Reverência e carinho

President Obama kisses poet and author Maya Angelou after giving her the 2010 Medal of Freedom in the East Room of the White House February 15, 2011 in Washington, DC.

President Obama kisses poet and author Maya Angelou after giving her the 2010 Medal of Freedom in the East Room of the White House February 15, 2011 in Washington, DC.

Entre as primeiras linhas escritas para lamentar a partida e honrar a trajetória de Dr.  Angelou, transcrevo a de J. K Rowllins:

“‘Se você está sempre tentando ser normal, nunca saberá o quão incrível você pode ser.’ Maya Angelou – que era absurdamente incrível.”

Helê

 

 

 

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Dez anos, duas fridas

Dois mil e quinhentos posts depois, parece que já falamos sobre tudo.

Tem um pouco disso – a sensação de esgotamento dos assuntos – e também um bocado do fato de que hoje a internet é mais pulverizada, e naturalmente a frequência aos blogues caiu, tanto dos leitores quanto dos próprios blogueiros, que hoje temos muitos outros outros canais pra levar nossos trenzinhos do ego para passear. O fato é que hoje escrevemos menos do que antes. Mas, como disse muito bem minha sócia no post aqui debaixo, além de um passado nós temos um futuro. Somos, afinal, sobreviventes: há quantos anos é anunciada a morte dos blogues? E olha nós aqui, resistindo no espírito original, sem monetizar, sem tematizar, sem instagramizar, pinterestar, tumblerizar. Apenas mantendo o contato e disseminando nossas opiniões não solicitadas por aí.

Não sei se duraremos mais dez anos – acho ousado pensar em tanto tempo numa época de iniciativas tão efêmeras. Mas se já viramos uma década, nada nos impede de completar a segunda.

Acompanhemos.

-Monix-

Duas Fridas, dez anos

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Sim, mes amis, e assim se passaram 10 anos – e mesmo sem ver o rosto de algumas leitoras e leitores (para manter a citação musical), ainda assim estabelecendo conexões. De intensidade, duração e natureza variadas, mas sempre válidas, muitas vezes memoráveis e – sorte a nossa! -,  algumas realmente preciosas.

Mudamos de endereços, estado civil, cargos, emprego, opinião, roupa; mudaram as estações e muita coisa mudou, como é de se esperar nm espaço de tempo como esse. Ainda mais neste espaço-tempo digital em que os anos se contam mais ou menos como os anos de cachorro. Aos 10 anos de blogue nós, que somos do tempo do orkut, da época do ABC (ou seja, muito antes do 3G); do tempo em que wireless tinha fio, nós somos dinossauras da blogosfera, e resistimos aqui, menos frequentes, mas ainda relevantes, ouso considerar.

E, exceto pela remota possibilidade de um E.L.E. (evento que leva à extinção), gosto de pensar que ainda estaremos por aqui por mais algum tempo. Em meio às múltiplas e velozes transformações desses nossos tempos,  ainda permanece, a despeito do que dizem, o poder da palavra. O poder de unir pessoas, pensamentos e energias através desta invenção insuperável, do mesmo modo como a gente liga pontos nas revistas de passatempo, formando figuras surpreendentes. Quero continuar exercendo, bordando, cantarolando palavras por aqui, na esperança de uni-las a outras e viver essa aventura gratificante que é o encontro. Foi o melhor que tive dessa experiência, que começou com o encontro um tanto improvável entre mi Sócia e eu. Mais uma vez e sempre, obrigada a ela e a vocês.

PS: Vamos inverter a ordem este ano: avaliaremos, com enormes chances de aceitação, os convites de vocês  para a comemoração :-)

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Prontas pra festa!

Helê

 

Mulheres invisíveis

Hoje é um dia importante para quem curte futebol – o que não é bem meu caso. Daqui a pouco começa a final da Champions League, jogo que até eu, que não entendo muito e não acompanho o calendário, sei que será emocionante. Dois times espanhóis estão na disputa, e nenhum deles é o Barcelona.

Bom, daí uma cervejaria (chamemos de Rainequem, não quero pôr azeitona nas empadas desse povo) achou por bem fazer uma campanha de impacto, à altura da importância do evento.

E quase conseguiram. O comercial é bem produzido e traz uma ideia nova, criativa, sob medida para agradar o público-alvo. Só que. Bem, estamos em 2014 e até hoje as cervejarias continuam achando que só homens consomem seu produto.

(Nessas horas dá pra entender por quê o conceito de chopinho feminino é tão revolucionário.)

Acho espantoso que até hoje as cervejarias não tenham entendido que mulheres também são consumidoras. A propaganda continua sendo uma conversa de homens para homens.

Imagem

“Tudo para ela pensar somente em sapatos, em vez de onde você está”

“Você feliz com seus amigos. Sua mulher feliz com você.”

O que me irrita não é o sexismo. É que é como se as mulheres nem existissem. Pelo menos não no diálogo. Não há interlocução com as mulheres, nem que seja para tratar como seres de segunda classe. Fala-se sobre as mulheres, não com as mulheres. Os caras lançam uma liquidação de sapatos (não vamos nem entrar no mérito do estereótipo de chata-louca-compradora-compulsiva) e não se dignam a falar com as mulheres – avisam aos maridos delas. 

Mulheres não bebem cerveja. Não assistem futebol. Não pagam por seus sapatos. Olha, tem hora que cansa, viu.

-Monix-

Antes tarde que mais tarde ainda

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Chegou a minha vez de pedir a bênção à Madrinha, Sócia . <3

Helê

PS: Publico a foto sob protestos – os meus, porque achei ruim. Eu perco a pose mas não o post ;-)

 

Mães & filhos

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(Shirley MacLaine and her daughter, Sachi – hollywoodlady/Howiviewafrica)
58a781a28c1ba0cd515b66247749e6c2(Mother and daughter lying on floor, laughing, elevated view por Dan Dalton em Getty Images)
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(Mother and child por joel suganth em FlickrLaughter por Dr Lindy em Flickr)

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(Supruntu)

Helê

 

Remendado

Remendado

(mending por SerenityRose em Flickr)
Da série “Corações”

Helê

Estações

Depois de um verão incandescente que pareceu interminável, o outono tomou posse de uma hora pra outra, como se tivesse apenas ido ali comprar cigarro. Não houve transição, a temperatura não foi cedendo. Dormimos nus e no dia seguinte já foi preciso um casaquinho. Fiquei um pouco desnorteada, preciso de transições, rituais, equinócios. (Tenho dificuldades com rupturas).  Acho que isso explica a temporada recente de banzo e desânimo: estações se sucedendo apressadamente, o tempo virando sem me dar tempo para me acostumar. (Preciso de uma explicação, nem precisa ser lógica.)

**

Sabe ‘I put a spell on you’? Poizé, acho que foi isso. Sendo que, o ‘you’, no caso, sou eu. Quer dizer: musicalmente impecável, afetivamente um desastre. Fecho com a Nina Simone, mas podemos mudar para ‘Feeling good’?

**

Ando cansada. Cansada das pessoas, cansada da maneira como lidamos com o mundo, como fazemos política. Cansada de estar cansada. (Resistirei até o último momento a dizer que estou cansada do feissy porque eu acho que ele é só o meio).  Às vezes acho que a gente fica andando em círculo, pregando para convertido – alguns com inegável talento, é verdade, but still… – enquanto na vida real nossa sociedade acha que mulheres merecem ser atacadas, não importa a premissa.  Cansada, muito cansada.

**

Eu sinto inveja, sim. Não do tipo ‘você não merece’, mas da categoria ‘por que não eu?’ Eu tenho ciúmes de quem amo. Eu procrastino, vergonhosamente. E nunca conheci quem tivesse levado porrada.

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(Ezgi Konucu)

Helê, em algum momento no fim do verão

Tô saindo…

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…de férias, liga depois se for papo sério. :-)

Helê

 

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