A história anda de um jeito engraçado, às vezes parece que dá saltos, depois é como se desse um passo para trás antes de dar dois para frente (foi Lênin que disso isso?), e ultimamente tenho tido a impressão de que ela anda para frente e para trás ao mesmo tempo.
Isso porque enquanto vemos retrocessos se escancararem a olhos vistos, por outro lado parece que certas mudanças nos corações e mentes, no zeitgeist da sociedade ocidental, foram se consolidando ao longo de décadas e chegaram a um lugar de onde não voltarão atrás.
Então é assim: passei o dia de hoje vendo maços de rosas sendo vendidos no supermercado e recebendo fotos e vídeos sobre o Dia da Mulher, tanto com mensagens naquele tom condescendente que sempre me irritou quanto numa vibe de empoderamento. Preguiça monumental de tudo isso, tanta que nem ia mais me dar ao trabalho de escrever sobre.
Mas aí minha cunhada feminista (pensando bem, todas são, graças às deusas) mandou um link para um projeto especial da revista Time que realmente me comoveu. A revista refez todas as suas capas de “Homem do Ano”, de 1920 a 2020, apenas com mulheres. São cem destaques para histórias femininas, com imagens lindas que mostram como seriam as capas reais, e breves textos contando os feitos dessas mulheres incríveis.

Parece pouco, mas esse foi um projeto que realmente me comoveu, por mostrar que apesar de todas as dificuldades e silenciamentos as mulheres sempre fizeram parte da história, sempre contribuíram para mudar o mundo, sempre provocaram impacto com suas ações. Só que elas não estavam nas capas das revistas “importantes”. Estavam nas revistas “femininas”, onde se falava de assuntos “menores” (talvez nem sejam, mas isso é outra discussão).
Enfim, neste 8 de março aproveite que é domingo e faça um favor a você mesma: clica no link que está na foto da Frida aí em cima e lê com calma as histórias dessas mulheres notáveis. É o que eu vou fazer.
-Monix-
Filed under: Efemérides, Feminismo no Estácio |
No ano do meu nascimento, 1969, a capa é Marsha P. Johnson. Fiquei curiosa para saber mais sobre ela. Muito bacana o projeto, fiquei um tempo olhando várias décadas e mulheres.
Helê
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