A vida pós-escritório

Então que sair da tal zona de conforto nem sempre é assim tão desconfortável.

Meu primeiro dia pós-escritório foi feito de uma multiplicidade de afazeres, misturando trabalho intelectual e braçal, doméstico e público, ócio e atividade. Bem como eu desejava.

Comecei a tomar algumas providências importantes, como registrar um domínio e cuidar de outras coisas que devem ser feitas para o projeto home office ficar de pé o quanto antes. Não tive a felicidade de nascer rica (mas sou rycah!, é claro), por isso preciso voltar a ser produtiva produzir trabalho remunerado em breve. (Tinha escrito “ser produtiva”, mas apaguei. Toda essa mudança de vida tem justamente esse pano de fundo: minha vida não será mais definida pelo contracheque. Existem outras medidas do sucesso, e é em busca delas que estou partindo.)

No fim da tarde, precisei ir ao Centro da cidade para resolver umas burocracias relacionadas ao meu desligamento da empresa. Fui de metrô e resolvi voltar de ônibus, o que se mostrou um erro por dois motivos: descobri no meio do caminho que não precisaria mais buscar meu filho numa aula, e para voltar direto para casa deveria ter pego outro ônibus; e, para variar, o trânsito estava completamente parado, num congestionamento anormal até mesmo para a hora do rush. Tudo bem, não tinha pressa para chegar em casa. O tempo é, agora, para mim, um recurso elástico, do qual posso dispor, pois ele é meu e não mais “roubado” ao meu empregador.

Desci na Lagoa e vim andando para casa, sentindo pena dos motoristas presos nos carros que andavam a dez por hora. Vinte e quatro horas antes eu estava lá – não na calçada caminhando levemente, e sim dentro de uma máquina de gastar combustível fóssil, correndo para chegar nem sei bem onde.

Meu novo caminho é cheio de riscos, mas é um preço que escolhi pagar em troca de construir meu novo futuro. Não sei se vai dar certo, mas preciso tentar.

-Monix-

6 Respostas

  1. […] sério. Cinco anos atrás, vocês sabem, eu pedi demissão de um emprego estável para trabalhar em casa por conta própria, movida principalmente pelo desejo […]

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  2. […] nesse longo processo de transição de carreira que começou, vejam só, em abril de 2015, quando pedi demissão de um emprego considerado bacana mas que já não me satisfazia. Fui atropelada por um cenário […]

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  3. […] eu esperava era um ano mais gentil. Se consegui, foi porque Urano, Saturno e Plutão também passaram por aqui fazendo sua revolução. Os resultados concretos (sendo a medida do sucesso o resultado financeiro) está vindo bem aos […]

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  4. Monix, boa sorte :o)

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  5. Caminhar lentamente apreciando a brisa e a paisagem (que nem precisa ser a da Lagoa) em pleno dia e hora útil é uma das melhores sensações que há. Felicidades, Monix.

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