(Re)conhecimento

Desde que saí da casa da minha mãe para me casar, em 1995, já morei em quatro endereços diferentes. Pode não parecer muito, mas considerando que estou há seis anos no mesmo lugar, foram 3 mudanças em um intervalo de dez anos, antes de vir para cá. Quando estava começando a me acostumar com uma casa, lá ia eu para outra. Daí que houve uma época em que uma das coisas que eu mais fazia na vida era procurar apartamento para alugar.

Na minha primeira mudança eu contei: vi mais de 30 apartamentos. Não 30 anúncios no jornal: eu telefonei, marquei com o corretor, peguei a chave com o porteiro e visitei mais de 30 imóveis, nos mais diferentes estados de conservação e com as mais estranhas configurações e localizações. Fui aprendendo algumas coisas, já sabia mais ou menos o que tinha que perguntar, mas mesmo assim tive muita dificuldade para achar o que eu queria.

O engraçado é que assim que botei o pé no apartamento que acabei escolhendo, já sabia que era aquele. Não sei bem por quê. Uma mistura da localização com o charme do prédio, a luminosidade da sala, os cômodos amplos que só um apartamento antigo tem. Ainda voltei lá, dessa vez acompanhada, para dividir um pouco a responsabilidade com alguém mais experiente que eu. Mas no fundo eu sabia.

Quando me separei e saí mais uma vez em busca de um apartamento para morar, foi bem parecido. Tirei férias para cuidar da mudança, e as semanas se sucediam sem que eu encontrasse nada minimamente habitável, muito menos com um menino de 2 anos de idade. A exigência tinha aumentado: agora eu precisava de garagem e pelo menos algum tipo de área de lazer para a criança. Mas o que eu queria mesmo era uma varanda. Onde cresci, um apartamento térreo, há um quintal com amendoeira. Não fazia questão de tanto, uma sacadinha já me bastava, que me permitisse ver o céu.

Depois de uma busca também muito difícil, por insistência da minha comadre fui ver um imóvel em uma região que não era exatamente a que eu queria, com Dedeia, minha amiga de todas as horas, a tiracolo. O apartamento era simpático, mas tinha um cachorro que latia sem parar no andar de baixo, e fiquei com um pouco de medo de não aguentar o barulho. Saindo de prédio, encontrei com uma amiga de infância no elevador e ela me contou que tinha outro apartamento disponível, em outra coluna e num andar bem mais alto. Resolvi arriscar.

Aconteceu de novo: amor à primeira vista. De frente para o Pão de Açúcar, recebendo sol da manhã e com uma charmosa varandinha, que não dá para plantar uma amendoeira mas acolhe bem minha simpática jiboia.

Às vezes a vida é assim: a gente não sabe bem o que está procurando, mas quando acha, reconhece. Eu reconheci minha casa assim que a conheci. E aqui tenho sido feliz.

-Monix-

Este é nosso primeiro post patrocinado. Porque agora que temos sete aninhos, já era hora de começar a ganhar mesada, não? ;-)

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10 Respostas

  1. “a gente não sabe bem o que está procurando, mas quando acha, reconhece”… Adorei isso!

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  2. thks, suzana! bjs

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  3. …eu também me separei com um filho de dois anos…
    E me identifico total com a história dos apês. Tem uma coisa que puxa, e quando a gente vê é aquele mesmo.
    Esse aqui onde eu tô agora (há uns seis anos) já deu. Mas agora, dado tudo, tô sem coragem de procurar. Esperando que aconteça uma mágica e que caia um apê novo, meu número, na minha cabeça.

    Beijo!!

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  4. Lá no primeiro parágrafo, Vera: “apartamento para alugar.”
    :)

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  5. monix, qual link? ai, ai, vovó vera, que nao sabe ler…

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  6. Cliquem no link e conheçam o site, temos que mandar muitos visitantes para nosso patrocinador ver que o investimento compensa… ;-)

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  7. é assim mesmo. eu reconheci o meu onde vivi e onde meus filhos cresceram, isso durante quase 20 anos. o porém é que meu marido apresentou uma certa objeção, uma coisa muito subjetiva, dele, e eu nao podia forçar. passei uns seis meses esperando e torcendo para que nao aparecesse outro candidato. ufa, foi o que aconteceu!
    parabéns pelo patrocínio. quero minhas fridas vivendo no luxo e na opulência, amém! beijos

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  8. Eu vou me mudar em breve, mas sofro com as mudanças, canceriana tem disso. Espero ser feliz como você no novo canto, que é muito charmoso.
    Beijos

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  9. Ah menina, voce nao sabe a sorte que tem. desde que eu me casei, em 1995, eu morei em Doze casas, e Cinco paises diferentes. Comprei duas casas ( vi mais de 100 casas antes de enfiar toda a nossa grana na propriedade – duas vezes). E agora,e stou empacotando – vamos nos mudar de novo. dessa vez nem sabemos pra onde. As cosias vao para uma storage,e depois das ferias eu penso nisso…

    Eh mole?

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  10. Lembro quando me separei e tbm encontrei um cantinho delicioso, numa rua que eu jamais imaginei que iria morar na vida, pois achava muito chique! Foram meses deliciosos que passei lá! De onde saí para casar de novo!! rs
    PArabéns pelo patrocínio!
    Beijos

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