No dia da abertura da Copa do Mundo, indo para a casa de um amigo assistir o jogo do Brasil, torci o pé, rompi o ligamento do tornozelo (o diagnóstico é de lesão “grau 2”), e o resultado foi uma imobilização cuja consequência é uma licença médica que já entra na segunda semana. Repouso forçado é isso aí.
Sendo assim, em plena Copa das Copas estou eu trabalhando em home office e instalada na casa do namorado há quase dez dias. O filhote está de férias e botou pé na estrada (primeiro a colônia de férias, depois BH com o pai pra ver Copa do Mundo), e para não ficar sozinha em casa me aboletei por aqui.
Está sendo uma experiência interessante (para além das questões pessoais de morar junto, ainda que por tempo determinado e em circunstâncias especiais, com o moço que namoro há quase oito anos), essa de ficar confinada num momento em que todo mundo – e, digamos, todo O mundo – está nas ruas.
Mas o apartamento do namorado é em Copacabana – e Copacabana não engana.
Copacabana é a sede da Copa do Mundo. Eu que tenho visto o mundo pela janela (do apartamento ou do táxi, a caminho da fisioterapia), estou completamente absorvida pelos jovens moços que invadiram o bairro, a cidade, o país.
Aqui é uma rua pequena, ladeira de paralelepípedos, estreita, mas tem dois hostels. Já tivemos a onda dos argentinos, dos chilenos, teve um bando que falava uma língua estranha (teve jogo da Holanda aqui no Rio?), ontem foi uma turma de belgas e desde ontem à noite, incluindo esta manhã barulhenta, os chilenos voltaram. Ô povo animado!
A Fifa Fan Fest é aqui perto e eles chegam de noite alegríssimos, cantando e comemorando. E durante o dia são os grupos saindo para assistir o jogo. Às vezes ficam na calçada conversando e tomando cerveja. Uma festa bacana de ver.
Sempre compro briga com meus conterrâneos quando digo que os cariocas não são hospitaleiros – e as pessoas, de fato, não são; mas a cidade, com certeza, é.
E uma coisa que digo há anos é isso, que não sei explicar como, onde, nem por quê, mas o Rio realmente funciona bem em grandes eventos. No dia a dia é bem difícil morar aqui, mas se a proposta for produzir um show pra um milhão de pessoas na praia ou um carnaval na Rio Branco tudo sai às mil maravilhas. :)
Agora começou um corinho de “salve a seleção” aqui na rua. Acho que os brazucas moradores resolveram revidar.
Estar em Copa(cabana), mesmo que confinada no terceiro andar, numa rua sem movimento, nunca poderia ser sinônimo de perder o babado. Aqui, se a pessoa não vai até o babado, o babado vem até a pessoa.
Quer dizer, teve Copa, mesmo não tendo. Ou vice-versa.
-Monix-
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