Tinha um post rascunhado há anos, uma ideia não desenvolvida, sobre trabalhar em salas coletivas, quando se pode ouvir o que os outros dizem. Esse esboço falava sobre o tom de voz que as pessoas usam para falar com os pais – impaciente, condescendente, apressado –; e a maneira de falar com os filhos – tatibitati, carinhoso, às vezes severo, também condescendente em alguns momentos. Trabalhei com equipes de idades diversas, gente jovem sem filhos e adultos que variavam entre um tom e outro. E, depois de um tempo, sempre podia dizer quando alguém falava com os filhos ou com os pais. Interessante que enquanto trabalhei em ONGs e centros de pesquisa, locais de natureza mais liberal, havia divisões tradicionais, por salas; só quando fui para uma agência de comunicação, em 2010, passei a trabalhar nesse esquema todomundojunto.
Acontece que nunca redigi o post e, mais rápido do que eu poderia pensar, ele envelheceu. Começou a onipresença do celular, e as pessoas simplesmente passaram a sair da sala para ligações particulares. Agora as pessoas trabalham de fones nos ouvidos e mandam mensagens por uatzapi. Frequentemente você precisa chamar a pessoa duas ou três vezes para que ela te dê atenção.
Não estou apontando o dedo sem me incluir, faço isso também quando preciso de maior concentração numa sala de 12 pessoas (fora os visitantes). Mas estranho que seja um padrão; também me incomoda a velocidade da mudança: estou falando de um comportamento que se alterou em menos de uma década.
Aí hoje li uma matéria do tipo “estudos indicam” sobre o que eles chamam em inglês de “open office”, escritório aberto, e tive o pretexto que precisava pra reanimar meu post rascunhado.
Por falar… A teoria de que um escritório aberto, sem baias ou repartições particulares, ajuda a estimular a colaboração entre os funcionários não funciona muito bem na prática. Um novo estudo mostrou que os escritórios abertos fazem os funcionários se fecharem ainda mais. O barulho faz com que as pessoas coloquem fones de ouvido e ‘desliguem’. A falta de privacidade as leva a preferir trabalhar em casa quando podem. E a sensação de estar em um aquário significa que muitos escolhem conversar por e-mail a iniciar um bate-papo. (Canal Meio)
Agora, discorram sobre o assunto :-D
Helê
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Trabalho em sala compartilhada, com pessoas que controlam pouco o volume da própria voz. Já foi pior, havia aqui uma pessoa que trazia TODA sua vida pessoal para o ambiente de trabalho – leia-se telefone o dia todo, em voz muito alta, e relatos não solicitados a respeito de família e vida alheia. Ninguém fazia nada – repartição pública e mistura de amizade e relações de trabalho. Ainda assim a situação atual me incomoda muito e sim, sinto imensa vontade de poder ter o meu cafofo ou passar metade do dia em casa. Porque nem sempre os fones são possíveis.
Acho uma situação complexa, difícil de resolver, porque tem muita gente sem noção. Além disso, déficit de atenção é uma condição comum a todos hoje em dia, em maior ou menos grau. A ideia de home office o tempo todo também não me agrada, preciso da interação com outros humanos, mesmo que me irritem muito. Como eu disse, não é fácil…
Obrigada por comentar e volte sempre; a casa é nossa.
Aquele Abraço,
Helê
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Eu trabalho em um ambiente aberto e detesto o barulho. Também não consigo trabalhar com música, pois tira a minha atenção. Coloco o fone só para dar uma abafada. Enfim…
Eu preciso ouvir música instrumental para não distrair, então em geral recorro ao jazz. Libriana que sou fico no meio do caminho: me incomodam o falatório mas também o silêncio total de cada um no seu mundinho…
Bj,
Helê
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putz, que bom que finalmente alguém diz isso aí do estudo. sempre achei um inferno, em vez de ajudar fica todo mundo se atrapalhando o tempo todo…..
beijo, Helê!
Beijo, Rê!
Helê
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