A Alison Bechdel Rule, teste criado pela quadrinhista americana para verificar se um filme pode ser considerado feminsta ou não, estabelece três critérios praticamente impossíveis de atingir:
1) Há pelo menos duas personagens femininas; 2) elas falam uma com a outra; e 3) sobre alguma coisa que não seja um homem.
É um desafio praticamente instransponível. Em muitos filmes, quando há mulheres, elas sequer chegam a ter um nome.
Pois no sábado assisti a um filme – dos mais improváveis – que passou com larga folga no teste: Sucker Punch – Mundo Surreal. Digo improvável porque este, por nenhum outro critério, poderia ser considerado um filme feminista. Trata-se de um típico filme “de menino”, com direito a muitos tiros, explosões, matanças, destruição em massa.
Há diversos problemas que o desqualificariam como legítimo filme feminista. O mais evidente deles é que as protagonistas são mocinhas anoréxicas e seminuas que basicamente massacram todos os homens que veem pela frente – o que pode ser considerado um desserviço à “causa”, pois passa o recado de que o que as feministas querem, na verdade, é suplantar ou destruir os homens, o que obviamente não é verdade.
Além disso, todas as ideias que a mocinha usa para escapar da prisão em que se encontra vêm de um homem que aparece em seus delírios.
Ou seja.
Mas enfim, com tudo isso jogando contra, o fato é que 1) há seis personagens femininas no filme, todas com nomes; 2) elas falam umas com as outras o tempo todo; e 3) sobre diversos assuntos, tais como planos de fuga, liberdade, histórias de família etc, e inclusive sobre os homens que são seus algozes.
Não sei se o filme é uma desmoralização do teste de Alison Bechdel ou uma prova de que ele faz sentido. É um bom filme de ação. Mas vai agradar mais aos meninos que às meninas, eu acho.
-Monix-
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[…] e seduzem, sejam no oceano ou no espaço. Gostei dos papeis femininos, se vacilar até passa na Bechdel Rule. E “I will survive” nos créditos final foi uma ótima […]
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Oi, querida! Eu sempre achei esse teste meio limitado, e aqui vc mostra bem por que… replicar filmes de ação tradicionais com personagens mulheres não faz do filme um filme feminista, né? Pode ser curioso e tal… mas acho que o teste é útil “no negativo”, no sentido de mostrar os que não são mesmo. No positivo, é só pra começar a conversa!
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Minina, sabe que, se não me falha a Danada, o “127 horas” passa no teste?!
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Bom dia, tudo bem?
E o meu primeiro comentario no seu blog apesar de ser leitora ja ha algum tempo.
Eu conheço varios filmes que não classificaria de feministas ou machistas. Varios onde o papel feminino é de muita relevância e elas não falam so sobre homem. Mas para assistir esse filme teria que se sair um pouquinho do circuito dos filmes hollywoodianos
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Oi Samya,conta para a gente quais são! E volta sempre, que a gente adora quando vocês deixam pegadas. :-)
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Posso estar enganadíssima, mas achei Death Proof, do Tarantino, feministíssimo – apesar de haver papo sobre meninos em alguns momentos. Colocaria na lista dos que fogem à regra As Horas (que poderia entrar na categoria ‘filmes melhores que os livros’, não fosse Nicole Kidman) e Thelma e Louise. Mas há outros, poucos, claro. Bjks
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Oi Tina! Sim, é possível que Death Proof passe no teste, teria que rever para ter certeza. Thelma e Louise sem dúvida, pra mim é um dos poucos filmes que pode ser considerado, sim feminista mesmo se anialisado por outros critérios. Beijos
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Duas Fridas *****
wordpress MENOS dez
Abrir o blog e deixar comentários, às vezes, é um exercício de GRANDE paciência.
Será só comigo. oH, my dog!
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Claudim, eu não consigo entender qual poderia ser o seu problema para comentar… eu entro com facilidade de diversos computadores, nunca tive dificuldade. Alô leitores, alguém mais tem a mesma queixa? Quem tem e por motivos óbvios não consegue responder aqui, escreve pra dufas@gmail.com e desabafa com a gente! Beijos
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