Tinha pensado em falar sobre aberturas clássicas como “Crepúsculo dos Deuses”, “Festim Diabólico” etc. Mas seria uma escolha racional, por motivos técnicos. De verdade, me lembro com emoção da sequência inicial de “Para o Resto de Nossas Vidas” (“Peter’s Friends”), um filme que fala lindamente sobre amizade e diferentes tipos de amor, cuja abertura (além de ter em seu primeiro take um proto-doutor-House encarnado por um Hugh Laurie jovencito) resume o sentimento que eu também experimentava na época, o de estar vivendo uma fase de ouro que acabaria em breve… e o resto do filme anteciparia, para mim, o que vinha a seguir: o momento de cada um seguir seu rumo, mantendo os laços de amizade. Os créditos mostram uma compilação de tudo o que aconteceu de importante no mundo na década de 1980, aquela em que cresci e me tornei gente. Por isso, a abertura da Peter’s Friends é um pouco uma síntese daquela fase da minha vida.
Quanto à sequência final, escolhi uma que ilustra bem o tipo de conclusão que gosto de ver em um filme: aquela que amarra todas as pontas soltas, porém com um toque de surrealismo nonsense, pois a vida não é redondinha nem feita de finais felizes. Em “Queime Depois de Ler”, filme engraçadíssimo de uma dupla que gosto muito, os irmãos Coen, a cena final nos mostra uma situação em que apesar de todas as peças do quebra-cabeça terem se encaixado… a figura revelada simplesmente não fazia sentido para ninguém. Delicioso.
-Monix-
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