Imagina um videogame. Antes de começar, você pode escolher o nível de dificuldade com que vai atravessar as fases do jogo: fácil, médio ou difícil?
Agora imagina que esse videogame é a vida. Se você começou o jogo no setting “fácil”, provavelmente você é homem, branco e heterossexual.
Esta analogia sensacional foi a forma que o escritor americano Jon Scalzi encontrou para explicar privilégio ao grupo de pessoas mais privilegiadas do planeta. Nem sempre é simples entender, até porque não necessariamente estas pessoas são as mais bem sucedidas. Mas a comparação é boa: não importa se eles vão conseguir a melhor pontuação, o fato é que para eles o jogo é mais fácil.
“Certamente é possível que alguém jogando em um nível de dificuldade maior esteja progredindo mais rápido que você, seja porque eles tinham mais pontos dados no início do jogo pelo computador e/ou porque suas estatísticas são maiores em riqueza, inteligência e constituição física e/ou simplesmente porque eles jogam melhor que você. Nada disso muda o fato de que você ainda está jogando no menor nível de dificuldade que existe.”
O artigo em que Scalzi defende a ideia gerou bastante polêmica. Como costuma acontecer quando se toca nesse tema delicado. Aqui no Brasil, o Alex Castro costuma tratar do assunto bastante bem, mas ele escreve em tantos lugares que já não sei indicar o melhor canal: pode ser no Papo de Homem, no site pessoal dele, no finado Liberal Libertário Libertino ou por aí pelas internets.
Mas se você lê bem em inglês, dá uma passadinha no texto do Jon Scalzi – e nos dois adendos que ele pós-escreveu – para saber como é que você está jogando seu videogame.
-Monix-
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