Rolezinho – um comentário

“Minha mãe me deu ao mundo de maneira singular me dizendo uma sentença:
pra eu sempre pedir licença, mas nunca deixar de entrar.”
Caetano Veloso (via abestados)

Aconteceu ali, na pracinha do feice: durante uma conversa sobre o Rolezinho alguém disse que duvidava “que eles estejam fazendo isso motivados por alguma consciência social”. Pois eu creio que não e esta suposta falta de “consciência social” só torna o rolezinho ainda mais legítimo, a meu ver. Os caras não estão indo ao shopping para protestar, estão indo porque podem – ou deveriam poder.  Foram os shoppings que transformaram isso numa questão social. O capital politizou o movimento. E, ato contínuo, o criminalizou.

(E eu nem vou comentar que já me pediram muita coisa no shopping – cpf, contracheque pra fazer prestação – mas consciência social, nunca).

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“These boys found some sunglasses and never looked back. For the two days I spent at the Orphanage, the glasses never left their face. I am convinced they slept with them on. I guess we can all agree that they look as cool as they were thinking they looked. Niamey, Niger 2011”

Helê

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Pastilhas Garota (porque Drops, só da Fal*)

hortelaNo Rio de Janeiro vivemos agora naquela estação do ano em que o calor tem sobrenome, em geral chulo: “Saí do metrô e aquele Calor do Cacete…”, “Eu é que não vou lá com esse Calor do C*r*lho”, e assim por diante.

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Sou só eu que penso sacanagem quando a voz do Candy Crush fala “Delicious!”?

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Um dos problemas das redes sociais  é que funciona feito novela que, mesmo acompanhando, você SEMPRE perde capítulo. Então sempre falta uma parte importante. Essa semana, por exemplo acompanhei A. puto da vida; depois soube que que ficou aliviado e bem melhor. Mas o babado mesmo, jamais saberei. Inferno.

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Já a C. falou do aniversário do filhote, que do alto dos seus 6 anos contesta a gramática e denuncia a incoerência da palavra feminino ser masculina. E eu me lembrei de outro menino, igualmente sagaz, que achava que Deus é mulher porque, afinal, todo mundo fala ‘graças a Deus’, ué.

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Eu disse que em 2014 ia escrever mais, não prometi ‘bem’ nem ‘relevante’. #medeixa

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Baideuei, neste ano completamos, em maio, DEZ anos de Duas Fridas. Eu acho que merece festa, se possível várias. E vocês, como acham que devemos comemorar? Sugestões na caixa de comentários, por favor.

Helê

*Drops da Fal,  o melhor da internê desde… sempre, oras.

Disfarce

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(Do Wishfulthinking)

Helê

Eu que agradeço

Ontem, indo para uma festa no Arpoador, peguei um ônibus para atravessar Copacabana. Fui recebida pelo cobrador mais entusiasmado que já vi: no saudou com um sorriso e um animado “boa noite”. A cada vez que o ônibus se aproximava de um ponto, anunciava, a plenos pulmões: “próxima parada Figueiredo Magalhães, Siqueira Campos, metrô”. Disse a ele que este era um serviço muito útil, que deviam gravar as mensagens e reproduzir em toda a frota. Ele respondeu que faz essa rota há quatro anos e que já conhece tudo, mas os passageiros nem sempre sabem onde devem descer. “São turistas!”

A cada parada, as pessoas desciam felizes, agradeciam, e ele respondia com perguntas sobre suas cidades de origem, fazendo brincadeiras sobre bairros e times de futebol. E no final, repetia o mesmo bordão: “eu que agradeço pela companhia de vocês”.

Eu já trabalhei em plantões de Natal, Ano Novo e Carnaval, pois mesmo nos feriados as pessoas querem ver notícias – por isso, sempre fico solidária com os médicos, enfermeiros, motoristas e cobradores, taxistas, lixeiros, porteiros, ambulantes, garçons, cuidadoras e babás, enfim, todos os profissionais que precisam abrir mão de seus feriados entre família e amigos para fazer seu trabalho. Mas nunca tinha visto uma pessoa cumprir essa tarefa com tanta alegria. Foi uma maneira muito especial de me despedir do ano que terminava, e gosto de acreditar que o seu Ramiro ajudou a preparar o terreno para um 2014 mais positivo.

Se me permitem a metáfora barata, no fundo nossa vida é mesmo uma viagem de ônibus, e a gente pode escolher atravessar essa grande Copacabana reclamando, resmungando, ignorando quem está à nossa volta, ou podemos receber quem chega, seja quem for, com um sorriso, e nos despedir, sempre, com gratidão.

Então, antes que a viagem acabe, quero dizer, de coração: eu que agradeço a companhia de vocês.

-Monix-

Vai dar certo

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(Do Child of Africa)

Porque como diz o velho deitado, deixemos o pessimismo para tempos melhores… ;-).

Helê

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