A Fal e o fim do Biscoito

Quando soube que o Idelber ia fechar o Biscoito, eu achei que tinha que fazer alguma coisa – protestar, queimar sutiã (ooii?!), mandar carta pro jornal, escrever um post (de todas as opções, a que possivelmente causaria menores danos). Afinal, é um marco, o fim de uma era ou qualquer coisa assim. Porque ele é, como acuradamente denominou a Fal, o Master Idelber, uma referência na blogosfera e fora dela – sabe que eu já citei o Biscoito Fino e a Massa numa entrevista de emprego? Mesmo não tendo conseguido a vaga, tenho certeza que a menção contou a meu favor.

Pois hoje quando o Claudio Luiz me mostrou o texto da Fal eu pensei “era isso que eu gostaria de ter dito.” Porque ela, mesmo compartilhando passagens extremamente pessoais, foi capaz, com o brilhantismo de sempre, de expressar a nossa relação com o blogue e seu autor. Não fosse ela, de uma maneira absolutamente diferente, mas igualmente importante e singularmente saborosa, também Master dessa bodega que ela ajudou a criar e consolidar e que ele chama de blogolândia.

Então leia a Ode ao Biscoito, mesmo que você nunca tenha dado nem uma mordidinha nele. Vale a pela pelo texto primoroso da Fal e pela homenagem ao Idelber, que com o Biscoito estabeleceu uma importante estação nesse universo paralelo no qual orbitamos. Mantendo a disciplina e a inquietação, deixa o posto para cuidar de outros afazeres e prazeres, corajoso e determinado que é. Eu lamento,  temo perder o contato, sinto não poder correr pra saber “o que o Idelber pensa disso”. Mas se tem uma coisa que maturidade ensina – nem que seja na porrada – é que a gente deve torcer para ver feliz quem a gente  gosta, mesmo que as escolhas nos afastem.

Beijo,  Fal, obrigada pelo texto e fica firme aí, heim? Alguém tem que fazer o trabalho sujo, hahahahaha! Pelo menos até a Nave-mãe chegar.

Beijo, Idelber; dá notícias, viu?

Helê

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A origem do meu feminismo – concurso de blogueiras

A Lola está organizando o concurso, que está agora na sua quarta etapa. Em cada uma delas os (e)leitores devem votar no post de sua preferência; os três mais votados de cada fase vão para a finalíssima, na próxima semana.

Nós estamos participando – embora, vergonhosamente, só agora tenhamos feito um post divulgando o concurso (shame on us!). Mas, fiéis a um de nossos mais caros valores, o “antes tarde que mais tarde ainda”, fica aqui nosso registro e a recomendação de que vocês conheçam as participantes e seus textos. Sempre vale a pena bater perna por novos blogues e conhecer outras palavras.

Duas Fridas

Blog day

Blog Day 2009 Este já é o 5º Blogday, portanto uma verdadeira tradição. :-) Minhas indicações este ano são “visuais”:

The Big Picture, que eu já indiquei aqui antes, fotojornalismo da melhor qualidade: realismo, denúncia, arte, humor, poesia até.

I can read – leitura diária que faz aumentar minha coleção virtual de imagens.  Mistura meu interesse amador por design e meu amor pelas palavras.

Artist blog – um nome singelo para um traço idem de uma ilustradora húngara (!).

Don’t touch my moleskine – também já foi citado aqui esse delicioso blog da Dani Arrais. Muitas belas imagens, grandes sacadas e conselhos imperdíveis.

Vladstudio – o russo Vlad coloca à disposição seus desenhos em formatos variados (papéis de parede, ícones, calendário), sempre com opções gratuitas. Adoro o humor de suas criações, quase sempre comum toque infantil.

Helê

Update da Monix (pois meu lema, como se sabe, é:  antes tarde que mais tarde ;-)):

Manual do Minotauro – Porque Laerte é, e sempre foi, indispensável.

Cinematório – As críticas de cinema são muito bem fundamentadas, mas o que mais gosto são as notas no final de cada texto, sintetizando o conceito do filme analisado.

3X30 – Descobri há pouco tempo este blog, que conta as aventuras e desventuras de uma solteira, um (des)casada e uma divorciada. Já estou ficando fã das moças.

Urbanamente – A Ana Paula não precisa de recomendação de ninguém, pois já começou por cima, no topo da cadeia alimentar da blogosfera. Mas se você é um dos poucos que ainda não descobriu as sacadas geniais dela sobre cidades e as pessoas que nelas habitam, o que está esperando?

Terapia Zero – O dia-a-dia da anna v. não é muito diferente do meu (e não à toa, pois descobrimos recentemente que somos vizinhas, ambas com filhos pequenos e trabalhadoras do Brasil). Só que ela conta de um jeito muito mais interesante.

E vocês, o que andam lendo?

Ainda em tempo, uma indicação em edição extraordinária, que quase a gente esquece: o novíssimo Sexismo na Política, comandado por um time de primeira linha, que inclui nossa querida Ângela F.

Outonais

Nesta semana li dois posts saborosos, com gostinho de  crônica. Daquele tipo que trata do cotidiano, das pequenas surpresas e aventuras que acontecem e não causam nenhuma revolução ou alteração no índice Dow Jones, mas são bons causos, gostosos de contar, agradáveis de ouvir. Chegam ao leitor como uma brisa aprazível, um carinho rápido mas sincero, e uma lembrança de que existe vida além dos horários, compromissos e afazeres. E também lembram de coisas e histórias que não custam nem rendem, mas por isso mesmo nos enriquecem: porque são da ordem da graça, tanto no sentido daquilo  que é ofertado quanto como dose moderada de humor. Delícia perceber que a blogosfera também nos oferece frescor, pausa e beleza, além de outras coisas igualmente necessárias, como informação, consciência e militância.

Curiosa? Intrigado? Pois conheçam o ouriçado convidado do Dia das Mães da Beth Salgueiro e a música “passageira” no mesmo ônibus que a Marina W. Textos breves, leves e luminosos como este belo outono carioca.

Helê

Abundância

Legenda que virou PS: A foto é pra compensar a b*nda do Hugh/House, que a gente é condescendente ma non troppo ;-)

Alex Castro, o síndico

Depois ele diz que não entende porque nós o chamamos de síndico da blogosfera. Diz pra mim se não poderia ter sido o Tim Maia a escrever um FAQ só pra malas?

Duas Fridas

RSS, feeds, agregadores ou que m*rda é essa

Quando mudamos do blogger pra cá pro uordipress nós dissemos que uma das razões era que aqui teríamos RSS. Na época, sem dominar o assunto a ponto de poder explicá-lo, nos limitamos a avisar que era importante pra quem sabia o que era e não mudava a vida dos que desconheciam – o que continua sendo verdade.

Eu demorei a entender esse trem, como dizem os mineiros. Mas como tive que explicar isso no trabalho tive que ir além: entender e explicar pros outros. Então vou tentar fazer o mesmo aqui, pedindo desde já que me corrijam no que eu errar.

Bom, vamolá: bem objetivamente, quando um blogue ou site tem RSS ele pode ser lido por um leitor (ou agregador) de RSS. E o que é isso, Céus? Um programa ou uma página que reúne seus sites preferidos e indica quando houve atualizações. Ao invés de ficar pulando de site em site, você vai lá no seu agregador e lê todos num lugar só.

Um site “por dentro” é uma sopa de letrinhas. Tudo o que vc está vendo aqui, lá nos bastidores é um amontoados de letra e códigos, e antes os programas e sites não conseguiam identificar o que era a forma e o conteúdo. Aqui no Duas Fridas, por exemplo, não dava pra saber o que é o nome e as Fridinhas, que estão sempre lá em cima, e o que é este post, que entrou no ar hoje. O RSS é um formato que permite saber na que houve alteração no conteúdo, ou seja, novos posts, no caso dos blogues.

Além do RSS há outros formatos como o Atom, e todos eles têm o nome genérico de feed. Por isso os programas são chamados leitores ou agragadores de feed. O que eu uso é o Google Reader. Então eu adiciono um site que visito sempre e quando entro lá aparece um em negrito aqueles em que há novidade (podem aparecer todos também, isso a gente configura). A lista de blogues/sites aparece de um lado da tela; quando escolho um aparece a atualização do outro lado.

Pra quem navega bastante pela internet os leitores de feed ajudam muito. Pra quem tem blogue acho uma necessidade, porque a tendência é que as pessoas usem cada vez mais, é um atalho nesse mar de informação.

Bom gente, e isso que eu sei, espero ter conseguido dar uma luz.

Helê

Falling for Fal

Bom, vocês já sabem porque, como diz o outro, só se fala em outra coisa: o lançamento do livro da Fal foi um acontecimento, desses que ocorrem poucas vezes, só mesmo quando Júpiter entra em conjunção com Vênus e Marte toma um porre com Saturno. Sim, choveu purpurina, mas também pingos de amor, como diz Paulo Diniz naquela canção antiga. Porque a Fal, disse alguém, é um entroncamento de gente bacana e do bem. A sonoridade da palavra não é boa, mas a imagem é eficiente porque Fal consegue fazer orbitar em volta de si pessoas as mais ímpares, mas que encontram nela uma referência e uma fonte de energia. Todos os caminhos levam à Fal, minha gente, e o evento de anteontem foi uma espécie de peregrinação, reunindo gente de várias partes do país, de várias galáxias do ciberespaço. O verdadeiro Baticum, só tô lhe contando que é pra lhe dar água na boca. Fomos todos a Meca e voltamos abastecidos, satisfeitos, pacificados.

Assim sendo, foi uma noite de encontros. Havia uma alegria quase táctil, intensa e simples: alegria por estar ali. A possibilidade de poder expressar ao vivo, a cores e em 3D o carinho que sentimos uns pelos outros deixou a todos nós radiantes, andando uns dedinhos acima do chão – claro que o vinho ajudou, mas não o culpem por tudo. Já se sabe que é possível estabelecer relações importantes e verdadeiras via internet, mas há sempre um déficit de aperto e chamego que, com o tempo, acumula-se perigosamente. O lançamento de “Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite” foi a oportunidade ansiada de abrir a porteira e promover farta distribuição bitocas, abraços, cheiros, olho-no-olho, lagriminhas danadas de felicidade. E quando alguém me pediu pra escrever algo pra Fal em meio àquela adorável balbúrdia, de supetão e sem parar pra pensar muito, recorri a ele – porque só McCartney salva –  e era muito apropriado lembrar que “And, in the end, the love you take/ Is equal to the love you make.” Take it all with you, Fal.

Eu e Ela

Eu e Ela

Atualização: mais fotos no Chatô das Fridas.

***

Pra mim foi assim como um fim de semana extra, fora de época. Não bastasse o acima descrito, eu ainda hospedei-me com a Renata e a Vera – esta que escapou por pouco de ser abduzida para o Rio e aqui ficar até que a Fal a resgatasse em outubro. Que ela era divertida, inteligente, amável e tantos outros etcs eu já sabia, mas e-mail e comentário não tem sotaque, e tudo isso com aquele jeitim mineiro de falar é demais da conta, gente!

Mas não é só isso: eu encontrei a Moniquinha e a Seal – porque conhecer eu já conhecia, né – revi a Giu, a Dani K, a Adri, a gloriosa Grazi e a Flá, que ganhou o troféu Mothern da noite, aparecendo lá depois da função de mãe (jantar, dever, escovar dentes, cama) e ainda foi pra prorrogação com a gente.

E tem mais: falei com o Zé, meu querido Zé, soube que ele está feliz e fiquei bem contenta. Falei também com o Giba, impagável como quando escreve, imitando o sotaque carioca e combinado umas brejas pra próxima vez (cervas, Giba, cervas!).

E, last but never least, chegando ao Rio eu fui ver Meu Rei. Venci uma preguiça sabotadora (que estou aprendendo a identificar) e me mandei pra livraria atrás de um autógrafo, uma foto e de sentir de novo aquele frio na barriga, as palavras saindo trôpegas e a felicidade de estar diante de alguém que eu admiro longa e fielmente. Foi o último pedaço de dois dias fantásticos, saboreado com vagar e prazer. E fui pra casa comme il faut: feliz feito pinto no lixo.

Ele e eu

Ele e eu

Helê

PS: E o Mengão de volta ao G4?! Formô.

Recado para la Otra

Monix: eu vi Nunca te vi, sempre te amei (84 Charing Cross Road ), comovi-me bastante e acho que há algum sentido em ter esperado 21anos para ver esse filme. Porque eu, como você, leio sinais, mesmo os ininteligíveis, e não consigo crer que tenha sido por acaso que logo você, minha sócia nesse escrever para fora e para outros, recebendo comentários e presentes de “desconhecidos” tão próximos quanto queridos… não, não pode ser coincidência que, de certa forma, você tenha me contado essa história. Talvez eu esteja viajando muitíssimo, mas encontrei similaridade entre aquela história e a nossa lida aqui. Pensei na cachaça que a Meg mandou pra mim, na bolsa que a Beth te deu, na canção que enviei certa vez para o Adriano, e tantas pessoas para quem demos e recebemos e sequer pudemos ver, mas que encontramos através das palavras e da disposição para o encontro, talvez a principal força motriz da blogosfera.

Obrigada, Só. Pelo conjunto da obra.

Helê

Das coisas legais de ter um blogue

* Fazer conexões entre amigos daqui e de acolá, como nas festas de aniversário em que se juntam diferentes turmas num só lugar, tendo você como o denominador comum. Assim: já aconteceu de falar pra Ana Paula :”Um leitor nosso, de São Paulo, o Giba…” E ela, reconhecendo: “Sei, o Giba, claro”. Ou falar pra Renata: “O meu amigo Chris, de Brasília”, e ela: “Sei, o flamenguista.”

* Quando lembram do que vc escreveu, mesmo muito tempo depois: na última viagem pra São Paulo, encontrei com o Zé, meu querido, Zé, no day after de uma bebedeira em família. Ou seja, naquela ressaca de dar dó no cerumano. Quando sentamos no restaurante, e eu escolhi o refrigerante, o Zé desencavou o mantra da ressaca: “coca cola light lemon coca cola light lemon coca cola light lemon”.

Helê

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