*Oui, a Copa chegou ao fim, para meu pesar. Olhando daqui, agora, quatro anos parecem uma eternidade. Mas vai passar rápido à beça em alguns momentos; vai demorar demais em outros tantos. O tempo encolhe e estica de acordo com nosso prazer ou sofrimento – como vimos nas partidas dessa copa do mundo. Então, que chegue ligeiro 2022!
Guito Moreto/O Globo
*Pelo menos carnaval tem todo ano. #aquelas
*A derrota do Brasil foi o triunfo da coerência. Torci a favor, claro, gostaria de ganhar o título, mas ser campão não ia combinar com esse Brasil derrotado em que estamos vivendo já há tempo demais.
* Nessa copa, filhote esteve mais independente, fez as próprias programações e também esteve mais interessada no futebol em si, para além da seleção brasileira apenas. Vimos juntas nossos programas favoritos, especialmente o Fala Muito, do Lucas Gutierrez, e eu pude ensinar algumas coisas para ela, como o episódio da cabeçada do Zidane e quem é o Higuita, por exemplo. A cara dela vendo aquela defesa foi impagável!
https://www.instagram.com/p/BlQgKK4gv-F/?hl=pt-br&saved-by=helefrida
* Fiquei dividida nessa final: a Croácia era a inclinação natural porque a gente curte um underdog – eu e todo mundo na Tijuca, pelo menos. Acho os franceses demasiadamente blasés para futebol (para o que não são?). A manchete de um jornal deles depois da classificação para a final foi: “A França começa a sonhar”. E eu: “Mas só agora, depois da semifinal?! Nós já tamos sonhando com o hexa no Qatar!”
*E se a gente gosta mesmo é de histórias, mais que de futebol ou copa do mundo, a Croácia forneceu enredos, personagens e imagens excelentes. Ensinando a ter respeito e cuidado com quem a gente não conhece. Gente sensata e sabida feito o Simas avisa que não dá para entender a região dos Bálcãs com o binarismo que a internet gosta. E o time nos provou que talento e dedicação férrea podem levar mais longe do que esperamos, derrubando até os fotógrafos no caminho – que nem por isso deixam de cumprir seu dever. Depois de três prorrogações, pênaltis, vencer a semifinal num lance que parecia perdido, empatar a final depois de sofrer um gol, os croatas lembraram que desistir não é uma opção.
Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Getty Images
*Mas Les Bleus são um grupo de moleques interessante em vários sentidos e me conquistaram no jogo de ontem. Que, a propósito, foi uma final sensacional com diversos lances memoráveis, a começar pelo incomum placar de seis gols. Gol contra, pênalti com VAR, invasão de campo, frango bisonho, chuva torrencial, presidentes quebrando protocolos. Fora os memes, sempre eles. Foi pra deixar a gente com mais saudade ainda da Copa, sua linda.
Alexei Nikolsky/Sputnik/Pool/AP
Robert Cianflone – FIFA via Getty Images
*No fim, venceu o time com mais negros, e é maravilhoso voltar a vê-los protagonistas no futebol. Pogba, Mbappé, Umtiti, Kanté, Matuidi, Mandanda, Kimpembe, Dembélé, Tolisso, N’Zonzi, Sidibé: campeões franceses da Copa do Mundo 2018 na seleção Black, Blanc, Bleur. Para a conservadora França, uma seleção mais difícil de engolir que o Zagallo, mas que eles terão que amar.
Dylan Martinez/Reuters
*Foi a copa em que o assédio às mulheres foi considerado um comportamento socialmente condenável pela primeira vez pelos padrões gerais de civilidade. E se a força do feminismo não estava clara, ele literalmente entrou em campo na final. Golaço (mas o mundo precisa ficar de olho em como a Rússia vai tratar as manifestantes do Pussy Riots, que reivindicou a autoria do protesto).
*Aliás, dona Fifa precisaria rever seus conceitos a respeito da proibição de manifestações políticas nos jogos de futebol, porque, né, 2018, please! Só ela e aquele menino da Globo acreditam que é possível separar essas esferas.
Eu fico por aqui porque, assim como o carnaval, toda a copa um dia chega ao fim. Até a próxima!
No twitter alguém reescreveu o protocolo de quem pode tocar na Taça do Mundo:
- campeões mundiais,
- chefes de estado
- mainha
Yeo Moriba levanta a taça ao lado de Pogba e dos irmãos
Felipe Trueba /EPA
Helê
Update irresistível
GABRIEL BOUYS AFP
Cada país tem o Redentor que merece…
Filed under: Boleira |
[…] França campeã do mundo com os meninos pretos tudo […]
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[…] escrevi o post-retrospectiva da Copa, eu usei a expressão “Black, blanc, bleur” para falar da seleção francesa. Li na […]
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Hele, muito legal os shortcut! O todo é possível! Vc manda bem pra caramba! beijus! Jus!!!
Obrigada, amore; bom ver você por aqui.
Beijocas,
Helê
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Sim, sim. Foi bom, acabou; é pena. Em 14, não deu pra curtir por motivos de: melancolia. Mas, nesse ano, a velha paixão juvenil – me lembro sempre do nosso mestre gaúcho usando essa expressão numa crônica antiga, antiga, em Placar – pela Copa do Mundo ressurgiu, bem quando ninguém (em outras palavras, eu mesmo) dava mais nada por ela. No mais, grato pela referência. :)
Ô, Rubão, que bom te ver por aqui!
Sim, reencontrar amores juvenis tem um sabor todo especial…que bom que desta copa ficarão lembranças felizes.
Beijão procê,
Helê
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criei meu blog recentemente, se vc puder entrar para ler algumas coisas que eu posto e se possível dar um likezinho para ajudar a crescer, agradeço desde já.
Visitarei sim.
Abraço,
Helê
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“Carnaval tem todo ano ” kkkkk
Gostei muito do seu post, muito bem detalhado e com boas sacadas de humor
Obrigada; volte sempre – a casa é nossa! :-)
Aquele Abraço,
Helê
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