Ainda sobre biografias

Sobre o tema das biografinhas, como diria F., eu queria dizer uma ou duas coisas, aqui no meu Reino da Opinião Não-Solicitada:

– Sim, soy contra probir a publicação prévia, sob qualquer alegação. Ainda acho genial aquela frase “discordo totalmente do que você diz, mas vou defender até o fim o seu direito de dizê-lo” – quem foi mesmo que falou isso?

– Agora, vamos combinar que o polvo da emepebê tem uma péssima assessoria de comunicação. Erraram em tudo: no nome da associação – imperativo, arrogante, professoral; nos argumentos pífios e na porta-voz, alguém que nunca primou pela habilidade de relacionar-se com a imprensa. Ou de relacionar-se lato sensu.

– Fiquei mais chocada com os textos do Chico e do Caetano do que propriamente com suas opiniões. Confusos, evasivos, mal-escritos mesmo. Neste sentido, eu realmente esperava mais deles.

– Chico pergunta se, no caso de proibir que a Globo o citasse, se isso o tornaria um censor. Sim, meu querido, deal with it. Censor e censura viraram xingamento supremo na cultura brasileira, não sem motivo. Mas devemos deixar de demonizar as palavras e questionar as atitiudes.

– Fiquei incomodada com comentários, não raros, que mal escondiam um rancor ou um ar de ‘bem-feito” nas entrelinhas. Li mais de uma vez coisas como “os seus ídolos”, “aqueles que veneram o Chico agora tem que lidar…” Se o cara se decepcionou com alguém que idolatrava, faça um mea culpa ou se esconda embaixo da coberta. Mas começar um texto dizendo como eu me sentia antes e o que devo pensar agora? Ah, para.

– E como sói acontecer aqui, o que era para ser discussão, debate, vira ‘polêmica’, essa coisa vazia, superficial e pessoal, do mesmo campo semântico de ‘celebridade’. Vira um Fla-Flu, um contra ou a favor infantil. A propósito: nunca achei nehum desses caras infalível, nem vou deixar de apreciá-los por achar que estão equivocados.

– Agora: sério que é a primeira vez que vocês decepcionaram com o Caetano? Eu não. E nunca discordaram do Chico antes?! Desculpaí, gente, mas minha relação com ele é mais forte que isso. Basta lembrar que o cara é tricolor, o que comprova a minha extrema leniência. Eu continuo querendo dar para ele – embora tenha sido informada, por fonte fidedigna, que o Paulinho da Viola manda melhor ;-) (Ih, será que ele autorizaria o post, se lesse?) .

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Helê

7 Respostas

  1. Finalmente, alguém escreveu alguma coisa que preste neste inútil bafafá. E é inútil porque cedo ou tarde a proibição vai cair, seja por nova lei no Congresso, seja pela ação no STF.

    Se você achou útil, me dou por satisfeita :-)
    Beijoca procê,
    Helê

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  2. ai amiga, adoro quando to com preguiça de formular uma opinião e vc vai lá e faz pra mim. Valeu! E realmente, pensar que a Paula Lavigne pode ser porta-voz de alguma coisa é até engraçado, parece pegadinha. :)

    Frida Helê formulando opiniões prazamigue desde sempre, hahahahaha!
    beijoca!
    H.

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  3. Foi Voltaire, segundo a Nat!

    Valeu, Ju. Formô Voltaire! :-)
    Bj,
    Helê

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  4. Eu curti, Emma Bovary curtiu. Você escreveu tudo o que penso e não saberia dizê-lo de forma tão genial. Adorei!

    Merci!
    Beijo,
    Helê

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  5. eheheheheheeh
    acho que como vim pelo link da Monix no feissy, tava achando que o texto era dela. Vê se pode? Mas no final, antes mesmo da assinatura, fez se luz.

    ;-)
    bisse,
    Helê

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  6. Concordo com você.

    Então é isso, ‘tamojunto’ :-).
    Aquele abraço, Tereza;
    Helê

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  7. Genial, Helê. E, btw, discordo mais da Paula Lavigne do Caetano que do Fluminense do Chico.

    Poizé, Rê. Caetano é complexo. Ou não. :-D
    Bom te ver por aqui; bj,
    H.

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