Por uma vida mais ordinária

Tomar a decisão de deixar um emprego fixo para apostar num caminho mais flexível, mais prazeroso e também mais arriscado não é nada fácil. Para fazê-lo, passei muito tempo (alguns anos) sonhando com isso, e, claro, me programando de várias maneiras, inclusive psicologicamente – e financeiramente.
Não foi, portanto, uma atitude irresponsável, mas mesmo assim interromper o fluxo de caixa, ainda que temporariamente, é algo que dá muito frio na barriga.
Ao botar na ponta do lápis, porém, percebi que trabalhar em um ritmo mais tranquilo também acarreta em gastar menos dinheiro. E não só por causa dos almoços diários em restaurantes no Centro, nem pelo fato de que precisarei de menos roupas caras e gastarei *bem* menos gasolina.
(Na verdade, estou avaliando a possibilidade de no futuro nem ter carro. Talvez seja um gasto desnecessário. A conferir.)
Mas, além desses cortes óbvios, há outras formas de economizar.
Por passar o dia todo no trabalho, gasto mais porque não tenho tempo de pesquisar o menor preço, ir ao supermercado mais barato, etc. Pago caro por serviços que poderiam ser realizados no comércio do bairro, mas que acabo indo buscar no shopping, que fica aberto à noite e nos fins de semana. Por exemplo, ontem fui ao cabeleireiro da esquina e gastei – acreditem – 40 reais para fazer uma escova.
Não preciso investir uma nota preta em uma academia que não frequentarei por motivo de exaustão física e mental. Acordo cedo e caminho no Jardim Botânico, na Lagoa, no Parque Lage: tudo grátis e mais saudável.
E principalmente elimino algo que chamo de Efeito Eu Mereço. Trabalhando demais, me sentia “merecedora” de pequenos mimos, como se estivesse roubando algo de mim mesma e depois precisasse me recompensar comprando coisas de que na verdade não preciso. Com um padrão de consumo mais baixo, dá pra viver com menos.
Menos dinheiro, é claro. E mais de todo o resto.

-Monix-

5 Respostas

  1. […] dei conta que justo neste mês eu defendo minha dissertação de mestrado e dou mais um passo nesse longo processo de transição de carreira que começou, vejam só, em abril de 2015, quando pedi demissão de um emprego considerado bacana […]

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  2. Incrível você :o)

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  3. Adorei ler esse seu texto. Você sabe que estou voltando e minha ideia é justamente tentar o menos pra conseguir o mais. Talvez custe um pouco (pra mim) porque nem sempre é o mais fácil e eu sou muito de seguir a correnteza. Mas você me inspira.

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  4. Na torcida, Monix!

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  5. Estou adorando isso. E torcendo demais por você!

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