Retrospectiva de um ano-década

Desde maio de 2004, nunca este blogue tinha ficado um mês inteiro sem ter pelo menos um post publicado. Nunca, até dezembro de 2021. O último mês do segundo ano da pandemia teve esse efeito indelével na história do Dufas: nossos arquivos ficarão para sempre com um mês faltando, um mês que não aconteceu.

Será que essa ausência é um sintoma do quanto estamos (todas nós) esgotadas? Não é à toa. Nas últimas semanas, me peguei pensando que no início de janeiro de 2021 Trump ainda era presidente dos Estados Unidos. Foi só no dia 6 que aconteceu aquele episódio dramático no Capitólio. Um ano atrás, nós não tínhamos vacinas no Brasil. Em 12 meses, vimos Manaus sofrer, vimos o país atingir 3.000 mortes por dia por causa de uma doença para a qual poderíamos estar imunizados, vimos uma CPI eletrizante alçar à cena nacional personagens até então desconhecidos. Vimos Lula voltar ao jogo, com a anulação de suas condenações. E isso são só os destaques da editoria de política. Enfim, foi um ano intenso, que valeu por uma década. Ou pelo menos é essa a sensação que tenho quando tento me lembrar de como estava minha vida 12 meses atrás.

Pelo lado bom, esse ano que parecia infinito também foi, para mim, prolífico (uia!) em filmes, séries, livros e podcasts. Os dias, semanas, meses praticamente confinada, sem muito o que fazer além de trabalhar e cuidar da casa, renderam muitas horas diante das telas. Neste início de ano, ainda um pouco incerta sobre como serão os próximos meses, me preparo para uma semaninha de merecidas férias e aproveito para compartilhar com vocês o melhor do que andei vendo, lendo e ouvindo no ano que passou.

Filmes

Os 7 de Chicago, porque adoro Aaron Sorkin. O elenco maravilhoso tem até o Sacha Baron-Cohen em um papel não-cômico. Nem precisava ter uma boa história pra ser incrível. Mas tem. E é.

O Som do Silêncio, filme lindo e meio sinestésico.

Tigre Branco, que conta a história de um indiano, mas poderia se passar no Brasil ou em qualquer outro país onde a vida é bem mais cruel para os muitos e bem mais suave para os poucos.

Alô, Privilégio? É Chelsea. A humorista Chelsea Handler embarca em uma viagem de autoconhecimento para entender o tamanho de seu (nosso) privilégio branco. O filme tem lá suas contradições, mas até elas me pareceram interessantes.

A Ganha-Pão, uma animação delicada sobre uma menina afegã vivendo sob o jugo do Talibã. É uma produção de 2017 e eu assisti antes da situação no Afeganistão se deteriorar novamente, antecipando a tragédia que voltou a ser realidade.

Death to 2020, porque é melhor rir do que chorar. Já saiu o equivalente que fala das mazelas de 2021.

A Incrível História da Ilha das Rosas — o título já diz que vai contar algo incrível: o filme é baseado na história verídica do engenheiro Giorgio Rosa e da Ilha da República da Rosa, que ele construiu no meio do mar em 1968, entrando uma disputa diplomática inacreditável quando pediu a independência do território.

A Escavação, que junta várias coisas que gosto em um filme só: história, romance e sotaque britânico.

O Fotógrafo de Mauthausen é um filme barra pesada, mas que vale a pena ser visto, sobre um fotógrafo catalão enviado para um campo de concentração e sua luta para guardar provas sobre os crimes cometidos pelos nazistas.

Lida Baarová. Ainda na editoria da Segunda Guerra Mundial, este filme conta a história da amante tcheca de Goebbels. É uma história fascinante.

Para descontrair dos dois anteriores: Erasmo 80 AnosMussum Um Filme do CacildisFriends: The ReunionClichês de HollywoodMarisa Monte Portas e Janelas.

Judas e o Messias Negro, sobre o início do movimento dos Black Panthers e a ação de um infiltrado do FBI que investiga a organização.

Doutor Gama, que conta a história do abolicionista Luiz Gama.

Druk: Mais uma Rodada, filme dinamarquês sobre um experimento alcoólico que, obviamente, sai do controle.

Misbehaviour: Mulheres ao Poder. Um filme que mistura ativismo feminista e o concurso de Miss Mundo de 1970. Tudo isso baseado em uma história real.

15 Minutes of Shame, documentário que traz de volta a lendária Monica Lewinski para refletir sobre a cultura dos linchamentos virtuais e cancelamentos — e o que isso tem a ver com o mundo digital.

4 Horas no Capitólio. Este documentário, que injustamente foi pouco comentado, mostra de forma muito vívida como, em 6 de janeiro, algumas (proporcionalmente poucas) pessoas seguraram a democracia americana no braço. E não de forma metafórica. Imperdível.

Marighella. A história do cara que resolveu combater a ditadura militar a qualquer preço é um bom filme de ação. Como thriller político, faltou profundidade. E, na minha opinião, o protagonista é retratado como um herói inquestionável, o que não acredito que ele tenha sido.

Ilusões Perdidas, vejam só, inspirado em um romance de Balzac, foi o filme que marcou minha volta ao cinema depois de quase dois anos de afastamento pandêmico. Como era parte do Festival Varilux, a exibição foi em uma tenda montada no Parque Lage, em que eu e minha amiga M. assistimos ao filme com direito a vislumbrar a mata e as estrelas por cima da lona transparente. Foi quase mágico.

Ethel e Ernest, outra animação delicada e lindíssima sobre a vida em comum de um casal: os pais do desenhista que é autor da história.

Antonia: Uma Sinfonia, a história de uma mulher que abriu mão de muita coisa para ir em busca do sonho de reger uma orquestra.

Abe conta a história de um menino que vive como síntese de uma guerra: a família paterna é palestina e a materna, israelense. Eles moram no Brooklin e ele sonha em ser cozinheiro. Quando conhece o chef Chico Catuaba (interpretado por Seu Jorge), a descoberta da culinária fusion se torna uma metáfora perfeita para seu desejo de integração.

Não Olhe Para Cima: eu demorei uma semana para assistir esse filme e tive a impressão que todo mundo me recomendou. É uma sátira trágica, ou uma tragédia satírica, que apesar do roteiro nem sempre muito bem amarrado faz a gente rir da nossa própria desgraça. O que não deixa de ser uma boa saída, na falta de possibilidade melhor.

Ataque dos Cães. Um filme em que ninguém é o que parece. Eu teria muito a dizer, mas dona Luciana já fez isso bem melhor que eu seria capaz.

Séries e Novelas

Cidade Invisível mostra um mundo fantástico, povoado por criaturas folclóricas como o Curupira, o Saci, o Boto Cor-de-Rosa como pano de fundo para uma trama policial.

Bridgerton, uma série que deu o que falar por um tempo e depois parece ter sido esquecida. O principal assunto foram as escolhas de atores e atrizes negros/negras para interpretar personagens da nobreza inglesa, mas sinceramente… e daí? Achei a história mais interessante que essa (zzzz) “polêmica”.

A Corrida das Vacinas, porque esse foi o assunto mais importante — o único assunto que realmente importava — em 2021.

Doutor Castor, série documental que escancara a absurda tolerância que nós, como sociedade, tínhamos para com os mafiosos do jogo do bicho.

Allen contra Farrow. Em uma história difícil de formar opinião, essa série documental claramente escolhe um lado e o defende com convicção: segundo os fatos apresentados, Woody Allen foi sim responsável por pelo menos um caso de abuso sexual, contra sua filha Dylan, na época com sete anos de idade. Assim como já havia acontecido com as canções de Michael Jackson dois anos atrás, assistir a um filme de Woody Allen agora traz um sabor amargo.

Mare of Easttown, porque a Kate Winslet está simplesmente maravilhosa e sozinha faz valer a série.

Segunda Chamada, a segunda temporada de uma série que já havia me cativado mostrando os dramas das turmas do ensino noturno de jovens e adultos. Eu gosto demais dos personagens.

The Flight Attendant, uma série meio comédia meio suspense que traz Kaley Cuoco, a atriz que ganhou fama em Big Bang Theory, em um papel totalmente diferente.

1971, sobre a qual já escrevi aqui.

Chico e Caetano foi disponibilizada (argh, odeio esse verbo) na íntegra e proporcionou alguns dos momentos mais emocionantes do meu ano de 2021. É um lugar onde podemos nos refugiar sempre que precisarmos de um pouco de beleza.

Only Murders in the Building, série divertidíssima com Steve Martin, Selena Gomes e Martin Short.

Defending Jacob é um thriller intenso sobre um pai que tem certeza, uma mãe que tem dúvidas e um filho que é acusado de matar um colega de escola.

Colin em Preto e Branco: aqui também vemos uma delicada relação entre pais e filho, mas com um componente racial desempenhando um papel importante nesse delicado equilíbrio. A história é real, narrada pelo quarterback e ativista Colin Kaepernick.

The Chair na verdade não é nada demais, mas me diverti assistindo. Como sou a favor de diversão, entrou na lista.

2021 foi um ano que assisti muitas novelas. Fui muito noveleira numa época da minha vida, depois parei, agora estou revivendo esse lado que andava esquecido. Das antigas, foi sensacional ter a oportunidade de ver O Bem Amado original, de 1973, com os personagens antológicos de Dias Gomes. Das atuais, gostei de sofrer com a Dona Lurdes procurando seu filho perdido em Amor de Mãe, e agora estou acompanhando as desventuras do questionável herói vivido por Cauã Reymond em Um Lugar ao Sol (que também deu espaço para uma interpretação magistral de Andréa Beltrão como a heroína improvável de todas nós mulheres da menopausa).

Podcasts

Medo e Delírio em Brasília: como enfrentar essa bad trip escrota em que a gente se meteu? Só mesmo rindo de nervoso com os memes impagáveis de Pedro Daltro e Cristiano Botafogo. Bora passar raiva juntos?

Noites Gregas: se a realidade é dura demais, a gente sempre pode recorrer à mitologia para entender a tragédia humana.

República Debochevique, para entender e digerir os acontecimentos mais surreais de 2021.

A Vida Secreta de Jair, série curta e imprescindível. É sério. Você é uma pessoa cidadã do Brasil e não ouviu ainda? Para tudo e vai lá.

República das Milícias, outra série que dói, mas explica coisas que precisamos saber.

Papo de Parente: essa é prazerosa de ouvir. A educadora Célia Xakriabá conta histórias e recebe convidados que nos conectam com a cultura indígena que existe e resiste no Brasil do século XXI.

Livros

Os Engenheiros do Caos é apresentado assim pela editora que publicou a obra no Brasil: “No mundo de Donald Trump, Boris Johnson, Matteo Salvini e Jair Bolsonaro, cada dia traz sua própria gafe, sua própria polêmica, seu próprio golpe brilhante. No entanto, por trás das manifestações desenfreadas do carnaval populista, está o trabalho árduo de ideólogos e, cada vez mais, de cientistas e especialistas do Big Data, sem os quais esses líderes nunca teriam chegado ao poder.” O livro de Giuliano Da Empoli é básico para entender nosso tempo.

Torto Arado foi o livro que todo mundo comentou em 2021. Eu, também, me encantei.

Travessia de Verão eu encontrei em uma incursão a um sebo, no início de um momento de flexibilização pós-vacina. É um romance curto de Truman Capote, sua primeira obra de ficção, que ficou esquecida em um caixote e só foi recuperada (e publicada) após sua morte. Um daqueles livros cujo final salva a obra.

Toda Luz que Não Podemos Ver conta lindamente a história de duas crianças / adolescentes cujas vidas são entrelaçadas de forma inesperada durante a Segunda Guerra Mundial. Não é um livro de guerra, mas de busca por paz.

Terra Americana acompanha uma mulher mexicana de classe média que vê sua vida virar de cabeça para baixo quando toda sua família é assassinada por um chefe de cartel e ela precisa fugir para os Estados Unidos com o filho pequeno. É uma história eletrizante, que me prendeu do início ao fim? Sim. Mas também é uma obra que foi alvo de justas críticas da comunidade latina.

10 Histórias para Tentar Entender um Mundo Caótico: em forma de conversa, Jamil Chade e Ruth Manus reúnem croônicas sobre temas fundamentais e atualíssimos.

Lula, Volume 1. A vida do nosso ex-presidente (e esperamos, futuro presidente também) é fascinante. Mas é preciso registrar: o livro é uma biografia muito bem comportada e “chapa branca”. Este primeiro volume começa pela prisão mais recente, retrocede no tempo, conta as origens de Luiz Inácio e mostra sua formação como metalúrgico e líder sindical, até encerrar com a história da primeira prisão, ainda durante a ditadura. Vale a pena ler, mas recomenda-se um certo senso crítico.

-Monix-

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Cinemices

Faz tempo que não escrevo uma retrospectiva aqui no Dufas (a última que encontrei foi a de 2013 – a de 2014 já teve um outro clima, de revisão pessoal). Então seguindo nossa consagrada filosofia calabocajámorreuquemmandanomeubloguesoueu, por que não revisitar essa antiga tradição sete anos depois, só que mudando tudo?

É que apesar da crise (risos) sempre dá pra ver uns filmes legais, né? Aproveitando que ainda estamos no começo do ano (até o Carnaval ainda é limbo), preparei uma lista subdivida em duas que se sobrepõem, em ordem alfabética e não de preferência, para minha querida meia dúzia de leitores e leitoras. Digam aí se concordam e o que faltou.

Melhores de 2019

Bacurau – Há! Pensou que eu ia começar sendo original e única? Pensou errado! :D E aí, já viu Bacurau?

Downton Abbey – Ah, é uma bobagem, mas é a nossa bobagem do coração, né? Como não amar o reencontro dos Crawleys e toda aquela empáfia decadente dos empregados da mansão? Adoro.

Yesterday – A premissa é louca: imagine um acidente inexplicado que faz o mundo inteiro cair numa realidade paralela em que os Beatles nunca existiram – e só uma pessoa lembra da banda. Até quem não é muito fã dos Beatles (essas pessoas existem, acreditem) tá dizendo que gostou.

Academy Award - Oscar
Quem vai levar esse moço dourado pra casa? Saberemos em breve ;)

Oscar 2020

Este é mais um ano em que temos vários bons filmes concorrendo, que provavelmente dividirão os prêmios das principais categorias – acho difícil rolar um “arrastão” tipo Titanic e alguém levar um monte de estatuetas. Então listo aí abaixo os filmes indicados a categorias importantes que eu já vi e gostei. Na maioria dos casos ainda dá tempo de assistir (muitos estão em plataformas de streaming, fica a dica).

1917 – Minha irmã definiu bem: é um filme que mostra o quanto a guerra é uma coisa sem sentido. E faz isso abusando da técnica cinematográfica, em uma montagem que simula um único plano-sequência. Mesmo com uma narração visual no estilo videogame (os personagens vão “passando de fase” o tempo todo, andando sempre para frente e abandonando as tramas secundárias à medida em que avançam), ainda assim é um filmão. Minha diversão nos últimos dias tem sido procurar making-of s no YouTube.

Coringa – Uma visão perturbadora e nada estereotipada sobre as origens do antagonista do Batman. Esqueça a estética e o ritmo dos filmes de super-herói, isso aqui é outra coisa.

Democracia em Vertigem – O documentário conta uma história que conhecemos bem – a política brasileira e o mundo bizarro em que entramos após 2016 – por um ponto de vista absolutamente pessoal. Valeu como registro emocional, mesmo quando não me identificava totalmente com a interpretação da diretora sobre os fatos.

Dois Papas – É um filme bem feito sobre uma ótima história, com duas excelentes interpretações. Se não viu, veja. Até os ateus estão curtindo ;)

Era uma Vez… em Hollywood – Mais uma vez Tarantino apresenta uma releitura de um fato histórico, e mais uma vez dá certo. Leo Di Caprio e Brad Pitt entregam ótimas atuações, além de continuarem lindos, as always.

Indústria Americana – Esse é o primeiro fruto da parceria do casal Obama com a Netflix, e provavelmente vai derrotar o representante brasileiro na categoria Melhor Documentário, porque embora seja um filme bem mais careta, fala de um assunto muito caro aos americanos: as dificuldades da classe operária americana na era pós-industrial.

O Irlandês – Muita gente está comentando que achou o filme longo, chato… mas é um Scorcese estrelado por De Niro, Al Pacino e Joe Pesci, que ainda tem o Ray Romano de brinde, jura que vocês não gostaram? Bando de incréus.

Klaus – Já passou o Natal, inclusive já passou da época de gostar de desenho animado (#velharabugenta), mas gente, que filme fofo. Sem ser fofo, se é que me entendem. Enfim, vejam. Vi também Toy Story 4, que é muito divertido e bem feito, e parece que tem outra animação muito legal da Netflix entre os indicados, então a briga por Melhor Animação vai ser animada…

Parasita – Sabe o meme explique seu filme preferido de forma tosca? Então, Parasita é basicamente o seguinte: família pobre tenta enganar família rica e se mete em altas confusões. Mas não é só isso. Com direção, roteiro, montagem, elenco e fotografia impecáveis, trata-se de um filme de primeira linha, que vale a pena ser visto.

Ainda pretendo assistir mais alguns antes da cerimônia de entrega, dia 9 de fevereiro. Se vocês comentarem bastante, de repente me animo e faço aqui uns updates ;)

-Monix-

Great power, great responsibilities

Um amigo meu tem uma teoria que seria cômica se não fosse trágica: após o quinto gol da Alemanha (vocês sabem qual era o jogo), o Brasil entrou no mundo paralelo e não conseguiu mais sair.

Faz sentido. Pensa bem: o Brasil perder de 4 X 0 para a Alemanha numa Copa do Mundo seria humilhante? Seria. Mas seria algo como um portal para o mundo bizarro? Não. O 7 X 1 nos transportou para uma dimensão tipo twilight zone e eu realmente me pego perguntando se um dia conseguiremos sair dela.

Mas há quem diga que não, que na verdade o que aconteceu foi que os maias (não confundir com os Maias) tinham razão e o mundo acabou em 2012. Não dá para dizer que os fatos não sustentam essa teoria… afinal, de lá para cá tivemos as jornadas de junho, a ascensão ao poder de figuras bizarras no mundo todo, enfim, muitas coisas estranhas aconteceram. E além disso 2012 foi o ano em que Barack Obama foi reeleito para seu segundo e último mandato na Casa Branca. Realmente, olhando em retrospecto, parece que de lá para cá o mundo só desceu a ladeira.

***

Essas reflexões me vieram à cabeça porque estou lendo a autobiografia de Michelle Obama, ex-primeira dama dos EUA. Cá entre nós, faz tempo que eu suspeito que a família Obama na verdade não existe – são atores contratados por Hollywood para encenar um grupo de pessoas maravilhosas e fazer o mundo parecer um grande comercial de margarina.

Tá, digamos que Michelle existe. Claro que numa autobiografia a pessoa seleciona os melhores aspectos de si mesma, faz uma edição do lado obscuro da vida,especialmente da política, e mostra só os fatos que servem para compor um bom retrato de si mesma.

Mas isso não vem ao caso para falar sobre o que me impactou no livro.

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Porque um livro como este, com potencial para alcançar milhões de pessoas no mundo todo, carrega a força de uma mensagem. E a mensagem de Michelle é a de que o poder não é um fim em si, é um meio para causar impacto positivo na vida das pessoas. Com todas as suas limitações, o poder pode (ou deve) ser usado com responsabilidade sobre aqueles que o concederam – os eleitores, no caso de um representante eleito democraticamente.

E por isso, não importa se sinceras ou não, as palavras de Michelle mostram o poder não como algo fascinante, mas algo que a família encarava com grande seriedade. Fiquei comovida com diversos trechos da narrativa em que essa sensibilidade se revelou, mas especialmente neste parágrafo em que ela conta como se sentiu após passar uma noite passeando com o marido em Nova York, em um jantar seguido de teatro, algo que milhões de pessoas fazem, em milhares de cidades ao redor do mundo, corriqueiramente.

Era como se, com nossa noite a dois, Barack e eu tivéssemos testado uma teoria e provado tanto a melhor quanto a pior parte de uma longa suspeita. A parte boa era que podíamos sair de cena para uma noite romântica, como costumávamos fazer, anos antes, quando a vida política dele ainda não tinha assumido o controle. (…) A parte ruim era ver o egoísmo inerente a fazer isso, sabendo que nosso programa havia exigido horas de reuniões entre as equipes de segurança e a polícia local. Acarretara trabalho extra para nossos funcionários, para o teatro, para os garçons do restaurante, para as pessoas cujos carros haviam sido desviados da Sixth Avenue, para os policias na rua. Era parte do peso que nos acompanhava agora. Era muita gente envolvida, muita gente afetada, para qualquer coisa ser leve.

Neste mundo bizarro/pós-apocalíptico em que vivemos, é um sopro de alento vislumbrar uma visão tão consciente sobre o quanto nossos atos afetam os outros.

-Monix-

A vida começando agora

Abrir as comemorações do aniversário de 40+ (quem está contando?) com a realização de um sonho adolescente não é algo que aconteça todo dia.

Mas a Helê consegue essas coisas. Porque alguém com a maravilhosa energia que essa mulher tem só poderia atrair as melhores coisas para si e para quem está ao redor.

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E foi assim que nós nos vimos de repente numa noite mágica, que revisitou o tal sonho adolescente de ir ao Rock in Rio (não deixem de ler o post em que contamos essa história).

Mais uma vez, este ano não conseguiremos comemorar juntas, pelos motivos de sempre. Mas já tivemos nossa celebração particular – com as melhores companhias, e com direito a show pirotécnico no final. :)

Feliz aniversário, sócia! Que seu espírito, como o do Mr. Rod Stewart, permaneça forever young!

-Monix-

PS: Geide, we’re gonna miss you forever…

Retrospectiva de um ano estranho

2013 foi um ano montanha-russa: muitas coisas aconteceram – boas, ruins, sempre intensas, de um jeito que chego a este dezembro com o corpo tão exausto quanto a cabeça.

Apesar de ter a sensação de não ter tido tempo para amigos, filho, família, namorado, enfim, apesar de pensar que deixei todo mundo meio na mão, olhando minhas anotações percebo que fiz um bocado de coisas legais e as melhores eu quero contar pra vocês. As coisas chatas e/ou estressantes eu não conto, porque já passaram ou vão passar, e sou dessas que prefere ver o copo meio cheio etc.

Filmes
Qual é o nome do bebê
Argo
No
Faroeste Caboclo
Antes da Meia-Noite
Tese sobre um homicídio
Gravidade
Blue Jasmine

Teatro Musical
A Família Addams
Tim Maia – Vale Tudo

Viagens
Berlim e Portugal
Le Canton
Portobello Eco Resort
Club Med Rio das Pedras

Livros
Ensaios de Amor
Are You My Mother? (li em inglês, mas pouco depois foi lançada a edição brasileira)

TV
Decora (o programa é antigo, mas só este ano me descobri uma amante da decoração)

Exposição
Stanley Kubrick no MIS/SP

Festival
Rock in Rio

Também fui à ópera, encontrei amigos novos e antigos, comi bem, cozinhei receitas de Jamie Oliver com meu filho, arrumei minha casa com a incrível ajuda do Cláudio Luiz, fiz muitas coisas legais no meu trabalho, dei um curso bacana sobre cultura digital e descobri neste um tema no qual gostaria de me especializar. Foi um ano intenso, como eu disse. Estou pronta para o próximo.

-Monix-

Favorito das Fridas

As Duas Fridas!

Favoritos das Fridas: bebidas

Margarita, Frida Helê


Sangria, Frida Monix


Ops!

Cuba Libre, los dos Fridas


Melhores de 2009

Como tenho feito nos últimos anos, preparei um apanhado dos melhores momentos afetivo-gastronômico-culturais do último ano. Como as próximas semanas serão de pasmaceira total na blogosfera – pelo menos é o que tradicionalmente acontece -, fica aí um farto material para vocês se divertirem, indo lendo aos poucos, pegando dicas, clicando nos links e relembrando também seus bons momentos de 2009. Sobre os quais, aliás, podem e devem ficar à vontade para falar nos comentários. Dividam com a gente, vamos adorar saber.

-Monix-

Janeiro

Queime Depois de Ler – Um filme dos Irmãos Cohen divertido como há muito tempo não se via. Brad Pitt no seu primeiro bom momento do ano; voltaremos a ele.

Aconchego Carioca – Um cantinho na Praça da Bandeira (agora elas se mudaram para uma casa maior, do outro lado da rua, e abriram uma filial no Cinematheque de Botafogo), comandado por duas magas da gastronomia, que inventaram uma coisa horrorosa chamada bolinho de feijoada, que eu não gosto, não recomendo e não quero mais falar nesse assunto, por favor. Nhé.

Colônia de férias Gato Mia – No mês em que as mães quase enlouquecem com a velha pergunta “o que fazer com as crianças”, a super Dedeia tira da cartola mil e uma brincadeiras e atividades super criativas e todos vivem felizes para sempre.

Fados, de Saura – Tive a oportunidade de assistir em DVD antes do lançamento em cinema no Brasil. É lindo, como um filme de Carlos Saura costuma ser.

Exposição Corpo Humano Real e Fascinante – Já tinha referências de pessoas que viram em Nova York (sorry, periferia) e aproveitei os momentos finais da exposição montada aqui no Rio para conferir. Muito interessante.

Titãs – A Vida Até Parece Uma Festa – Eu sou muito fã de Titãs, desde os primórdios até hoje em dia. Me desinteressei um pouco durante a fase “titias”, mas o documentário é uma pura sessão nostalgia, com toda a verve rock’n roll retratada na tela do cinema. Difícil foi me manter sentada durante as duas horas de filme.

Fevereiro

Balaco – Fui às compras com Helê e descobri essa joia rara que é a Balaco, com roupas lindas de inspiração afro-brasileira.

Zach and Miri Make a Porno – Me desculpem, mas me recuso a chamar este último filme do Kevin Smith pelo nome que ele levou aqui no Brasil. Podem me chamar de besta, eu aguento. Bom, Kevin Smith é sempre Kevin Smith, o filme é divertido como sempre, com seu humor inteligente e policitamente incorreto na medida certa, sem ofender nem insultar ninguém (especialmente o bom gosto do espectador).

Restaurante Intihuasi – A culinária peruana, veja você, é considerada uma das melhores do mundo. Fui conferir e não me decepcionei. Recomendo especialmente o circuito de ceviches.

O Lutador, Milk e O Leitor – Na esteira das indicações do Oscar, três ótimos filmes, cada um com suas características e qualidades próprias.

Março

Watchmen – Já é difícil adaptar quadrinhos para o cinema, especialmente a saga consagrada de Alan Moore. A versão de Zach Snyder era aguardada pelos fãs com um misto de ansiedade e desconfiança. O resultado é um filme tão bem cuidado quanto empolgante, e até a mudança no final original serviu para ‘arredondar’ melhor a história.

O Amor é Fogo – Nora Ephron com seu estilo delicioso conta a tragicomédia que foi o fim de seu segundo casamento. Não sei o motivo de tanta demora para a publicação no Brasil (o livro inspirou o filme ‘A Difícil Arte de Amar’, que passou no cinema em mil novecentos e telefone de disco). Mas não reclamo: com isso, tivemos oportunidade de testemunhar o encontro de dois talentos, pois ler Nora Ephron traduzida pela Fal é simplesmente um privilégio.

Frost/Nixon – Um filme que mostra um tempo em que o compromisso com a verdade era tão parte da premissa em uma entrevista que até um entertainer não resistia à tentação de imprensar seu entrevistado.

Amir – O melhor pão árabe do Rio de Janeiro vem fofo e quentinho para a mesa. Simplesmente imperdível.

Gran Torino – Clint Eastwood mais uma vez encarna o papel de os-durões-também-têm-coração, que ele desempenha excepcionalmente, tanto como ator quanto como diretor, desta vez para retratar os conflitos entre um WASP típico e a vizinhança, cada vez mais ocupada por imigrantes do Sudeste Asiático.

Abril

Che, de Soderbergh (Parte 1) – É Che Guevara. Interpretado por Benício Del Toro. Eu resto meu caso.

Ebisu – Este restaurante japonês em Botafogo é tão pequeno que não tem nem site, mas a comida é muito bem preparada, o rodízio tem um preço razoável, os garçons e garçonetes são atenciosos, o ambiente é agradável e não costuma ter fila na porta. Boa pedida para depois de assistir um filme no Arteplex (fica na Visconde de Ouro Preto, bem pertinho do cinema).

Divã Já falei antes sobre este filme delicado, engraçado e intenso, mas não podia deixar de marcar sua presença nesta lista de melhores do ano. Vale conferir.

Iron Maiden Flight 666 – Vocês provavelmente irão se surpreender, mas eu sou fã do Iron Maiden desde minha fase metaleira (!) lá pelos idos de 1984. Mas acho que o filme é bacana mesmo para quem não é tão fã, porque mostra os bastidores de uma mega turnê internacional de uma das maiores bandas de rock do mundo, com um charme a mais: o vocalista da banda – o icônico Bruce Dickinson – pilota o avião; daí o nome do documentário.

Maio

Bazar do Troca-Troca – A ideia surgiu há uns anos atrás, a partir de uma dica da charmosíssima Petita, que contou que costumava reunir as amigas para um “bazar de escambo”. A brincadeira consiste em cada uma levar aquelas peças de roupa, acessórios e sapatos que já prestaram ótimos serviços à causa mas que no momento apenas ocupam espaço no armário. Ou seja, aquelas coisas que a gente simplesmente enjoou, mas ainda estão ótimas e podem ser usadas por outra dona, especialmente se ela é nossa amiga. Já fiz algumas edições em minha casa, e é sempre muito gostoso ver como a coisa dá super certo. Às vezes rolam impasses – duas mulheres apaixonadas por uma bota preta pode ser um prenúncio de crise internacional – mas a verdade é que a gente sempre consegue administrá-los e todas saem com a sensação de “me dei bem”. O mais legal é tempos depois encontrar uma das amigas com aquela blusinha que você já não via graça nenhuma, e perceber que ela ganhou nova vida. Vale pelo conjunto da obra: é uma confraternização, é econômico, é ecológico (reutilizar também é reciclar, non?) e é muito, muito divertido.

Junho

O Casamento do Sr. K – Um evento que mobilizou assuntos e esforços nos meses que o antecederam, e que fez jus a cada minuto empregado em sua produção, o casamento comemorado na Confeitaria Colombo foi mesmo inesquecível. Interessante também foi ter estado presente em um momento que reuniu uma parte da blogosfera que é quase um universo paralelo para mim. ;-)

As Crônicas de Gelo e Fogo – Considerado o “novo Tolkien”, George R. R. Martin criou uma saga de fantasia realmente inovadora, com personagens extremamente verossímeis, por serem tão absurdamente humanos. Estou lendo – em exemplares emprestados – uma tradução portuguesa, pois infelizmente a série ainda não foi lançada no Brasil. De qualquer forma, fica a dica.

Dona Irene – Também já escrevi sobre essa experiência gastronômica, mas as delícias russas não podiam ficar fora dessa retrospectiva pessoal.

Julho

A Bela e a Fera – Fui a São Paulo com as crianças (filho e sobrinho) e minha mãe sugeriu que os levássemos para assistir ao musical. Os meninos gostaram a posteriori, se é que vocês me entendem, mas nós adultas adoramos! É incrível ver um musical padrão Broadway montado no Brasil. Acho que já não está mais em cartaz, uma pena.

Pavilhão de São Cristóvão – A festa junina da escola do meu filho foi no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, o famoso Pavilhão de São Cristóvão. Pode ter comemoração melhor? Acabou tudo em forró, com pais, filhos e professores numa grande roda. Muito bacana.

Apenas o Fim, Harry Potter e o Enigma do Príncipe e O Grupo Baader-Meinhof –  O que têm em comum um filme independente sobre um casal de universitários que termina o relacionamento tendo como pano de fundo uma série de referências pop; um blockbuster sobre o menino-bruxo mais famoso do mundo enfrentando seu nêmesis; e um filme ficcional em tom de documentário sobre um grupo terrorista de esquerda, que bateu todos os recordes de bilheteria na Alemanha? Na verdade, nada. Apenas o fato de que assisti aos três na mesma semana, e, acredite se quiser, minha cabeça nem deu nó. ;-)

Agosto

Mercado Cultural Novo Rio Antigo Era uma tarde linda de inverno, daquelas que só o Rio de Janeiro oferece: tempo seco, céu sem nuvens, azul lindo, temperatura agradável. A ideia era levar a prima lusobrasileira para um almoço no centro do Rio, e de lambuja ganhamos esta grata surpresa. O mercado acontece sempre no segundo sábado do mês, na Praça XV, com música ao vivo, artesanato, exposições ao ar livre, enfim, tudo de bom e o melhor da cidade a custo zero ou muito barato. Para arrematar, nada como um almoço caprichado na Brasserie Rosário, de preferência nas mesinhas da calçada para apreciar o casario histórico da região.

Um Filme É Para Sempre – Quem gosta de cinema, de astros de cinema, de cinema de antigamente e do glamour da Hollywood pré-anos 60 não pode deixar de ler esta pérola de Ruy Castro. Simplesmente de-lovely.

Mas Será o Benedito? – Nos últimos anos a Lapa vem crescendo tanto e recebendo tantos barzinhos simpáticos que às vezes é difícil escolher. O Benedito tem uma decoração super bacana, umas mesas de sinuca não tão disputadas quanto as de outras casas mais concorridas, um cardápio gostoso e com precinho camarada, e até um espaço para música independente dos demais ambientes – que não cheguei a conhecer, mas tenho certeza de que está afinado com o espírito da coisa.

Museu do Futebol – A Boleira aqui é La Otra, mas em estando em São Paulo e tendo a oportunidade… a visita ao Museu do Futebol é imperdível. O museu do Pacaembu tem padrão internacional e apela para a emoção provocada pelo esporte, que quase todo mundo que cresceu no Brasil reconhece como legítima. (Aliás, só a visita ao estádio do Pacamebu já valeria a pena, pois trata-se talvez do estádio mais bonito do Brasil, em estilo art-nouveau-déco ou algo do gênero.)

Brüno – O humor de Sacha Baron Cohen é talvez uma das coisas mais modernas que se viu nesta primeira década dos anos 2000. É escrachado, grosseiro, completamente sem limites, mas impossível não rir às gargalhadas.

Setembro

O Equilibrista – Não consegui assistir no cinema, então tive que me contentar em assistir no DVD. O filme equilibra (com o perdão do trocadilho inevitável) poesia e aventura ao contar a história do homem que se apaixonou pela ideia de cruzar as Torres Gêmeas sobre um cabo de aço, e como ele conseguiu convencer um grupo de amigos a ajudá-lo na empreitada. As torres não existem mais, aquele espírito de aventura ligeiramente ingênuo também não existe mais. Mas o registro, belíssimo, está aí para ser apreciado.

Koni – A onda dos temakis já veio com toda a força e está até passando. Mas os cones da Koni Store (cujo maior pecado é o nome de péssimo gosto) são sempre tão fresquinhos e saborosos que eu não resisto e não enjoo. Recentemente foi incorporado ao cardápio (desenvolvido pelo chef Nao Hara, que já é uma grife no que diz respeito a comida japonesa no Brasil) um peixe novo, a truta-da-patagônia. Delícia.

Up – Altas Aventuras – Muito já se falou sobre este filme de animação que nasceu clássico. A famosa cena inicial, que condensa a história de uma vida em 15 minutos, é mesmo de arrepiar.

A Arte de ViajarMinha amiga Flávia já tinha dado a dica, mas confesso que não prestei atenção. Até que ela resolveu me presentear com o livro, que me deixou encantada. Tirar filosofia de coisas tão simples e tão contemporâneas quanto as placas de sinalização dos aeroportos internacionais é realmente para poucos. Obrigada, Alain de Botton.

Mulher de Um Homem Só – Como já disse antes, o Alex escreve de um jeito que considero realmente único, o que, é claro, deve ser considerado um elogio.

The Tudors – 1ª temporadaA série é cheia de, digamos assim, licenças poéticas. Personagens que não existiram, fatos que não foram bem assim, enfim, crianças, não repitam nada disso nas provas da escola. Mas como ficção é bárbaro, e convenhamos que as aventuras amorosas de Henrique VIII e as tramoias políticas da Inglaterra renascentista são ingredientes mais que suficientes para um sucesso televisivo. Assisti em DVD, que é o jeito mais racional de se ver uma série de TV.

Outubro

Búzios – Um fim de semana prolongado na charmosa Taka House é o melhor começo de férias que eu poderia desejar.

Maraú, Bahia – O paraíso existe, e nem é tão longe assim. As fotos falam por si, nem vale a pena tentar explicar. Para quem quer experimentar um turismo “selvagem” – e de bônus conhecer o incrível João Brasileiro – recomendo a Pousada Tembwa, encravada entre o mar e a lagoa do Kaçange, um lugar indescritível e cheio de axé.

Novembro

Procissão de Todos os Santos – A descoberta deste surpreendente evento anual a gente já contou aqui. O alto astral certamente será incorporado ao nosso calendário, nem que seja apenas o calendário afetivo de boas intenções.

Exposição 35 Anos de Playmobil – Os bonequinhos de plástico, de cabeça redonda e cabelo destacável, marcaram gerações de crianças. A exposição reuniu brinquedos com os temas mais incríveis, de bichos a militares, de princesas a heróis bíblicos. Impossível não se emocionar com as memórias da nossa própria infância e com a alegria das crianças do século XXI.

Moleque MateiroPela primeira vez levei meu filho a um dos passeios promovidos por este grupo de ‘aventureiros’. Uma ideia tão bacana que com certeza será repetida em breve, assim que as chuvas deem trégua.

Bastardos Inglórios e Julie&Julia – Um filme de guerra e um filme de culinária. Mais uma vez, meu ecletismo cinematográfico desafia meus neurônios, e quem sai vencendo sou eu mesma, é claro. Tarantino fez o filme que possivelmente será sua obra-prima (e ele sabe disso); Nora Ephron (ela de novo!) nos entrega um filme lindo sobre comidas e bloguices, nem preciso dizer mais. E não nos esqueçamos de Brad Pitt, como o líder dos Bastardos, em mais uma atuação marcante em 2009.

Dezembro

O Caderno de Cinema de Marina W. – Chamem-me de retardatária, eu mereço. Comprei o livro da Marina na Primavera dos Livros e li de uma vez só – como sempre acontece quando leio qualquer coisa escrita por ela, não consigo parar. Item obrigatório na prateleira de qualquer amante do cinema.

Herança tricolor

Antes que este blogue rubronegre de vez, deixa eu dar meu testemunho tricolor aqui e honrar as três cores que traduzem tradição.

O Fluminense é uma herança familiar. Meu avô materno torcia para o Fluminense, mas pouco convivi com ele – morreu quando eu tinha cinco anos de idade. Meu pai é tricolor tipo rodrigueano, “o Fluminense existe desde antes do início dos tempos” ou coisa que o valha.  A partir dele, criou-se uma linhagem de torcedores que já chegou à terceira geração: os netos.

Eu mesma não ligo muito para futebol, mas para mim o Fluminense não é apenas meu time – é um destino, uma sina, uma predestinação.

Meu filho ainda não foi mordido pelo bichinho do futebol, que mais cedo ou mais tarde acaba pegando todos os meninos brasileiros. Mas já se reconhece como parte dessa “dinastia” e torce pelo clube das Laranjeiras, sim senhor. E acima de tudo, já sabe contra quem é preciso torcer: ‘mãe, eu não quero nem sair de casa enquanto durarem essas comemorações pelo hexa do Flamengo. É impossível o Flamengo ser mais campeão que o Brasil, mãe!’

Resta torcer para a seleção tirar o atraso em 2010. E tentar explicar que, como dizia Nelson Rodrigues, o Fluminense é o melhor time de todos. E se os fatos dizem o contrário, pior para os fatos. O videotape é burro e nós não gostamos dos idiotas da objetividade.

-Monix-

Vinte

Madonna
Emma Thompson
Marta Suplicy
Rosa Parks
George Sand
Rainha Vitória de Saxe-Coburgo
Rita Lee
Susan Sarandon
Leila Diniz
Amelia Earhart
Luz Del Fuego
Michelle Obama
Rigoberta Menchú
Marie Curie
Joana D’Arc
Princesa Diana de Gales
Princesa Grace de Mônaco
Cleópatra
Simone de Beauvoir

E, é claro,
Frida Kahlo

-Monix-

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