Enfim

 

Temos nossa presidenta.

Depois do Chile. Bem depois da Argentina.

(Nos Estados Unidos, o presidente negro veio antes da presidenta mulher. Aqui, esperamos que seja apenas uma questão de ordem dos fatores.)

Agora é torcer pelo Brasil, torcer para que dê tudo certo. Agora é Dilma. É a vez da mulher.

-Monix-

Advertisement

Na reta

No segundo turno eu tentei vencer minha preguiça paquidérmica algumas vezes para argumentar em favor da minha candidata. E para minha surpresa não ouvi nada realmente consistente – a maioria era ainda mais preguiçosa que eu, e se escondia atrás do primeiro argumento que encontrava pela frente. Coisa tão rasa e superficial que não durava 2 minutos de conversa e evaporava. Segue aqui a derradeira tentativa de botar pra correr uma ou duas justificativas mais esfarrapadas que desculpa de adolescente:

Sei lá, eu não confio na Dilma. Não gosto dela. Nem dele.

Seguinte, pessoa: ela é candidata à presidência, ela não vai passear com seu cachorro, nem guardar a senha da sua conta. E, vem cá, precisa gostar? Você também não vai dar uns amassos nela nem virar BFF. Entenda que votar é algo que nem sempre a gente faz com tesão. Eu já votei com lágrimas nos olhos, filho no colo, emocionada até as orelhas. E já fui lá cumprir meu dever – mas sempre com feliz por ter essa opção. Tem uma geração para a qual essa frase não faz muito sentido, mas olha: poder votar é algo muito recente. E faz parte do aprendizado da democracia perceber que votar pode dar menos ou mais prazer, mas não deve nunca ser “taked for granted”. Gostar eu gosto de cerveja e de praia. Por um presidente eu espero ter menos emoções e mais informações sobre suas habilidades, alianças e projetos.

Eu já não gostava dela, agora que ela é contra o aborto e o casamento gay...

Essa frase então, mon dieu!, é emcimadomurismo muito mal-disfarçado. Sabe o que eu ouço quando me falam isso? Eu já não queria mesmo me meter e agora, oba!,  tenho uma justificativa para não me comprometer com essa história. Foco, gente: quem levou a conversa para esse lado e por que? Qual é o real poder de um presidente nestas questões? Isso orientou o seu voto para o legislativo, onde elas realmente importam? E, seriously, o Serra e o Índio têm a postura que você espera sobre esses pontos?

Cara, campanha não é um troço bacana, sobretudo no 2º turno. Não sei se em algum lugar do mundo inventaram outro jeito, mas aqui é phoda. A Dilma fez concessões durante a campanha. Não é agradável, concordo. Mas, sinto muito, amigo, that’s politics. Também não gostei desse papo de “mãe dos pobres”, por exemplo. Acho péssimo ter que play the mom card para provar o valor de uma mulher. Mas da mesma maneira que o eleito não vai governar só pra mim ou pra minha classe, a campanha é pensada para todos, inclusive para aqueles para quem esse discurso cola. Paciência e foco, para separar o marketing da essência.

Vou anular meu voto.

Olha só, eu já anulei meu voto algumas vezes. Eu tenho respeito enorme por que faz essa escolha que, quando consciente e consistente, é difícil e até dolorosa. Gente que eu admiro muito politicamente, como o meu pai, por exemplo, fez essa opção e eu não tenho vontade de convencê-lo do contrário. Do mesmo modo que não tento modificar um peessedebista convicto e informado.  Mas me incomoda, chega a pinicar a consciência, o voto nulo da preguiça ou do descompromisso.

Votar dá trabalho, gente. Porque pensar é grátis mas ninguém disse que era simples. O discurso que aparece aqui com alguma coerência é fruto de alguma queimação de mufa e muita conversa, leitura, além do acompanhamento das ações do governo ao longo do mandato e não apenas durante a campanha. Eu não sou e nunca fui de partido algum, portanto minha escolha não segue um alinhamento, mas resulta de muito questionamento.

Evite o atalho, revire suas convicções, ouça com a mente aberta. Se depois disso você resolver anular o voto por convicção e não por comodismo, apenas para tirar o seu da reta, beleza. Pior que se arrepender de ter votado errado, é se omitir diante de algo tão importante, pelo qual tanta gente lutou, quanto escolher o presidente da república.

Helê

Cidadania para los ninõs

Eu não poderia deixar de  comentar nossa participação no Bloco da Dilma no domingo passado. Para nosostras, duas cascudas, ex-balzacas, “meio intelectual e meio de esquerda”, foi mais uma manifestação política pública à qual participamos, não sem alguma preguiça, ainda mais num domingo cinzento. Mas essa teve um sabor especial porque levamos os fridinhos.

Foi uma experiência pitoresca a primeira passeata dessas crianças que, queira Deus, vão assistir à eleição da primeira mulher à presidência do Brasil – e mais tarde poderão dizer que participaram, de algum modo. Estavam animados e mais questionadores que nunca: “Mãe, o que é democracia?” “O que é partido?” “A Dilma e o Lula também votam?” “Porque ele escolheu ela pra ficar no lugar dele, mamãe?” Nós, polvas como só as mães conseguem ser, tentávamos passar lições de Cidadania 1 e 2, olhar o trânsito, segurar a mão dos rebentos e D. Monix ainda tuitava, vejam vocês.

Na verdade eles queriam detalhes, porque são ambos Lula kids, nascidos em 2002, de casais de histórico de esquerda . A minha fridinha quase chorou quando soube que o Lula, que ela adora, não ia mais ser presidente (“POR QUE não?!”), mas embarcou na campanha da Dilma, talvez antes que eu, “porque ela é do Lula, né, mamãe!”. Lo friducho, também com o voto firme, não teve dúvidas quando viu Cláudio Luiz chegando, estiloso, com uma camisa do Santo Guerreiro: “Mãe, o Serra é o dragão e a Dilma é o São Jorge!”.

Então, pssouas indecisas e eventuais peessedebistas que estejam nos lendo: como não votar na candidata dos nossos filhotes fofos? Heim? Heim? (Alô militância, últimos dias de campanha, temos que usar todas as armas! E você aí, que tá torcendo o nariz, isso não é golpe baixo, é da mais altíssima cepa!).

*

Ainda teve o plus a mais de encontrar cazamigue da timeline, a galera com quem tuitamos. Haline, na verdade, foi o estopim de tudo: com um singelo “ué, leva a cria” me fez considerar a possibilidade. Quando dei a ideia para a pequena pessoa ela aderiu entusiasticamente e ainda sugeriu chamar a tia Moniquis e o pequeno, e lá estávamos nós, com mais a Lôra, su maridón e o filhote, além da Sabrina. Não ficamos muito tempo juntos porque o prazo de validade dos meninos venceu, mas foi uma delícia essa espécie de tuitação em 3D.

*

Momento Hoje eu vou assim para passeata: eu dizendo pra filhota que nos eventos do PT o povo veste vermelho. Toca a procurar uma roupa dessa cor, revira armário e tals. Aí vou me vestir e lembro-me da minha camisa branca, agora vintage, com a frase “A esperança venceu o medo”, que tem ainda outro adicional histórico: tenho uma foto vestindo essa roupa com a pequena no colo, com dias de vida (Lula Kids, num disse?). Dúvida entre essa e a vermelha do Mengão (que inclusive já me deixava pronta pra torcer mais tarde). Vesti as duas e pedi a opinião da menor. “Mãe, a branca te deixou balofuda, a vermelha justa ficou melhor”. Em 2010, a estética venceu a história.

*

Agora vou falar à vera pra vocês: sabem qual foi o ponto máximo da passeata pra mim? A hora que uma alegre e elegantíssima pssoua chegou pra mim e pra Mô e disse assim, na lata “Ei, vocês são minhas blogueiras favoritas! Você não disse que era pra gente se apresentar? Então!” Eu dei logo um abração, que eu sou disso, vocês sabem. La Outra, entre emocionada e atônita, só perguntava, “Mas quem é você, qual o seu nome?” E a leitora ainda chamou o marido e apresentou: “Essas são as Duas Fridas que eu leio sempre e tal”. E eu, eufórica, dizia pra Monix: “Deu certo, deu certo!” Corri e pedi pro Príncipe registrar o momento, porque aqui é assim, nós é que corremos pra tirar foto com leitor. Foi rápido e confuso – no mei da passeata, olhando as crianças – mas foi uma alegria enorme, emocionante mesmo, G., conhecer você e sentir esse carinho. Mirem-se no exemplo, leitores e leitoras!

 

Fãs da fã

Helê, com a revisão e aprovação da Monix

PS: Sem querer insistir, assim como quem não quer nada…aviso que estamos perto do comentário 3000, portanto, há mais uma Mariola Dufas em jogo…

Pideite!: Agora com foto da Gei – devidamente autorizada, que a gente não tá aqui pra fazer outing de ninguém, hohoho.

Das causas impossíveis

Salve São Judas Tadeu!

Poderoso São Judas, dá pra fazer meu salário durar mais que o mês?

Ou pelo menos empatar?

‘gradicida,

Helê

Leve

Helê

(Com assunto mas sem tempo!)

Força na peruca

Olívia Palito, Tin tin, Betty Boop, Luluzinha

Charlie Brown, Astroboy , Obelix, Wilma,

Smurfete, Salsicha, Josie & the Pussycats, He-man

Thundercat, ________ (1986), Calvin, Hommer Simpson

________(1993), ________(1995), Calvin Dexter, ________(2000)

 

Complete o quadro e ganhe uma mariola.  Respostas nos comentários, please.

Helê

French Kiss

 

Mais uma foto sensacional do Big Pictures, na cobertura da greve na França.

Helê

 

Bom finde!

(via A kid’s story)

Helê

The love you take

Volta e meia a gente promove aqui o Dia do Leitor Anônimo ou uma outra artimanha qualquer para gerar pegadas na nossa casinha (= comentários no blogue) e conhecer um pouco mais sobre quem nos lê. A gente gostaria mesmo é de fazer um FormSpring ao contário, no qual pudéssemos perguntar sobre nossos leitores discretos e leitoras tímidas. Nos contorcemos de curiosidade tanto pelo pontinho do mapa que indica um acesso em Angola quanto pelo que marca Três Passos/RS. Será que foi engano, vem sempre, alguém trouxe?

 

E aí dia desses lembramos de ir no e-mail institucional (fica engraçado dito assim, né?), que tem pouco movimento. E que agradabilíssima surpresa foi encontrar esse recadinho já um tanto empoeirado, mas  tão bacana que não dava pra guardar só pra gente:

Meu nome é Gabriela e leio, de vez em quando, o blog de vocês (de vez em quando, porque o tempo é curto e não dá para fazer tudo o que a gente quer).
Não lembro-me se já deixei algum comentário. Talvez sim.
Uma vez vi a Helê na feira da Lavradio (há uns poucos meses), mas não falei nada porque ela estava num papo animado e fiquei constrangida de interromper.
Dito isso, vamos ao fato: estou enviando uma foto que fiz em Roma (moro na Itália), quando passeava pelo ex-gueto judeu. Vi uma loja que se chamava Casa de Frida e havia uma foto. Na hora lembrei de vocês. Não entrei na loja, porque estava fechada para almoço, mas creio que seja especializada em coisas mexicanas.
Então é isso. A foto não está nenhuma maravilha, pois havia um espaço exíguo no qual me enfiei para realizar “a grande obra”.
Um abraço para as duas.
Gab
Ler esse e-mail foi como receber um abraço; a foto, uma lembrança que  alguém traz de uma viagem. Um gostosa sensação de aconchego e carinho, estabelecida graças aos pitacos e delírios que a gente anota aqui, despretensiosamente. Pretensão, se há, é de comunicar:  estabelecer um link com outras pessoas, trocar ideias e comparar pitacos – e se divertir, claro, sempre. A  diminuição de comentários (ou a diluição deles alhures) às vezes dá a impressão de que a gente tá falando uma para outra (vantagem de escrever em dupla: a gente nunca fala sozinha). E então aparece a Gaby, contando que nos lê lá da Itália – nem sempre, ela afirma, mas o suficiente para, passeando por Roma, não apenas lembrar de nós como enviar um regalo. Sorriso duplo carpado de nosostras. :-D :-D

Então, Gaby, receba agora em público e em alto e bom som o nosso comovido muito obrigada – pela lembrança, pela leitura, pelo carinho. Aproveitamos para dizer aos leitores que nós também gostamos muito do que vocês escrevem, portanto, não economizem nas pegadas, manifestem-se sempre que sentirem um leve impulso. E se encontrarem conosco ao vivo e em 3D também vale a pena se apresentar, mesmo que a gente esteja num papo animado – vai que o papo fica mais animado ainda?

Duas Fridas

Vastas (e imperfeitas) emoções

Inteligência me excita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

me emociona.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Beleza me arrebata.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E a música…

music keeps me going.

 

 

Helê

%d bloggers gostam disto: