A vida começando agora

Abrir as comemorações do aniversário de 40+ (quem está contando?) com a realização de um sonho adolescente não é algo que aconteça todo dia.

Mas a Helê consegue essas coisas. Porque alguém com a maravilhosa energia que essa mulher tem só poderia atrair as melhores coisas para si e para quem está ao redor.

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E foi assim que nós nos vimos de repente numa noite mágica, que revisitou o tal sonho adolescente de ir ao Rock in Rio (não deixem de ler o post em que contamos essa história).

Mais uma vez, este ano não conseguiremos comemorar juntas, pelos motivos de sempre. Mas já tivemos nossa celebração particular – com as melhores companhias, e com direito a show pirotécnico no final. :)

Feliz aniversário, sócia! Que seu espírito, como o do Mr. Rod Stewart, permaneça forever young!

-Monix-

PS: Geide, we’re gonna miss you forever…

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Uma cidade maravilhosa, de fato

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Eu quero viver em uma cidade onde o medo não tenha lugar nem poder

(visual-poetry: »i want to live in a city where…« by martin firrell (+)

Helê

Defeituoso

Broken Heart Collage on damaged photo with thread and lace for the JAC project.

Broken Heart
Collage on damaged photo with thread and lace for the JAC project.

(Encontrado em ipernity.com)

Da série Corações

Helê

♥ Viola

 

Pode me chamar de Viola Davis“, eu disse aqui neste blogue, no post sobre o Oscar deste ano.  Lembrei disso ontem com um orgulho danado depois de assistir a esse vídeo que me comoveu até a raiz dos cabelos. Um discurso absolutamente irretocável, desde o olhar dela para a plateia antes de falar até os aplausos emocionados das sisters ao final. Difícil destacar um trecho; fosse um livro meu seria um grande parágrafo sublinhado com exclamações nas margens. Ele é perfeito inclusive como peça de comunicação: tem a duração ideal, começa de maneira inesperada, possui a medida certa de emoção e racionalidade. Para ver e rever muitas vezes. Viola me represeta.

Helê

PS: Esse post inaugura a categoria “I’m black and I’m proud’, que reúne os textos que tratam de relações raciais, racismo e afins. Já falamos sobre o tema muitas vezes aqui, mas só agora tive essa inspiração de utilizar a canção de Mr. Dynamite para nomear a categoria.

#merepresenta

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(Encontrado em iconosquare.com)

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Helê

Espiando

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(♥ The slit – by Luis Mariano González,  500px.com)

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(Don McCullin, West Berlin, Germany, November 1961, lightbox.time.com)

 

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(Circus peeking – Distinguished Companydistinguishedcompany.tumblr.com)e61edf09c70e565f49f5f7bca4da61f6(Smocked Playsuit,mabokids.com)

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Dora Maar, 1934; varietas.tumblr.com)
254f3753a74f73789254a5f768fec4e5(Encontrado em barnorama.com)
be4c2fdcba7da82d7ae584cdc2dc8c9c(neoretro.tumblr.com)

Helê

Tijucamérica

Lembro de quando conheci o livro, ou quando tomei conhecimento de sua existência. Foi numa noite memorável, em que saí à procura de alento e encontrei cerveja e celebração. Era o segundo turno da eleição presidencial do ano passado, e durante todo o dia o fogo cruzado de informações contraditórias, alarmistas e preocupantes deixou o meu sistema muito nervoso. Aí a Lôra disse que tava no bar com uma turma bacana e lá fui eu. Ângela foi me apresentando aos outros ansiosos eleitores da Dilma enquanto acompanhávamos a apuração. Depois de algum sofrimento, comemoramos como se fosse um campeonato – embora desde então a minha alegria fosse menos com a “nossa” vitória e mais pela derrota do outro. A turma foi crescendo até que alguém sugeriu: “Vamos pro Chico!”, e segui como se soubesse onde era. Já não importava o destino, eu havia sido incorporada ao grupo e era boa a companhia. Além 544913_826520687368508_4574069953765195040_nda Lôra e do Cláudio, gente interessante como o professor Luiz Antônio Simas e o jornalista José Trajano. Como defini mais tarde, estava entre a fina flor da esquerda tijucana, todos espontanea e momentaneamente irmanados — ainda que fosse possível perceber variados tons de vermelho entre nós. No rubro mais extremo, o do América, estava  o Trajano, que entre uma gelada e outra comentou sobre o livro que estava para lançar. Era uma história meio doida e divertida sobre craques revividos, que misturava inadivertidamente realidade e ficção.  


“Tijucamérica” foi lançado  em agosto no mesmo Bar do Chico. A Lôra me esperava com o meu exemplar, e consegui um autógrafo do autor, embebido em carinho e cerveja. Gentilíssimo, Trajano disse lembrar de mim e da noite da eleição; achei improvável, mas retribui a deferência escolhendo acreditar. Quando iniciei a leitura, uns dias depois,  não demorou para que eu fosse fisgada por esse  verdadeiro vaudeville carioca, ou seja lá qual for o  gênero em que caiba o enredo anárquico do Trajano. No livro, ele convoca uma seleção de religiosos pra lá de ecumênica e traz de volta grandes craques do seu Ameriquinha. Pretende reverter a decadência do clube e vê-lo campeão, levantando o moral da Tijuca lato sensu, aquela que começa nas imediações do Estácio e mistura fronteiras com a Muda, o Alto da Boa Vista, Grajaú e Vila Isabel, sem demarcações rígidas. Como um bom drible,  o livro finge que é sobre algo mas não é exatamente sobre aquilo  – ou é, mas não apenas. Parece que vai ser sobre o América mas vai além, contando saborosas histórias do futebol carioca e brasileiro. Esmiuça a história da Tijuca como eu nunca li antes, mas ultrapassa seus limites: também88128_gg  é sobre o Rio de Janeiro, sua gente, seus ídolos e ícones. Entretanto, em “Tijucamérica” os contornos da cidade não são delineados pela orla, mas pelo relevo dessa terra entre morros, banhada pelo rio Maracanã e coroada pelo estádio de mesmo nome. Há inúmeras estatísticas futebolísticas, escalações e placares, mas o futebol serve mesmo como lente através da qual Trajano olha para o Rio, o Brasil e também para a própria vida (desconfio que, no fundo no fundo, trata-se de um bem disfarçado livro de memórias). Essa ode irreverente à  Tijuca e ao subúrbio me divertiu, instruiu e comoveu – mais ou menos como aquele encontro com uma turma de sonhadores renitentes numa certa noite de outubro de 2014. O fecho de um  ciclo completo, redondo como deve descer uma cerveja gelada, encantador como uma tabela bem feita. Intensificou o sentimento pela minha aldeia, seus personagens e amigos como a Ângela: Tijucamor.

Helê

Saturado

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(what a heart says por Courtney Schofe em Behance)

Da série “Corações”

Helê

No museu

 

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(crushculdesac.tumblr.com)
tumblr_mczhbplqjs1qdhq6jo1_500(The Many Faces Of Otto | Flickr – Photo Sharing! on we heart it / visual bookmark #3854810)

Helê

Relativo

O tempo, esse que a gente mata e ganha, perde e recupera, mas não consegue domar. Ilusionista perfeito, varia no espaço da nossa ansiedade, na profundidade do sofrimento, na velocidade da alegria. Nós o dividimos em muitos pedaços – décadas, segundos, trimestres – na tentativa de dominar o incontrolável, uma entidade que se mostra diferente de acordo com o lugar de onde o  olhamos. Houve quem reclamasse que agosto durou meses; já para mim, o inverno começou em maio.

Mas há, claro, algumas poucas convenções universais. Todo mundo sabe e concorda que os anos passam rápido, enquanto os dias se arrastam. Os primeiros dez dias do mês duram um fim de semana; os 20 dias restantes demoram dois meses para passar. A segunda feira dura 72 horas, até a ONU reconhece. E a manhã de sábado termina em meia hora, como se verifica em qualquer latitude. Ou é só comigo?

albert

Helê

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