Eu ♥ leitora

2013-05-24-1273
Canal Saint Martin, eu & Tina; foto by Nina

Na verdade, acho que depois de Paris ela é mais que uma leitora, porque nossa sintonia foi intensa e ela rapidamente entrou no seleto rol das pessoas-que-são-ainda-mais-legais-ao-vivo-que pela-internet. Tina Lopes foi a cicerone perfeita, aquela que dá dicas e espaço na proporção exata, e deixa de ser uma referência útil para virar um motivo a mais para querer estar numa cidade. Você pode acompanhar a jornada dela na Cidade Luz no bem escrito e bacanéerimo La Vie en Close – onde irei com mais frequência, agora pra saber da minha amiga.

Obrigada, por tudo, Tina; beijos para todos do Clã Lopes.

Helê

Nove

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Foi ontem, mas uma estava em trânsito, la Otra transitava pelas não poucas questões cotidianas e quase que a gente deixa passar: 9 anos de Dufas!!!

Quem quiser comemorar, ao vivo, a cores e em 3D tem que começar deixando comentários: é o primeiro passo…:-)

Parabéns para nós! \o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/\o/
As Duas Fridas

A Paris

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(Wanderlust)

Hele

Maternidade

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 (Seuls les meilleurs)
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(Black Art Depot)
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(Do quadro Parenting)
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(Jorurney to Naturalness)
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(A well traveled woman)
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(Dark Matter)

Helê

La question qui se pose

Comme la Gargouille de Notre Dame, je me demande: avons-nous des lecteurs à Paris?

Si oui, s’il vous plaît présentez-vous dans les commentaires.

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(Do quadro  Paris, França, do meu Pinterest)

(Se houver eles lerão em português, eu sei. Mas tudo dito em francês é mais charmoso, n’est pas? ;-) )

Helê

Juju & Brown

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Já contei aqui que a cria alterna momentos de surpreendente maturidade com outros da mais absoluta ingenuidade infantil. Esta semana aconteceu de novo, na mesma conversa.

Estava eu zapeando pela tv quando me deparo com o interessante documentário “A noite em que James Brown salvou Boston“.  A dimenor dá uma olhada e vê Mr. Dynamite cantando “It’s a man’s world’ – canção que ela conheceu interpretada por uma adolescente grávida, num episódio de Glee.  Admirada, ela aprova, do alto dos seus 10 anos: “Puxa, ele é homem e está cantando ‘It’s man’s world? Que exemplo, heim!”

***

lindaCorta. Cenas de saques, incêndios, prisões. Djubs quer entender o porquê de tudo aquilo; digo que as pessoas se revoltaram com o assassinato de Martin Luther King. Explico em linha gerais quem foi ele, porque a pequena pessoa estava achando muita confusão para a morte de uma única pessoa – mesmo sendo horrível qualquer pessoa morrer, bien entendu. Quando enfim compreende a importância do reverendo, imediatamente pergunta: “Foi por causa dele que criaram o Burger King”?

Helê

(Ilustra de James  via Pinterest;

fota do  thebrownbutter.tumblr.com)

Brincar de viver

Um amigo, pai de uma menina,  me disse certa vez , meio brincando, meio sério, que a habilidade das mulheres para os relacionamentos era moldada na infância. Ele comentava, entre fascinado e intrigado, que a questão não é que elas brincam com  bonecas, mas como: elas e as  bonecas conversam, discutem, ficam de mal, de bem, viajam, visitam, recebem amigos, enfim; elas brincam de se relacionar. Já os meninos, coitados – segundo meu amigo – brincam de lutar e correr, um espectro, digamos, mais limitado. O que explicaria, ao menos em parte, a falta de traquejo emocional dos homens.  Eu me lembrei dessa conversa descompromissada, acontecida anos atrás,  vendo essas divertidas fotos.

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(Repinado de Smiles & Laughter Spreading por Sami Sue)

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(Pinado originalmente por Alireza ♥ Borzui em ♥ Angels)

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(Pinado originalmente por Beverly Hooks em photos i like)

Helê

Carro da discórdia

8h30 da manhã. O vagão do Metrô, vazio. As mulheres se acomodam nos bancos laterais, e ainda assim sobram lugares. O meio do vagão permanece completamente desocupado.

Alguns homens distraídos entram no vagão e o segurança do Metrô informa: tem que sair, neste horário o carro é exclusivo para as mulheres.

Um deles está visivelmente irritado. Alto. Mais de 50, menos de 60 anos. Atravessa o vagão, contrariado, e bate a cabeça na alça que pende do teto da composição. O trem é novo, modelo moderno, por isso ele consegue mudar de vagão sem precisar sair para a plataforma.

As portas se fecham, e dez segundos depois o homem está de volta. Senta-se em um dos muitos bancos vazios, de braços cruzados e cara fechada. Nenhuma das mulheres parece se importar muito.

***

Essa historinha verídica, que aconteceu ontem de manhã, ilustra bem o desconforto causado por uma lei estadual absurda, como já foi muito bem explicado aqui pela Helê.

O carro das mulheres faria sentido, se é que poderia fazer algum, em um metrô superlotado, com vagões separados, cenário em que abusos podem ocorrer – e ainda ocorrem, muito, sem que ninguém fique sabendo, sem que os agressores sejam punidos, sem que as vítimas sejam ouvidas.

Mas em um trem completamente vazio, em que os vagões se comunicam internamente, qual é o sentido de se manter o confinamento das mulheres em um vagão exclusivo? Se não tinha cabimento antes, agora menos ainda.

O segurança do Metrô está apenas fiscalizando o cumprimento de uma lei. Não vejo nada de errado nisso. Errada está a lei, que foi criada sob falsas premissas e portanto obviamente apresenta uma solução completamente equivocada.

***

O que nos leva à questão da representação feminina na política. Precisamos de mulheres legislando sobre as questões que impactam outras mulheres. Não basta ter uma presidenta, é preciso ter bancadas femininas representativas. Não adianta ter parlamentares bem intencionados, ou veremos eternamente os tiros saindo pela culatra: ao invés de conscientizar os agressores e protegermos as vítimas, teremos sempre, somente, cada vez mais, homens emburrados porque são impedidos de entrar em um vagão – sem que nenhuma lógica sustente essa proibição.

-Monix-