No dinheiro

Como já tinha sido contado aqui, finalmente Frida e Diego viraram dinheiro.

O que não deixa de ser irônico, dois artistas tão transgressores serem símbolo de algo tão mainstream quanto as cédulas de pesos.

Mario Gusmán/Agência Efe

É interessante que suas figuras estejam no verso e reverso da nota – como dois lados do mesmo papel-moeda. Depois de uma vida amorosa turbulenta, enfim juntos para sempre, imortalizados em perene imobilidade. Existirá outra forma de?

-Monix-

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Bad hair day or what?

Helê

Gelo e Fogo

Um passarinho me contou que a Editora Leya está publicando no Brasil As Crônicas de Gelo e Fogo, a começar pelo primeiro livro: a Guerra dos Tronos.

É um lançamento que não posso deixar de comentar  (e recomendar), porque conheço a série – gosto muito – e tenho um carinho especial por ela. Desde que o namorado é namorado* – e até antes disso -, ouço falar da série de high fantasy que é a melhor de todas, insuperável, etc etc. Eu esperando ansiosamente o lançamento do próximo Harry Potter e ele rindo de mim. Dizia que pior que esperar J. K. Rowling revelar como o menino-bruxo derrotaria Lord Voldemort era não saber quando – e se – George R. R. Martin terminará a saga de Westeros.

Vencida pela curiosidade, li o primeiro livro da edição portuguesa, que desmembrou cada volume do original americano em dois. A Guerra dos Tronos, que está sendo lançado no Brasil com o mesmo título de Portugal, é um romance de fantasia completamente diferente de tudo que já li. O clima é todo medieval, mas não há “truques” mágicos, e sim uma realidade alterada, como se a história se passasse em uma dimensão paralela à nossa, com um andamento do tempo ligeiramente alterado e criaturas um pouco diferentes. De resto, o continente de Westeros é habitado por humanos tão humanos quanto nós, com dramas, conflitos, esperanças, vaidades iguais às nossas. O destino não poupa ninguém: nem crianças, nem heróis, nem donzelas. O leitor não deve contar com um final feliz para os mocinhos, nem com a punição dos bandidos. Até porque, no universo de Martin, nada é branco e preto; há imensas zonas com vários matizes de cinza.

Os personagens são complexos e verossímeis. Há muitas mulheres importantes para a trama, com participações expressivas no desenrolar da história – coisa que já é difícil na literatura em geral, e pior ainda quando se trata do gênero de fantasia.

Mas o grande trunfo das Crônicas, o que as torna únicas, é a técnica narrativa. Cada capítulo é contado do ponto de vista de um personagem, embora todos sejam narrados em terceira pessoa. Desta forma, nunca sabemos quem é o herói e quem é o vilão. Um fato apresentado pelo ponto de vista de um personagem, quando visto por outro, pode assumir significados diferentes. Totalmente mind blowing.

-Monix-

* E, de certa forma, este post é também uma comemoração.

Integridade

Tradução livríssima:

Integridade é fazer a coisa certa quando ninguém está olhando

Por exemplo, na hora de votar.

Boa eleição pra todas e todos

Helê

(Desculpem o repeteco, pois vê-se pela data lá em cima que esse post já  foi publicado . Mas  me pareceu adequado trazê-lo de volta à página inicial hoje,03/10/2010)

Amor de filho

As crianças às vezes nos matam de vergonha, de rir ou nos emocionam até a raiz dos cabelos por entender o que dizemos ao pé da letra, sem perceber a ironia, a provocação ou mesmo o nosso desleixo com a linguagem. Não raro dizemos coisas por hábito, sem nenhuma reflexão e eles, atentos, respondem com toda seriedade – aquela que o ser humano só é capaz de ter aos seis ou sete anos de idade.

Foi assim dia desses, conversando com minha filha. Não me lembro qual era exatamente o contexto, e não importa muito; sei que conclui dizendo:

-… se eu não gostar de mim, que vai gostar?

E ela, rápida e firme:

– Eu.

Helê

Preciso

Sabe, gente
É tanta coisa pra gente saber
O que cantar, como andar, onde ir
O que dizer, o que calar, a quem querer
Sabe, gente
É tanta coisa que eu fico sem jeito
Sou eu sozinho e esse nó no peito
Já desfeito em lágrimas que eu luto pra esconder
Sabe, gente
Eu sei que no fundo o problema é só da gente
E só do coração dizer não, quando a mente
Tenta nos levar pra casa do sofrer
E quando escutar um samba-canção
Assim como: “Eu preciso aprender a só ser”
Reagir e ouvir o coração responder:”Eu preciso aprender a só ser.”

Considero “Eu preciso aprender a só ser” uma das muitas e valiosas pérolas zen de Gilberto Gil. Só o título já serve de matéria para uma sessão inteira de meditação e carrega aquela densidade enxuta que só os textos zen budistas contém. Conquista o ouvinte de imediato, logo no início, como seu tom intimista, confidente: “Sabe, gente, é tanta coisa….”  Gosto da canção desde a primeira vez que ouvi, décadas atrás, quando ainda era uma menina e só pude intuir as dificuldades que estavam por vir, o peso das escolhas a serem feitas, o tamanho desse nó no peito do qual ele fala mais adiante.

Outro aspecto que me agrada é ser um  diálogo com outra canção – nesse caso uma resposta à “Eu preciso apresnder a ser só”, dos irmãos Valle. Há tristeza em ambas, mas enquanto uma mergulha de cabeça e sem boia na fossa total, a do baiano divisa alguma saída para o sofrimento. Para tanto, contrariando o senso comum, afirma que a mente nos leva a sofrer e o coração é quem pode impedi-la. Chega, afinal,  à amarga constatação de que “o problema é só da gente”: encontrar esse estado “de ser” em que, estando pleno de si, nunca  se está só.

***

E a cada dia que passa, gente, é mais coisa pra gente saber: acrescente-se à lista “onde postar”. Será que esse pensamento fica melhor no blogue, reduzo a um tweet, colo no mural do feice? Vai saber, né, VP? ;-)

Helê

19 de agosto, dia mundial da fotografia

Uma homenagem

Helê

Para uma boa semana

(Mais variações, sobre as quais falei um ano atrás)

Helê

It happens

(Everyday people)

O genial neste cartoon é que ela não deixa de apreciar a própria ‘specialness‘ – mesmo que, às vezes,  ela não seja validada pelo outro. Autoestima é isso aí.

Quando crescer quero ser assim.

Helê

Entressafra

Esse é um período árido e difícil  – e eu não me refiro a agosto ou ao inverno, mas à entressafra de minisséries. As novas temporadas só começam em setembro; inédito só Glee, que eu acompanho com a pequena, é a nossa série. É ruim em muitos aspectos, mas o personagem principal, a música, nos mantém ligadas.

Para suportar a ausência de Gregory House na minha vida, baixei algumas coisas na internet, enquanto seu doctor não vem. A já citada ‘The good wife’ tem bons diálogos,  como disse a Grazi, e eu  sou chegada a uma court room. Mas aquela mulé se descabela muito pouco pros meus parâmetros, viu? Muito pheena, praticamente uma Monix. Sigo vendo, sem empolgação.

De “How I met your mother”  só vi o primeiro; achei bacaninha mas com uma indisfarçável vontade de ser Friends”. ‘Hung’  me venderam como comédia mas tem mais angústia do que eu esperava. Na sétima temporada “Wil & Grace” já haviam já perdido a mão, mas Jack MacFarland e Karen Walker sempre valem a pena. “Entourage” e “Damages” ainda aguardam uma chance.

Até agora a boa surpresa foi “The Modern Family”. Divertidíssimo.  O casal gay que adota um bebê, o coroa que casa com uma mulher muito mais jovem cujo filho tem a idade dos netos dele; e até a versão standard , paimãetrêsfilhos: todos pertencem à mesma família – esse potente gerador de amor & neuroses  que, por isso mesmo, é uma fonte inesgotável de comédia.

Helê

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