Diarice

Janeiro 31, 2007


No final do ano passado voltei pra terapia, como comentei aqui,em passant. Alias, terapiaS. Meu lema para este ano: ‘Ou cura ou interna!’.

Helê

Bonita camisa, Fernandinho?

Janeiro 31, 2007

Hoje vim trabalhar usando uma camiseta com a estampa de Iemanjá.
Fui almoçar com uns amigos do tempo da faculdade, e, na saída, meu amigo Fernando me disse que estou dois dias adiantada, porque a festa de Iemanjá é só na sexta-feira.
Aí eu comecei a explicar: pois é, nem me liguei, mas é que… E ele: era a primeira que estava na sua frente, né? E eu: Fernando, por quem me tomas? Claro que não, queridinho. É que eu escolhi primeiro a sandália (uma liiiinda que comprei da Reina Madre, vermelha e azul de bolas brancas), aí tinha que pegar uma saia que combinasse, que é vermelha também, aí pensei em botar uma camisa azul marinho pro cima, e aí precisava de uma camiseta que combinasse com tudo isso, entendeu? E ele: caramba, é por isso que eu não entendo as mulheres.
;-)

-Monix-

Apostas 2007

Janeiro 29, 2007

Biajoni lançou o desafio:
Em quem você aposta?
Eu: “Babel”, Scorsese, Leonardo DiCaprio, Eddie Murphy, Meryl Streep, “O Labirinto do Fauno”.

Eu já fui fissurada em “Bolão do Oscar”. Todo ano participava de um, e, embora nunca tenha ganhado, não fazia feio com meus palpites sobre o que agradaria à Academia. Mas nos últimos anos a imprevisibilidade da premiação tem sido cada vez maior, portanto não vou apostar minhas fichas em quem vai ganhar. Prefiro votar em quem eu acho que deveria ter seu nome retirado do envelope.

Filme: A lista de indicados de 2007 está uma miscelânea de azarões, cada um por um motivos diferente. Babel é um filmaço, mas tem um ritmo muito “cinema independente”. Nem entendi a indicação – se vencer vai ser uma enorme surpresa para mim (não que não ache merecido, só me espantaria). Os Infiltrados é um pouco mais “cinemão”, mas como o Scorcese não costuma emplacar vitórias com a Academia, acho que ele também pode ser considerado um azarão. Cartas de Iwo Jima é um filme falado em japonês dirigido pelo último grande caubói americano (um caubói sensível, mas ainda assim, um caubói), ou seja, uma incógnita. Estou louca para assistir A Rainha, porque, como você sabem, cultivo uma quedinha toda especial pela monarquia britânica. Tudo isso posto, minha torcida fica com Pequena Miss Sunshine, embora também considere um semi-azarão: sutilezas demais, tanto no humor quanto no drama.
Diretor: Eu votaria no Paul Greengrass, de Vôo 93, porque ele conseguiu fazer um filme de ficção sobre um fato real em ritmo de documentário, uma tarefa difícil e executada com muita competência.
Ator: Leonardo Di Caprio, claro. Como eu sempre digo: um dos melhores atores dessa geração.
Ator coadjuvante: Minha torcida é pelo Alan Arkin. Mas acho que o Eddie Murphy leva.
Atriz: Helen Mirren, que só pelas fotos já mostra a que veio no papel de rainha Elizabeth.
Atriz coadjuvante: Gostei muito do trabalho da Adriana Barraza em Babel. Mas se ela conseguir um Oscar com aquele papel, realmente Hollywood está de pernas pro ar.
Roteiro original: Páreo duríssimo. Os três concorrentes que vi (Babel, Pequena Miss Sunshine e O Labirinto do Fauno) são totalmente diferentes entre si, e todos eles têm roteiros interessantíssimos. Acho que torço pelo Labirinto, porque de todos é o mais criativo.

De resto, fico na torcida pela Verdade Inconveniente do Al Gore. Porque acho que é o tipo de filme que todo mundo tinha que assistir, e, querendo ou não, ganhar um Oscar dá muita visibilidade.

Segredo alheio

Janeiro 29, 2007

 

Tentei postar aqui, mas ia bagunçar o templeiti todo. Então coloqui lá no Dufas o segredo que mais chamou minha atenção esta semana no Post Secret.

Aproveita e vê a entrevista do pai da idéia, bem interessante.

Helê

Construção

Janeiro 29, 2007


Sábado fui visitar meu cunhado favorito, o Lau, que acaba de casar. Sabe casa de recém-casado? O armário foi entregue, mas não instalado; faltam um sofá e cadeiras; na tevê chuviscos, mesmo que o tempo esteja firme. Mas você repara é nas caixas de esperança espalhadas pela casa, planos feitos às dúzias, sacos de expectativas. Pequenos dissabores ao lado de galões de disposição; um caminhão de amor, dois pares de discordância, latas de companheirismo em todos os cômodos. Sei não, mas pelo que vi, vai ser uma casa bela, forte e acolhedora – os materiais estão todos lá.

E desde então, a Rádio Cabeça não pára de tocar O mundo anda tão complicado, of claro.

Sejam felizes.

Helê

Helenices & Julices

Janeiro 25, 2007


Cúmulo da ironia: a gente passa a adolescência e boa parte da juventude escapando dos pais pra transar, ok. Depois, quando os filhos são pequenos, a gente só conseguir dar umazinha em paz quando a mãe dorme em casa pra cuidar do bebê.

*
Deitada na cama eu abraço a Júlia completamente, em conchinha, e deliro em voz alta:
– Filha, cresce mais não, fica assim desse tamanho.
– Porque mãe? (Sempre eles, os porquês).
– Pra eu sempre te abraçar assim.
– Mas quando eu quecê você vai podê me abaçar assim tamém!
Eu sorrio e suspiro. Só não peço pra ela assinar porque ela ainda não sabe.

*
Da série escatologia m(p)aterna: o que é pior, ter que parar de almoçar pra ir ”limpar” a criança – que do banheiro berra pra todo prédio ouvir que acabou…
Ou
ensiná-la a fazer sozinha sua higiene e ela aparecer na sala, enquanto você almoça, com o papel higiênico na mão perguntando se já tá limpinho?

*
Férias. Nós duas no escritório, eu no computador, ela desenhando. O Gil cantando ”Eu preciso aprender a só ser”. Ela pergunta:
– Mãe, coração responde?
– Como assim, filha?
– Ele falou aí, ‘o coração respondêêê’…

Helê

Mãe é coisa séria

Janeiro 24, 2007

Outro dia me chamaram a atenção para um novo clichê que se cria em Hollywood (aliás, a fábrica internacional de clichês mais eficiente que se tem notícia em todos os tempos). Trata-se da mãe divorciada que se casa novamente. Em um número bastante significativo de filmes e seriados de TV, a mãe divorciada que se casa novamente está agora se relacionando com um homem muito bacana, que “cuida bem” dela e do filho, é trabalhador, geralmente bem sucedido, mas convenhamos, é um chato de galochas. Todo carinhoso e responsável, mas inofensivo. Como já dizia o filósofo Oswaldo Montenegro, todo chato é bonzinho.

Por outro lado, o pai da criança costuma ser um cara meio desorganizado, desregrado, mas ao mesmo tempo divertido, muito bem intencionado e super afetuoso tanto com o filho quanto com a ex-mulher.

O pior é que é verdade: no momento em que me dei conta da existência desse estereótipo, ele me pareceu altamente familiar. Comecei a imaginar os motivos de se estruturar a nova família americana, o novo american way of life, de maneira tão peculiar. Porque, se a gente pensar bem, o nosso pré-conceito, até pouco tempo atrás, era o oposto: quando um casal se separa, a expectativa da sociedade é que o homem estará casado, ou pelo menos namorando, em menos de 15 segundos, se não antes, e a mulher, coitada, ainda mais com um filho a tiracolo, irá amargar anos de solidão e solteirice, porque, afinal, “homem hoje em dia não está fácil, minha filha”, como diz uma tia solteirona imaginária (ou real) de (quase) todo mundo.

Aí depois de uns dias pensando e conversando com algumas amigas, finalmente entendi.
É que ao mesmo tempo em que o cinema não pode deixar de refletir a nova realidade de famílias multiparentais, o moralismo hollywoodiano tinha que encontrar uma solução para manter as mães sob controle. Apresentar as mães divorciadas refazendo suas vidas com homens totalmente desprovidos de graça, charme, apelo erótico, sei lá, sex appeal, é a maneira mais segura de garantir que não existe vida sexual após o sagrado matromônio. As mães podem até ter direito a um novo marido, mas beijo na boca y otras cositas más? Nem pensar.

***

Alguns filmes que ajudaram a criar e reforçar o clichê, em suas diferentes formas e apresentações (listados em ordem aleatória): Uma Babá Quase PerfeitaO MentirosoDe Volta Para CasaDo Que As Mulheres GostamTudo ou NadaObrigado Por FumarGuerra dos MundosEu Você e Todos NósFrankie e JohnnyMeu Papai É NoelTempo de Recomeçar, a série de TV Two and a Half Men e até uma propaganda de carros brasileira não muito recente. Alguém lembra de mais? São infindáveis exemplos.

Ajudaram a organizar minhas idéias a Silvia e a Mani.
Lembraram os nomes dos filmes a Vera, a Maria João, a Silvia, a Fal, a Flávia, o Nuno, a Luísa, a Mani, a Tati e a Dedéia.

-Monix-

Conversas supremas

Janeiro 24, 2007

– Eu passei um fim de semana de sexo quase adolescente com meu marido, aproveitando que as crianças não estavam…

– Pois eu aproveitei que meu marido não tava pra dormir sem calcinha. Ô, liberdade, menina! Porque pra ele bunda de fora é convite, pra mim é só calcinha apertada mesmo…
Helê

Quando envelhecer é um privilégio

Janeiro 21, 2007

Sugestão: leia ouvindo a trilha sonora Tempo I no Dufas Dial.

A bem da verdade sempre é, porque só não envelhece quem morre – e como diz Veríssimo Meu Rei, morrer é última coisa que eu quero que me aconteça. Mas somos catequizados insistentemente, diariamente para acreditar que envelhecer só nos traz melancolia, cabelos brancos, saudade, ‘ismos’ e ‘oses’ terríveis, só perda e desolação.

Ocorre que há prazeres únicos que só o tempo traz (ainda que esse tempo varie de um para outro). E em geral são ganhos preciosos e únicos, capazes de deixar a alma leve e o coração pleno. Tanto que nos fazem pensar que todas as desvantagens são irrelevantes, tarifas quase simbólicas. Eu, por exemplo, sinto que o tempo está a meu favor quando…

*…danço com meu sobrinho Danilo na festa de reveillon o funk engraçado e o samba sincopado; quando ele me manda um mp3 de um novo cantor (e eu gosto); quando empresto meus livros pra ele. A experiência de ver crescer uma pessoa e descobri-la assim, ‘gente fina, elegante e sincera’ (como sabiamente definiu Lulu), enche você de esperança e de orgulho (mesmo que você não tenha participação na criação do cidadão). Perceber vínculos e afinidades para além dos laços sanguíneos e das convenções sociais, sacar que aquela é uma pessoa interessante, querida e ainda por cima é da sua família – que sorte, heim?!

*… penso na Andréia e me dou conta dos nossos mais de vinte anos de amizade. A gente finge que não gosta de falar sobre números nem de fazer as contas, mas é só pra disfarçar o orgulho danado de encontrar e manter uma amizade por tanto tempo, crescendo, amadurecendo, sofrendo, aproveitando a vida juntas. Oh, sim, houve momentos de maior e menor proximidade, intensidade e dedicação – afinal, uma amizade é uma relação de amor e como tal está sujeita a desgastes. Por isso mesmo é tão reconfortante saber que o sentimento e a intimidade sobreviveram ao tempo, ou por outra, alimentaram-se dele para fazer de nós quem somos, e nos manter amigas.

*… meu amigo Marcelo nos contou que vai ser pai com empolgação de menino, a alegria exalando por todos os poros. Porque ele precisou de um certo tempo – nem muito nem pouco, apenas muito particular – para permitir-se essa espera, e agora está totalmente entregue. Ele era daqueles sem-filhos convictos, sabe como? Pois é, tanto que a minha reação natural seria sacaneá-lo, lógico – como fazem os amigos, especialmente os cariocas. E eu o teria feito, não fosse tão genuína a emoção dele com essa promessa de vida no coração.

*… olho pra minha filha, todos os dias (last but not least). Essa era a ”baba” da lista porque a experiência de ter filhos e observá-los crescendo, definido personalidade, desejos, jeitos é simplesmente fascinante. Na maior parte do tempo a gente está muito envolvido na função, decidindo, educando, reprimindo, estimulando, e centenas de outros gerúndios. Mas não são raros os momentos em que a gente se encontra no papel de observador, e assiste aquela pessoa formar-se, exibindo, às vezes, um matiz ou tom parecido com os seus; em outras vezes, nuances e sons totalmente inesperados, para nosso espantando deleite de acompanhar um mistério.

E você, em que ocasiões o tempo lhe sorri?

Helê
PS: Este post vai pro Marcelo, pro Danilo, pra Júlia e pra Andréia, claro, que eu amo e me ensinam a sorrir para o tempo e receber o bom e o bem que ele oferece.
Ah, e o samba vai pra Dorival Caymmi, João Gilberto e Caetano Veloso! Hahahahaha!

Janeiro 19, 2007

Coincidências fridísticas, vocês já sabem que rolam, né?
Pois é, essa foi a mais legal. Nóis no MSN. Sem combinar. Acreditem se quiserem.

Las Fridas Beijoqueiras