Sonhador

Arte de natibassanesi

Da série Corações

Helê

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Bem-aventurades

(Arte da lauraberbert)

Helê

Quer que desenhe? Taí

Na semana passada, nós listamos os crimes do presidente em nossa newsletter (mentira que você não assina?!) e eu fiquei me perguntando se não deveria postar aqui também, para dar mais visibilidade às barbaridades que desse dementador. Acabei não fazendo por falta de tempo e ainda bem: hoje posso reproduzir aqui essa capa genial (graças ao sempre atento Márcio Maturana, que postou lá no tuinto). E mantenho o canto: Vem tribunal de Haia! Vem Tribunal de Haia!”*

Helê

*Vinheta/mantra do combativo e divertido podcast Medo e delírio em Brasília

Rompido

juliecampbellart

Da série Corações

Helê

Orgulhoso

Arte de Leo Mendes

Da série Corações

Helê

Quem mandou matar, quem matou?

Brasileiro

SENEGAMBIA Copy Rights by Exú Caveira 💀☠️.

(uma descoberta de Claudio Luiz)

 

da série Corações – com o verso de Melodia, “no coração do Brasil”, como pano de fundo.

Helê  

Música é afeto

Cartola e João Nogueira , Funarte

Eu vi essa foto pela primeira vez na memorável exposição O Rio do Samba, no MAR. Imediamente eu quis morar dentro dela, tão cheia de carinho e alegria. 

 

Pixinguinha e Thiago de Mello. Coleção Pirelli Masp

 

Confessa, vai: se você pudesse, também não tascava uma bitoca na bochecha do Pixinguinha?

 

Louis Armstrong plays the trumpet while his wife sits listening with the Sphinx behind her, during a visit to the Pyramids at Giza in Egypt, 1961. (via fabforgottennobility)

O enquadramento, cenário, personagens, tudo funciona nessa foto que toca.

Helê

Viva Walter Firmo ou saudades do Brasil

Hoje lembrei daquela foto icônica de Pixinguinha sob uma árvore, numa cadeira de balanço, numa ambiente que em muito me lembra a casa de minha vó em Marechal Hermes. Em seguida, veio à mente imagem de Clementina de Jesus sentada sobre folhas, e pensei em Walter Firmo com saudade, carinho e alegria, como quando a gente escuta sem querer uma música que gosta muito mas não ouvia há tempos.

Atravessei o portal encantado do Google e vaguei bastante por essa internet de meu deus. Primeiro fui checar e Mestre Firmo taí firme e forte, aos 83 anos (louvado seja!). Fui ao mesmo tempo vendo e lembrando de imagens penduradas na minha memória de poucas paredes e muitas caixas: Cartola, Dona Ivone Lara (linda!), Quelé em muitas poses, sempre divindade; e muitas, muitas fotos dessa figura poética, mística e etérea que se chama povo brasileiro e só se materializa diante de quem consegue lhe dar os contornos e luzes que merece. Muita gente preta, acho que ninguém nos fotografou tanto e tão bem. Será que já reverenciamos Walter Firmo o tanto que ele merece? Porque eu me sinto em dívida; sei que ele tem sua cota na minha formação, especialmente no tocante à negritude – que me constitui, identifica e sustenta.

 

Dona Neuma e Dona Zica; a foto do Pixinguinha que até de costas é incrível; Cartola e Nelson Cavaquinho; Madame Satã saindo do escuro; Ivone ainda sem ser dona; Jamelão; Cartola abraçado, Artur Bispo do Rosário; instantâneos do Brasil

Como blogue serve (também) pra fazer as homenagens que a gente acha justas e necessárias, fiz esse post como reconhecimento e agradecimento ao grande fotógrafo Walter Firmo. Também um beijo escrito, ou a transcrição do beijo dado e recebido com igual prazer, na foto em que a geolocalização está toda descrita em luz, sombra e cor, sem necessidade de legenda alguma.

Precisei me obrigar a parar ou essa galeria seria ainda mais extensa. A beleza dessas imagens me leva a tantos lugares, no tempo e no espaço, no passado e no futuro, que é difícil parar de vê-las. Embora elas também contenham, pra mim, uma dose amarga de melancolia. Eu ando por demais desiludida com esse país, triste, sem esperança alguma e até com alguma raiva da minha incapacidade de perceber o tanto de feiura e violência de que também somos feitos. Não posso mais olhar para essas fotos e pensar ingenuamente que esse é “O Brasil que merece o Brasil” (título da última exposição de Firmo). Ou ver Caetano naquela live delicada e potente e pensar que há um caminho para o Brasil. Como se existisse um país da beleza e outro em que o ódio tem gabinete na capital. É tudo a mesma suposta nação, argamassa, pedra e cimento da mesma construção que já é ruína, como cantou precisamente o mesmo Caetano.

O professor Luiz Antônio Simas, sabidíssimo, que eu admiro e com quem aprendo, sempre disse, mesmo antes desta fratura exposta em vivemos neste inacreditável 2020, que detesta o Brasil (seu autoritarismo, conservadorismo, patentes e colonialismos) mas a ama a brasilidade (as festas, as frestas, a rua, os ritmos). Uma solução plausível, mas que ainda não me conforma, nem conforta. Há em mim uma fratura e um desacerto, um desassossego incômodo que precisarei apaziguar para olhar as fotos de Walter Firmo sem que o sorriso ameace virar lágrima.

Helê

Estrelado

Da série Corações.

Helê

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