade Protetora dos Animais para cuidar do Lobo Mau (ou seria o Lobo Psicologicamente Desajustado)? Ou uma boadrasta da Cinderela que cuidasse muito bem da filha do marido com a primeira esposa? E a resolução de conflitos, onde fica?
Porque a gente aprende, quando se aprofunda um bocadinho no tema, que a madrasta malvada nada mais é que uma forma que encontramos para lidar com a raiva que temos da nossa própria mãe, sem precisar direcionar a ela nosso impulso destrutivo. É mais saudável odiar a madrasta da Cinderela do que nos voltarmos contra nossa figura materna.
Portanto, que fique bem claro que eu sou super a favor de que se preservem os contos de fadas em suas versões originais, inclusive contando-os para crianças pequenas com as perversidades neles incluídas (entre os meus contos de fadas favoritos destaco Rapunzel, Moura Torta e outros bem pouco inocentes).
Isto posto, não deixo de me divertir com os crossovers que vêm sendo feitos com os personagens de contos de fadas, ou a pura e simples atualização daquele universo.
A Ju Sampaio compartilhou no seu indispensável Reader uma notícia da BBC sobre o lançamento, na Espanha, de um livro que traz as princesas dos contos de fadas para uma realidade bem mais próxima da nossa – com direito a Prozac e vegetarianismo, entre outras coisas. Parece quase tão interessante quanto Fábulas, a saga de quadrinhos adultos que mostra personagens clássicos vivendo em uma comunidade clandestina na Nova York contemporânea: o Príncipe Encantado é o ex de todas as princesas (e obviamente um cafajeste do pior tipo); Branca de Neve é a chefona durona; e o Lobo, após tomar forma humana, fica bem mais, digamos… fazível. Nham, nham para ele. ;-)
-Monix-
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Tem uma samba antigo do Monarco (em parceria com Walter Rosa) que eu adoro, chama-se Tudo, menos amor. Acho uma delícia, e sua história me intriga desde o título – você há de concordar que ‘tudo menos amor’ suscita uma interrogação imediata. Como assim? Pois é o que diz o autor: ele dará carinho se houver necessidade, e vai até rezar pela felicidade da fulana, mas dar a ela seu amor, jamais. Então, quando você pensa que ele vai desenrolar a história, numa daquelas crônicas tão comuns no samba, ele despista, com evasivas: “coisas da vida, é mesmo assim”. Minha curiosidade só faz crescer alguns versos mais tarde, quando esse alguém, cuja vasta generosidade só exclui o amor, afirma que “nesse romance existem lances sensacionais”. Quais, meu deus?! Se ele não ama a mulher, não seria o caso de se afastar, simplesmente? Chega a ser cruel ficar negando amor repetidamente – ainda que ofereça tudo mais, talvez como compensação. Por fim, o danado ameaça novamente contar o babado completo ao falar em amor verdadeiro e naqueles ilusórios, e cutuca a curiosidade do ouvinte falando em uma “história de sinais sensíveis e reais”… apenas para, novamente, dizer nananinanão, meu amor jamais.
Qualquer hora dessas eu esbarro no Monarco numa das muitas rodas aqui do Rio e se o nível de sangue no meu álcool estiver suficientemente baixo, ele há de me contar essa história direitinho!
Helê
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São Sebastião
Tua cidade tem as curvas
Quais as curvas de um nobre violão
Não será razão de tanta musica bonita
Ter-se feito em sua mão
Oh! Pai Odé
Protege as matas que circundam esse altar
Que da maré vazante ou cheia
Já se ocupa YemanjáSão Sebastião, Totonho Villeroy
Imagem: Pierre & Gilles
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