Pastilhas – de la Otra

Leu “pastilhas” no título e já pensou logo: post da Helê.

Só que não! Hoje soy yo, la Otra, quem lança mão desse sempre útil formato de breves pastilhas (porque drops, só da Fal) para comentar uma ou outra cosita que passou por aqui e me chamou a atenção.

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O assunto do momento tá demorando a esfriar. As feministas cancelaram Chico Buarque? Ou foi o Chico que se autocensurou?

Olha, sinceramente, que preguiça. Nem sei por que estou falando desse assunto, mas quem nunca? Comentamos temas hypados porque somos criaturas da internet e não queremos perder o hype, nem que seja pra criticar o hype.

Gente, o sujeito compôs a música. Daí ele cansou da música, não importa por que motivo. Descurtiu, como diziam personagens de novela meio pretensiosas de décadas atrás. Ele não canta mais a música. Decisão dele, tá tomada e pronto. Se amanhã ele resolver cantá-la de novo, ótimo. Se nunca mais — ótimo também.

Se alguém quiser gravar e pingar um troco de direito autoral, tá valendo.

Ele não renegou a música, não proibiu ninguém de cantá-la. Só disse, bem de passagem no meio de uma entrevista para a incrível série documental O Canto Livre de Nara Leão, que não quer mais cantar, que as feministas têm razão. Na minha bolha, formada principalmente por feministas e simpatizantes, foi massacrado. Nas outras bolhas deve ter sido ignorado, porque ninguém tá nem aí nem pro Chico nem pra Nara. Ou seja.

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Acabei de assistir à serie Como Se Tornar um Tirano, que disseca o passo a passo costumeiramente adotado por líderes autoritários. Os episódios têm uma estética leve e engraçadinha para tratar de temas sérios e pesados. Nem todo mundo gosta, eu sim. Esses são ainda mais legais de assistir por motivo de : narrados pelo Peter Dinklage.

Mas à medida que fui avançando na série, algo me incomodou profundamente. Todos os tiranos retratados são do mundo árabe, do continente africano ou do bloco comunista. Ou Hitler.

Nenhuma palavra, nenhuma cena, nenhuma imagem, por mais breve que fosse, sobre as ditaduras sanguinárias apoiadas diretamente pelos EUA na América Latina. Nada sobre Pinochet, Stroessner, Somoza. Brasil e Argentina são ausências que até entendo, já que tivemos regimes militares e não um ditador governando por vários anos ou décadas (a série aborda especificamente regimes personalistas de um único líder autoritário). Mas não dá pra levar a sério uma série sobre autoritarismo que mostra Fidel e esquece Papa Doc e Baby Doc. Enfim, gostei, só que não.

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O ano de 22 chegou chegando por aqui. Na primeira semana comecei com uma tossezinha leve e um arranhão na garganta, virou uma faringite braba, entrei no antibiótico e a tosse se instalou por aqui sem a menor cerimônia. O que seria uma “gripezinha” se tornou um pesadelo que impedia a pessoa (no caso, eu) de comer, dormir, e até de trabalhar — como fazer reuniões por vídeo se a cada cinco palavras tinha um acesso de tosse?

Depois de cinco semanas de tormento, e de três tratamentos diferentes, finalmente as coisas começam a voltar ao normal. Então feliz ano novo pra mim :)

-Monix-

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Mais estranho que a ficção

O Brasil realmente desafia as noções de verossimilhança.

Eu costumo dizer que a ficção é bem menos livre que a vida real. Porque se algo aconteceu, automaticamente é verossímil. Mas se sabemos que é uma história inventada, ela precisa fazer sentido. Por exemplo, se em um filme de ação um personagem pula em queda livre da estratosfera e consegue chegar ao chão vivo e inteiro, isso é um desafio à nossa suspensão da descrença. Até que alguém vai lá e faz isso na real. Aí já não é questão de acreditar. Aconteceu.

Mas então essa semana aconteceu o seguinte no Brasil: assessores dos deputados do maior partido de oposição, de esquerda, que tem um ex-presidente preso e outra deposta, ganharam na loteria.

Parece aquelas soluções de fim de novela. Tem que dar um final feliz pra todo mundo, esse grupo de personagens estava meio sem história, vamos fazer todo mundo ganhar na loteria pra resolver rápido sem precisar gastar tempo do último capítulo com coadjuvantes. Né não?

-Monix, incrédula-

Ouvido por aí

Fetiche

– Ele me apresentou um cara lindo e, ainda por cima, cearense!  Não resisti!

– Eu também não posso com sotaque!

– Não, meu negócio não é sotaque, é minoria. Adooooro!

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Motherns no bar, depois de uns chopes:

– Já fizemos a revolução da maternidade, agora vamos fazer a da velhice!

– Exatamente, começando por parar de pintar a cabela.

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#éMachismo?

O marido diz para a esposa: “Você dirige como um motorista de táxi”. Frase que, analisada sob diversos aspectos (filosófico, gramatical, psicológico, do Detran), foi considerada um elogio.

Para o mecânico, sem que a mulher estivesse presente, o marido facilitou as coisas: “Minha mulher dirige melhor que eu”.

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Carioquês

– Aí, piloto, dá uma moral aê! Valeu!

Carioca translator: Sr. Motorista,  por gentileza,   poderia abrir a porta do ônibus para eu saltar?  Muito agradecido!

 

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Helê

Relativo

O tempo, esse que a gente mata e ganha, perde e recupera, mas não consegue domar. Ilusionista perfeito, varia no espaço da nossa ansiedade, na profundidade do sofrimento, na velocidade da alegria. Nós o dividimos em muitos pedaços – décadas, segundos, trimestres – na tentativa de dominar o incontrolável, uma entidade que se mostra diferente de acordo com o lugar de onde o  olhamos. Houve quem reclamasse que agosto durou meses; já para mim, o inverno começou em maio.

Mas há, claro, algumas poucas convenções universais. Todo mundo sabe e concorda que os anos passam rápido, enquanto os dias se arrastam. Os primeiros dez dias do mês duram um fim de semana; os 20 dias restantes demoram dois meses para passar. A segunda feira dura 72 horas, até a ONU reconhece. E a manhã de sábado termina em meia hora, como se verifica em qualquer latitude. Ou é só comigo?

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Helê

Eles são como nós

(Reeditando a série em que surpreendemos bichos em situações ou posturas muito familiares…)

Elegantes

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(William Wegman, Lolita, 1990 (+) via largerloves)

Displicentes

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(via howtogrowprimulas)

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(bulb3, via largerloves)

Vaidosos

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(blues-epoesias:)

Carentes 
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awwww-cute, via melzinha1234)

Helê

Mothernidade 2.0 ou What’s up: como usar

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Helê, mãe – mas pode me chamar de Google

Que venha 2015!

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As Duas Fridas

Tô saindo…

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…de férias, liga depois se for papo sério. :-)

Helê

 

Similaridades

Nada não, é que essa imagem…

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…me lembrou essa foto:

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(by Tina Lopes, Museu Rodin, Paris)

Helê

Pastilhas Garota (porque Drops, só da Fal*)

hortelaNo Rio de Janeiro vivemos agora naquela estação do ano em que o calor tem sobrenome, em geral chulo: “Saí do metrô e aquele Calor do Cacete…”, “Eu é que não vou lá com esse Calor do C*r*lho”, e assim por diante.

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Sou só eu que penso sacanagem quando a voz do Candy Crush fala “Delicious!”?

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Um dos problemas das redes sociais  é que funciona feito novela que, mesmo acompanhando, você SEMPRE perde capítulo. Então sempre falta uma parte importante. Essa semana, por exemplo acompanhei A. puto da vida; depois soube que que ficou aliviado e bem melhor. Mas o babado mesmo, jamais saberei. Inferno.

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Já a C. falou do aniversário do filhote, que do alto dos seus 6 anos contesta a gramática e denuncia a incoerência da palavra feminino ser masculina. E eu me lembrei de outro menino, igualmente sagaz, que achava que Deus é mulher porque, afinal, todo mundo fala ‘graças a Deus’, ué.

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Eu disse que em 2014 ia escrever mais, não prometi ‘bem’ nem ‘relevante’. #medeixa

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Baideuei, neste ano completamos, em maio, DEZ anos de Duas Fridas. Eu acho que merece festa, se possível várias. E vocês, como acham que devemos comemorar? Sugestões na caixa de comentários, por favor.

Helê

*Drops da Fal,  o melhor da internê desde… sempre, oras.

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