Quem sabe ler o que está escrito nas estrelas já vinha avisando há alguns anos: até 2015, preparem-se para um período de mudanças estruturais, que irão acontecer por bem ou por mal. Isso por conta de aspectos entre planetas lentos, como Urano (o planeta das transformações), Saturno e Plutão. Por serem lentos, seus efeitos trazem impactos geracionais, e não apenas individuais, como costumamos pensar a astrologia.
Pois bem, o que estava previsto eram mudanças na base do “doa a quem doer”, com radicalizações e mudanças profundas que levariam a uma grande renovação.
A renovação ainda estamos esperando, mas mesmo o mais cético dos leitores deste blog há de concordar que, seja culpa de Urano ou não, o mundo está ao contrário e todo mundo reparou. 2015 foi um ano de rupturas, grandes e escandalosas – como disse uma amiga que entende dessas coisas, “haverá quebra nas estruturas de poder, mas quem está no topo vai cair esperneando”. É claro.
E foram muitas quedas. Uma migração em massa de refugiados que ameaça acabar de vez com o precário equilíbrio europeu. Um sem-número de atentados tão chocantes que pela primeira vez a América dos direitos individuais discute seriamente o controle de armas. Um conflito aberto entre os três poderes no Brasil, com os podres de cada um deles sendo expostos da maneira mais traumática possível. Abalos gravíssimos nas duas maiores empresas de exploração mineral do país – poucas coisas são tão pouco “nova era” quanto cavar buracos e poços gigantes para tirar petróleo e minério de baixo da terra. Uma inundação de lama tóxica, a maior metáfora tornada concreta que já vi na vida. Um mosquito minúsculo deixando o país em pânico. Um senador, um banqueiro, latifundiários e os maiores empreiteiros (ou seja, todos os segmentos do poder político e econômico) vendo o sol nascer quadrado. Olha, se o roteiro de 2015 tivesse sido escrito por um autor de filme catástrofe, a gente não acreditaria. Foi um ano em que precisamos aplicar o conceito de suspension of disbelief ao mundo real.
Agora só nos resta esperar que dessa terra arrasada surja uma nova ordem, e que, como explicou Chico Buarque, até o que piorou, seja porque melhorou. (Quem ainda não viu o documentário sobre o nosso menestrel, veja. A explicação para esta citação está lá…)
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No plano pessoal, só o que eu esperava era um ano mais gentil. Se consegui, foi porque Urano, Saturno e Plutão também passaram por aqui fazendo sua revolução. Os resultados concretos (sendo a medida do sucesso o resultado financeiro) está vindo bem aos poucos – o que esperar de uma economia regida pelo cenário descrito ali em cima? Mas eu queria viver melhor, e isso, definitivamente, estou conseguindo. Sigamos em frente, um passo de cada vez.
-Monix-
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