E a Maratona de Boston tem um campeão americano depois de mais de 30 anos, na primeira edição após o chocante atentado de 2013. Não assim um americaaaaano como eles gostariam: o cara nasceu na Eritreia, tem sobrenome impronunciável e é preto, mas who cares? Encaixa no enredo de superação e redenção que eles tanto prezam. Os narradores da emissora em que que vi falavam em “real american dream“, pra você ter uma ideia. E comemoraram aos berros, pra Galvão nenhum botar defeito.
Mas a minha rabugice não é maior que meu sentimentalismo, e eu me emocionei com a chegada de Meb Keflezighi, apenas 10 segundos antes do 2o colocado, ovacionado pela multidão. Ok, Tio Sam vai transformar tudo isso em código de barra, vender e lucrar, indeed, mas a matéria prima é genuína. Leio agora que o cabra tem 39 anos e, mesmo tendo uma medalha olímpica no currículo, não estava em nenhuma lista de favorito. Que dizer, o típico azarão que a gente gosta de ver ganhar porque se identifica.
(E eu, que no ano passado era a única pessoa realmente chocada com as imagens do atentado no meu local de trabalho, passei parte do feriado de hoje catando informação sobre a maratona na internet. Corredores entenderão ;-) ).
Helê
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“Leio agora que o cabra tem 39 anos e, mesmo tenho uma medalha olímpica no currículo, não estava em nenhuma lista de favorito”
Este “tenho” é um ato falho ou uma promessa?
Hahaha, é dislexia digital, Ricardo. :-D Obrigada por apontar, vou mudar lá.
Beijo,
Helê
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Bela vitória e belo texto!! Indeed!
Obrigada, querida, adoro ver você por aqui!
Beijo!
H.
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