
Da série Corações
Helê
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Na semana passada, nós listamos os crimes do presidente em nossa newsletter (mentira que você não assina?!) e eu fiquei me perguntando se não deveria postar aqui também, para dar mais visibilidade às barbaridades que desse dementador. Acabei não fazendo por falta de tempo e ainda bem: hoje posso reproduzir aqui essa capa genial (graças ao sempre atento Márcio Maturana, que postou lá no tuinto). E mantenho o canto: Vem tribunal de Haia! Vem Tribunal de Haia!”*
Helê
*Vinheta/mantra do combativo e divertido podcast Medo e delírio em Brasília
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Da série Corações
Helê
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(uma descoberta de Claudio Luiz)
da série Corações – com o verso de Melodia, “no coração do Brasil”, como pano de fundo.
Helê
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Cartola e João Nogueira , Funarte
Eu vi essa foto pela primeira vez na memorável exposição O Rio do Samba, no MAR. Imediamente eu quis morar dentro dela, tão cheia de carinho e alegria.
Pixinguinha e Thiago de Mello. Coleção Pirelli Masp
Confessa, vai: se você pudesse, também não tascava uma bitoca na bochecha do Pixinguinha?
Louis Armstrong plays the trumpet while his wife sits listening with the Sphinx behind her, during a visit to the Pyramids at Giza in Egypt, 1961. (via fabforgottennobility)
O enquadramento, cenário, personagens, tudo funciona nessa foto que toca.
Helê
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Hoje lembrei daquela foto icônica de Pixinguinha sob uma árvore, numa cadeira de balanço, numa ambiente que em muito me lembra a casa de minha vó em Marechal Hermes. Em seguida, veio à mente imagem de Clementina de Jesus sentada sobre folhas, e pensei em Walter Firmo com saudade, carinho e alegria, como quando a gente escuta sem querer uma música que gosta muito mas não ouvia há tempos.
Atravessei o portal encantado do Google e vaguei bastante por essa internet de meu deus. Primeiro fui checar e Mestre Firmo taí firme e forte, aos 83 anos (louvado seja!). Fui ao mesmo tempo vendo e lembrando de imagens penduradas na minha memória de poucas paredes e muitas caixas: Cartola, Dona Ivone Lara (linda!), Quelé em muitas poses, sempre divindade; e muitas, muitas fotos dessa figura poética, mística e etérea que se chama povo brasileiro e só se materializa diante de quem consegue lhe dar os contornos e luzes que merece. Muita gente preta, acho que ninguém nos fotografou tanto e tão bem. Será que já reverenciamos Walter Firmo o tanto que ele merece? Porque eu me sinto em dívida; sei que ele tem sua cota na minha formação, especialmente no tocante à negritude – que me constitui, identifica e sustenta.
Como blogue serve (também) pra fazer as homenagens que a gente acha justas e necessárias, fiz esse post como reconhecimento e agradecimento ao grande fotógrafo Walter Firmo. Também um beijo escrito, ou a transcrição do beijo dado e recebido com igual prazer, na foto em que a geolocalização está toda descrita em luz, sombra e cor, sem necessidade de legenda alguma.
Precisei me obrigar a parar ou essa galeria seria ainda mais extensa. A beleza dessas imagens me leva a tantos lugares, no tempo e no espaço, no passado e no futuro, que é difícil parar de vê-las. Embora elas também contenham, pra mim, uma dose amarga de melancolia. Eu ando por demais desiludida com esse país, triste, sem esperança alguma e até com alguma raiva da minha incapacidade de perceber o tanto de feiura e violência de que também somos feitos. Não posso mais olhar para essas fotos e pensar ingenuamente que esse é “O Brasil que merece o Brasil” (título da última exposição de Firmo). Ou ver Caetano naquela live delicada e potente e pensar que há um caminho para o Brasil. Como se existisse um país da beleza e outro em que o ódio tem gabinete na capital. É tudo a mesma suposta nação, argamassa, pedra e cimento da mesma construção que já é ruína, como cantou precisamente o mesmo Caetano.
O professor Luiz Antônio Simas, sabidíssimo, que eu admiro e com quem aprendo, sempre disse, mesmo antes desta fratura exposta em vivemos neste inacreditável 2020, que detesta o Brasil (seu autoritarismo, conservadorismo, patentes e colonialismos) mas a ama a brasilidade (as festas, as frestas, a rua, os ritmos). Uma solução plausível, mas que ainda não me conforma, nem conforta. Há em mim uma fratura e um desacerto, um desassossego incômodo que precisarei apaziguar para olhar as fotos de Walter Firmo sem que o sorriso ameace virar lágrima.
Helê
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