(Salvo de Society6)
Da série Corações
Helê
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Da série Corações
Helê
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Dez anos atrás, perdi deliberamente o show dos Stones em Copacabana, para horror das minhas amigas roqueiras — entre elas minha sócia Monix. Eu achava, não sem razão, que conhecia muito pouco para suportar os outros 999.999 espectadores. Declinei, mas a indignação dazamigue instigou meu interesse e comecei a aplicar doses regulares de RS na veia musical. Nesse meio tempo assisti “Shine a light“, do Scorsese, que eu adorei, e decidi então que não perderia nova oportunidade de ver Rolling Stones ao vivo, se tivesse. Tive*, e no sábado parti para o Maracanã, empolgada o suficiente para encarar a multidão de mais de 60 mil pessoas.
A única boa foto que consegui foi de “Sympathy for the devil”. Eu, heim.
Som, luz e cenários de altíssimo nível, exatamente como se espera de um show desse naipe.
Ronnie Wood é o regular guy da parada porque, né, toda banda precisa de um.
Keith Richards, o Highlander, foi ovacioado no Maraca sem fazer gol, mas pelo conjunto da obra. Emo-cio-nan-te. Apesar de tocar há mil anos, deixa a impressão que ainda se diverte, e muito.
Mick fucking Jagger definindo o que é presença de palco e o que faz exatamente um leading man. Uma energia inacreditável e genuína, o tesudo mais improvável do rock. Sem vestígio de beleza, com sua dança desengonçada que só nele faz sentido, do alto dos seus 72 anos (!!!) ele continua sexy, e não é pouco.
Mas para mim a grande atração foi Charlie Watts, o baterista com cara de mordomo, a coluna mais ereta do show bussiness mundial. Parafraseando a Tina, no verbete “Impassível” do dicionário tem a foto dele. Em meio ao visual e estilo esfuziantes dos demais integrantes, Watts mantém a decantada fleuma britânica tocando bateria como se violino fosse: com precisão, classe, vigor e postura impecável. Vestindo uma calça azul e uma camisa amarela, parecia ter acabado de acordar. Ou que veio entregar um Sedex de Londres e aproveitou a viagem pra fazer um show. Fiquei hipnotizada, achando que ele é o cara, exatamente por não ser, sabe como?
Para minha alegria atravessar o mar só faltava uma música, e ela veio aos 42’ do segundo tempo. Dei um pulo quando vi um coral no palco e sim, era “You can’t always get what you want”, hino/mantra/oração/consolo que já me acudiu muitas vezes. Aí foi correr pro abraço e celebrar o fim da partida com “Satisfaction”, que I’ve got a lot, contrariando a letra da canção. Um show impecável e histórico, como só os grandes sabem fazer.
*Obrigada S., pela oportunidade e companhia perfeita.
Helê
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Quando algo que parece grande se mostra muito maior.
Helê
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Da série Corações
Helê
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Tenho um nome a lazer, como já disse aqui algumas vezes. Uma reputação conquistada depois de quilômetros de serpentina, nuvens de purpurina, confetes grudados na alma até hoje, desfiles sob o sol inclemente e debaixo de chuvas desnecessárias. Porres e perrengues igualmente homéricos, histórias impagáveis, flertes impegáveis e desfiles memoráveis. Uma folha corrida carnavalesca que inclui a fundação de um bloco* e um vasto acervo de acessórios, memórias e alegrias onde as datas se confundem, mas nada se perde e tudo transborda.
Apesar ou por tudo isso, não sei fornecer roteiros, simplesmente porque não há um mapa secreto com um xis certeiro no carnaval bem-sucedido. Não para esta festa de desacertos perfeitos, inversões e reversões, libertina e insolente por natureza, mas que beleza. No reinado do deboche e do improviso, minhas poucas certezas sambam ao som do primeiro batuque. O bloco incrível do ano passado pode lotar demais esse ano; aquela fantasia ótima pode não caber; e se o seu parça de folia de repente virou monge? Fora que o nem sei de que lado você samba, vai que é diferente do meu?
Quem busca a boa não teme a roubada, então só nos cabe saudar Momo, bater cabeça e pedir passagem, vestir o melhor sorriso e ver aonde nossa fantasia vai nos levar. Encontre com amigos bacanas e bacantes, que carnaval se conjuga no plural e em todos os tempos do verbo brincar. Ouça o batuque do coração e sinta o pulsar do bloco que passa: se o corpo mover, vai que é tua, mesmo se te faltar a graça da passista ou o garbo do mestre-sala. A ordem do rei ordem é brincar quatro dias sem parar – principalmente de ser feliz .
Depois, mesmo se não for assim uau, basta escolher bem as palavras e contar bem contadinho. Vão achar que você sabe tudo de carnaval e até te pedir um roteiro no ano que vem. ;-)
Evoé, Momo! Bom Carnaval pra geral.
Helê
*Para quem não conhece, veja aqui a ata de fundação do Me Chama que Eu Vou, que vai completar sete anos e conta este ano com reforço importado da terra da Rainha.
**Na foto, eu de porta-estandarte no Escravos da Mauá, desfile deste ano. Pinto no lixo define.
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