O Brasil (ainda) é o país do futuro

A Europa está um tédio

Vamos transar com estilo

Nós só temos um remédio

Descendo o Rio Nilo

(Capital Inicial)

 

É questão de ler os jornais e deduzir: se a Europa está em crise e o Brasil é a tal “bola da vez” da economia internacional, qual é a coisa lógica a se fazer se você é um brasileiro expatriado ou um europeu com família no Brasil? Vir para cá, é claro. Só que não.

Porque apesar de os indicadores econômicos provavelmente estarem corretos a respeito do que está sendo medido (pleno emprego, inflação estabilizada, dívida externa paga ou equacionada – nunca sei -, crescimento industrial, aumento da renda da “nova” classe média), a verdade é que o Brasil, como dizia Tom Jobim, não é para principiantes.

O que está acontecendo aqui é um fenômeno importantíssimo e que certamente irá deixar marcas na estrutura socioeconômica do país, sim. O problema é que indicadores não mostram realidades absolutas, e sim comparativas. A classe média hoje tem mais renda do que já teve no passado, o que não necessariamente significa uma renda alta. Segundo o critério oficial, faz parte da classe média a família que tenha renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019. Este critério me coloca direto na alta classe alta brasileira. Ou seja.

Além disso, viver no Brasil é muito caro. Caríssimo. Tem a questão dos produtos que custam o que as pessoas estão dispostas a pagar, mas outro ponto que não pode ser esquecido é que o Brasil não é um país pronto. Não temos infraestrutura disponível para todos, e por infraestrtutura estou querendo dizer o básico: saúde, educação, moradia e transporte. Uma família de classe média com quatro pessoas, aqui, precisa desembolsar alguns milhares de reais apenas para ter acesso a escolas (particulares) e médicos e hospitais (idem). Isso sem falar nos alugueis da bolha, se a ideia for morar no Rio de Janeiro, e na precariedade dos transportes coletivos, que explicam o motivo de toda família ter pelo menos um carro na garagem.

Quer dizer, estamos crescendo porque temos espaço para crescer. Afinal, para quem não tinha nada, quando melhora um pouquinho já dobrou de tamanho. Mas vamos devagar com o andor que o santo é de barro. Ter uma sociedade menos desigual é um sonho distante – e para chegar lá, ainda precisamos comer muito arroz com feijão.

 

-Monix-

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