OITNB

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Sei que agora Orange Is The New Black não está mais bombando. Todo mundo esperando a quarta temporada e eu querendo saber o que vai acontecer na segunda, blé. Mas deve ter alguém, sei lá, no Sri Lanka, no mesmo ponto que eu; então, colega cingalês, vamos trocar informações sobre a série. (Os demais também podem, mas sem spoilers, pfvr, como digita minha filha).

OITNB segue o que me parece uma tendência no mundo das séries que é a narrativa não-linear, que te faz querer juntar as peças do quebra-cabeça. Não é novo nem garantido – Sense 8, pelo que me lembro também vai por aí; assisti uns capítulos com interesse, mas abandonei e não fez falta, nem me mais lembro de nada. Orange tem uma protagonista, Piper, com a qual não simpatizei de cara e nem depois – eu ainda não decidi se é o personagem, a atriz ou os dois. E o cara que faz o noivo dela é o menino de American Pie, eu não consigo leva-lo a sério, mesmo sem nunca ter visto nenhum filme da franquia. Com o desenrolar da trama você fica se perguntando se a ideia era exatamente essa, ou se, novamente, o problema é o ator.

Talvez seja proposital, porque há uma quantidade enorme de personagens muito mais atraentes, como a transexual Sofia, a fanática religiosa Tiffany, a ex-viciada Nikki, a instrutora de ioga ou sexy Alex e suas impecáveis sobrancelhas.  Mesmo entre ‘os de fora’ há sempre figuras interessantes como o irmão de Piper, desequilibrado como ela, mas de um jeito totalmente diferente. A série aborda questões pertinentes, tão contemporâneas quanto atemporais, como as relações de gênero e raciais. Há um equilíbrio oscilante e satisfatório entre o drama e o humor, alguns diálogos realmente bem-escritos (a freira dizendo para a trans que, se ela está satisfeita com seu corpo ainda não é uma mulher de verdade) e cenas bacanas, como a mãe voltando para prisão depois de dar à luz e as sisters cantando no episódio final.

Fui fisgada e vi os 13 primeiros capítulos em uma semana (14, na verdade: tive que ver o 1º da segunda temporada, num guentei). Acho que estava cansada de tantas investigações de crime e julgamentos; precisei dar um passo à frente e ir para onde vão os criminosos depois. Depois das provas incontestes de laboratório, das deduções inesperadas de investigadores dedicados, geniais ou sortudos; dos closing arguments brilhantes de promotores e advogados. Um lugar às vezes bem mais sombrio que o mundo do crime itself – embora a penitenciária em questão nem seja de segurança máxima (o 1º episódio da 2ª temp. mostra que pode piorar, sempre).  O gênero prisional também tem lá seus  chavões e clichês (assim como as séries hospitalares, policiais e jurídicas), mas o sistema carcerário americano tem forte apelo: é um lado inquestionavelmente fracassado de um sistema que se pretende exemplar, de uma sociedade que gosta de se considerar superior. Em meio aos comentários sobre o protagonismo feminino na série – real e muito bem defendido pelas intérpretes -, a crítica a um sistema inepto e cruel como as prisões americanas não deve passar despercebida.

Beijo pro colega cingalês, vamos juntos pra segunda temporada! :-)

Helê

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Incontido

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(joriskuipers.exto.nl)

Da série Corações

Helê

 

Solidário

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(Rena | Hear Hear Amsterdam)

Da série Corações

Helê

 

 

Legendas, por favor

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(Black & White)

Reeditando a série que só funciona com a participação dos nossos tímidos leitores: faça uma legenda para a foto acima nos comentários. Valendo uma das já lendárias mariolas Dufas. :-)

Helê

Simetria

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(arabamolsamontgiymezdimJesús Jaime Mota via findus)

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(theclassyissue; Photo: Janine Niépce)

Helê

São Sebastião, padroeiro: salve!

"São Sebastião", serigrafia, 1997, Glauco Rodrigues.

“São Sebastião”, serigrafia, 1997, Glauco Rodrigues.

“São Sebastião, proteja essa cidade linda e seu povo que, mesmo sofrido, tem uma alegria genuína!
Infundi em nós a energia necessária para que cuidemos bem de nossa terra e o discernimento e a inteligência suficientes para escolher vereadores e prefeitos que não maltratem e vilipendiem ainda mais esses quase 7 milhões de pessoas!
O senhor é guerreiro e há de nos proteger nas batalhas cotidianas!
Livrai-nos desta guerra contra pretos e pobres, e que todos possamos seguir a vocação à felicidade!
Amém!”

Oração da pastora Lucia Helena Almeida, carioca de raiz, flor e frutos, com quem eu vivo encontrando na mui leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Quase sempre da maneira mais carioca possível: na rua, no samba, sem combinação,  com muita alegria e alguma cerveja. Ninguém mais habilitado para dizer uma reza para nosso padroeiro, nossa cidade, por todos nós.

Helê

Inacabado

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(Um oferecimento de Cláudio Luiz, o lord)

Da série Corações

Helê

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(Personal Illustration 2015 summer por Karol Banach em Behance)

Helê

 

Deserto

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Morro de curiosidade de conhecer um deserto, acho fascinantes as cores, as proporções, as texturas. Dia desses vi um documentário sobre o deserto da Namíbia, que tem encantos peculiares como o encontro abrupto com a costa, a neblina formada a partir dessa junção, as dunas mais altas, atingindo até 300 metros de altura. Mas fiquei impressionada mesmo ao saber que, sendo o deserto mais antigo do mundo (tem algo em torno de 55 milhões de anos, enquanto o Saara não tem mais que sete), possui o maior número de espécies animais. Eu esperava o contrário, que num lugar inóspito há tanto tempo a vida animal fosse restrita, microscópica. Que nada: insetos, répteis e até mamíferos como antílopes e elefantes adaptaram-se como em nenhum outro ecossistema semelhante. No deserto mais antigo a vida animal é abudante porque aprendeu a se adaptar; o tempo mostrou-se uma vantagem  para que a vida encontrasse meios de resistir e se perpetuar, a despeito das condições, contra as expectativas.

Uma ensinamento que não consigo esquecer, embora suspeite que não tenha sido capaz de compreendê-lo plenamente. Lição tão poderosa que sequer ouso usá-la como metáfora para o que quer que seja. Mas, sei lá, me soprou uma esperança difusa.

Meu coração não se cansa.

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Helê

De escritor

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(Mitch Blunt Editorial Illustrations)

Da série Corações

Helê

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