Uma conhecida me falava sobre a felicidade de, depois de trabalhar com produção, estar em uma escola, lidando com o dia a dia das crianças. Elogiava a concretude do trabalho: “Você vê o resultado do que faz na hora”, ela concluiu, empolgada. E eu concordei, alegando que todo mundo que trabalha com esta vaguidão chamada cultura sente falta disso. Disse a ela: “Às vezes eu queria, sei lá, fazer uma mesa de madeira igual a essa em que estamos, produzir algo real.” Conversa vai conversa vem, logo depois me peguei falando entusiasmada do quanto eu gosto de mexer com texto, com tudo o que lhe diz respeito: escrever, revisar, editar, aprimorar, adaptar. “A carpintaria” eu disse, usando uma metáfora recorrente, que naquela conversa soou redundantemente divertida. Percebi que meus textos são as minhas mesas – ora rústicas, ora elegantes; largas ou aconchegantes, sempre convidativas, generosas. Sobre elas gosto de servir, alimentar, celebrar, apoiar e agregar. E quando possível, tento decorá-las da melhor maneira, com beleza e sem frescura, com aconchego e alegria, cores e amor.
Mas nasci em tempos de fast-food.
Helê
Filed under: Umbiguices | Tagged: escrita |
Nunca faltarão amigos prá sentar nessa mesa!
Ô, Sabrina, tomara, viu? E você também está convidada 😉 .
Beijo grande,
Helê
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Concordo com a Ana Paula ❤️
Obrigada, Renata; seu lugar na mesa está garantido 🙂
Beijão,
Helê
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Você é uma carpinteira de mão cheia.
❤
Ô, Ana, obrigada! E você das minhas melhores convidadas 😉 .
Beijo grande,
Helê
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