(by Wynona)
(Summerspice)
E bom finde!
Helê
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Helê
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Nossas biografias (cof, cof) estão salpicadas de coincidências e interseções que gostamos de achar que não se explicam apenas por sermos contemporâneas. Já descobrimos, por exemplo, um carnaval inesquecível de emoções semelhantes compartilhadas muito antes de a rede nos unir.
Partilhamos também uma, ou melhor, duas frustrações adolescentes: fomos impedidas de ir ao comício das Diretas Já no Rio, em abril de 1984, e ao primeiro Rock in Rio, em janeiro de 1985. Em ambos os casos, nosso prazo de validade ainda não tinha iniciado, pelo menos segundo os critérios de nossos pais.
A história da Helê
Eu tinha 14 anos e havia acabado de entrar no 1º ano do 2º grau (pros meus padrões na época, praticamente uma adulta). Eu fazia a adolescente politizada, que fundou um jornal na escola chamado “Voz Ativa”, pra vocês terem uma loção. Ouvindo “Geração Coca-cola” e querendo muito discutir e participar dos destinos da nação, mas ainda não rebelde o suficiente (como me tornaria 1 ou 2 anos depois) a ponto desobedecer ordens da mãe. Lembro de rumores, alguma tensão e uma esperança débil mas teimosa no ar. E eu com aquela sensação de que estava perdendo o bonde da História, tão perto dele.
Meses depois, só se falava no tal do Rock in Rio na escola. Eu começava a ouvir Led Zeppelin e Pink Floyd, me aproximando desse tal de roquenrol. Mas, se para ir ao Circo Voador já era uma lenha, um festival de roqueiro/hippie/sujo somewhere em Jacarepaguá estava totalmente fora de cogitação. Não apenas pelos perigos do evento, como pela grana: lembro que amigos que trocaram a festa de 15 anos por ingressos, eu não tinha nem essa prerrogativa.
É preciso aqui contextualizar o que significou um evento daquelas proporções, naquele momento. Só esse ano tivemos o (derradeiro) show da Amy, o Paul pela terceira vez, Shakira e uns tantos outros astros internacionais que não vou lembrar. Mas no longínquo ano da graça de 1985 a gente lia a programação na hora do recreio e duvidava se os caras viriam mesmo (“Será que algum dia eles vêm aí/cantar as canções que a gente que ouvir?”)
Eu gostaria muito de ter estado no comício das Diretas, mas depois eu comemorei a eleição do Tancredo (tá, patético, mas era o que tínhamos), participei de todas as 27 eleições do Lula, do Impeachment do Collor, enfim; eu peguei esse bonde, embora como algum atraso. Agora, de ter perdido o primeiro Rock in Rio eu nunca me refiz totalmente. Nunca comprei a ideia do festival capetalista querendo ser Woodstock, mas pôxa, foi o festival da minha geração. Passei muitas festas e mesas de bar sem ter nenhuma história para contar de lama, perrengue e show maneiro – praticamente uma pária social. E, na boa: não ter visto o Fred Mercury ao vivo dá uma dor até hoje, cara. Mágoa de caboclo perde.
A história da Monix
Sempre fui politizada, mas na minha casa engajamento era um assunto meio tabu, pois meus pais tinham visões políticas totalmente opostas, e numa época em que manifestar-se politicamente significava correr riscos, minha mãe optou por abrir mão de se manifestar publicamente. De modos que ir ao comício das Diretas sequer foi cogitado – eu não tinha nem 14 anos completos, dependia de que algum adulto me levasse, e simplesmente não rolou. Mas me lembro de uma movimentação a respeito do que estava acontecendo na cidade e no país – a TV não mostrava, mas a gente sabia. Duas colegas do Tablado (sim, eu já fiz teatro, tá boa?) foram ao comício e voltaram cheias de novidades que não tínhamos como saber por outras fontes. Dois anos depois, a democracia já era algo mais palpável e não um sonho distante, e participei ativamente da campanha para governador – Gabeira foi o candidato do PT, e todos os dias, depois da escola, eu ia panfletar no Largo do Machado, participei do Abraço à Lagoa, fui ao Circo Voador ver debates com candidatos a deputado, enfim, tal como Helê, esse bonde eu peguei depois. (O detalhe é que eu ainda não tinha idade para votar – na época a idade mínima ainda era 18 anos.)
Em 1985, eu era metaleira. Um dos primeiros discos* que comprei foi o “For Those About to Rock, do AC/DC. E adorava Iron Maiden. Quando soube que minha banda favorita vinha ao Rio, claro que quis ir assistir. A negociação com meu pai foi longa e acidentada. Para eu ir, ele teria que ir também, me levando. Imaginem a cena. Como qualquer pai na situação dele faria… ele botou todo tipo de dificuldade no projeto: vai ser cansativo, é longe, cheio de maconheiros, não sei como vai ser o esquema de estacionamento. E aí eu cometi um erro básico na estratégia de negociação: menosprezei meu adversário. Pô, pai, quem se importa com estacionamento? Estaciona em qualquer lugar! E assim o sonho de ir ao Rock in Rio se estilhaçou no chão. Fiz uma malcriação, perdi o direito a negociar. Simples assim.
No dia do show, minha melhor amiga me ligou para dizer que estava indo com o pai dela, que meus pais conheciam, ou seja, esquema totalmente barra limpa. Mas minha mãe nem me deixou voltar ao assunto: já estava decidido que eu não iria, e pronto.
Essa talvez seja a única coisa que não consigo perdoar em toda a minha adolescência, turbulenta como todas: não fui ao Rock in Rio por pura implicância dos meus pais.
Na segunda edição do festival, estava estagiando em Brasília e não pude ir ao Maracanã. Na terceira, minha amiga estava fazendo a assessoria de imprensa do festival e conseguiu convites, assim finalmente consegui ir à Cidade do Rock, onde assisti ao show incrível do REM. Depois, só voltei lá nos Jogos Panamericanos, para assistir a uma inusitada partida de baseball.
Este ano, nem cogitei a hipótese. Ao contrário da Helê, estou bem realista a respeito das minhas limitações, e uma delas é que não tenho fôlego para uma empreitada dessas.
Mas aí, o tempo rodou num instante, e no sábado tive que ouvir do meu filho a seguinte pergunta: “mãe, por que eu não fui ao Rock in Rio?”
*Disparem os alarmes, pessoa velha entrando na sala
Duas Fridas
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Aqui, pessoas: nem conto pra vocês a delícia que foi meu aniversário ontem, viu? Pinto no lixo define. Revigorante receber tanto carinho e positive vibrations de vocês leitores, amigos, familiares. No feicibuiqis, no tuintes, pelo celular, e-mail, ao vivo e a cores em 3D eu recebi muito amor das mais variadas maneiras. Tanto que decidi manter a tradição de esticar os festejos e seguir comemorando (pelo menos) até sábado, já que a única vantagem de fazer aniversário num dia útil é essa: você marca alguma coisa no finde mais próximo e duplica a chance de receber parabéns (e presentes, hohoho!). Aguardem instruções sobre os próximos eventos.
Para todos os que me desejaram o Bem, meu sincero e comovido ‘muito obrigada’!
Helê
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Rufem os tambores, soem as trombetas, hoje é o dia dela!
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Os que protegem todas as crianças – as pequenas e as que permanecem em nós quando crescemos, e passam então a nós proteger do perigo de esquecer da alegria e levar a vida a sério demais.
Salve os Êrês!
27 de setembro de doces, na melhor tradição carioca suburbana.
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Para ouvir, Falange do Erê.
Para ler, um texto bacana do Prof. Simas.
Helê
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Parabéns para ele, que eu chamo de Meu Rei, mas na verdade é meu pastor, e nada me faltará. Luis Fernando Veríssimo, o maior escritor brasileiro vivo. Tá bom, tá bom, exagerei. Mas com certeza é o mais vivo de todos. ;-)
Muito amor por você, Vê.
Helê
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Helê
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… o post da Sócia aí embaixo.
Sobre a velocidade dos dias que correm (ou que voam): ontem à noite estava eu no computador, escrevendo e acompanhando o tuíter – que tornou qualquer evento de massa mais divertido -, a filhote vendo tevê. Ouvi a entrevista da atriz que tava locona (como diz a Katylene), vi o cara que subiu ao palco da Kate Perryguete. Antes de ir dormir, coisa de uma hora depois, o vídeo da atriz belba já tava no youtubis, e os perfis do cara no face e no twitter já estavam sendo divulgados nas redes. Mêda.
Helê
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Quando nasceu meu filho, a pediatra chegou na maternidade, abriu a janela do quarto e o levou para ver a luz do sol. A orientação que recebemos, pais de primeira viagem, era de deixar o bebê aprender, desde logo, a diferença entre dia e noite. Também aprendemos a deixá-lo com roupas confortáveis e que não prendessem os movimentos, e a fazê-lo participar da rotina da casa, escutar as conversas, enfim, já ir se familiarizando com esse nosso mundo louco (obviamente que com os devidos cuidados em relação a higiene, barulhos excessivos etc).
Minha mãe e minha avó, que são duas mulheres de mente aberta e que respeitam muito o jeito de ser de cada um dos filhos e netos, aceitaram bem a mudança de paradigma – minha avó estranhou um pouco mais, minha mãe um pouco menos. Mas as duas fizeram questão de apontar a diferença para a forma como tinham aprendido a lidar com bebês. Antigamente, me contavam elas, antes de um mês de vida os bebês ficavam relativamente isolados da rotina do resto da família, sempre no quartinho escuro, com bastante silêncio. Aprendi com minha mãe a fazer uma trouxinha com os cueiros e mantas, transformando o bebê em um pequeno casulo super protegido e aconchegado. Mas esse era o jeito “antigo”, pois já não seguimos mais a lógica de conter o bebê, e sim o deixamos livre para se movimentar.
O resultado são crianças espertíssimas, que se sustentam em pé com pouco mais de seis meses, andam rápido, assistem DVDs educativos com a maior atenção do mundo, aprendem a se comunicar muito mais cedo que nós e todas as gerações que nos antecederam. Todas as titias, vovós e bisavós se espantam: “nossa, como esse(a) menino(a) é esperto(a)! No meu tempo não era assim!”
Não cabe criticar ou questionar – esse é o espírito do tempo, e temos que lidar com a realidade, seja ela como for. Mas não consigo evitar, fico pensando: será que a atual “epidemia” de crianças hiperativas tem relação com essa quantidade de estímulos que nossos bebês recebem desde tão cedo? Estamos estimulando ou estressando toda uma geração? A conferir.
-Monix-
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Equinócio de Setembro
Sendo assim…
Legião Urbana
Helê
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