Metades

Tenho 41 anos. Numa hipótese otimista, devo estar mais ou menos na metade da minha vida.

Trabalho há 20 anos. Possivelmente, na metade da minha vida profissional.

Meu filho está completando 9 anos. Mais outros 9 e acho que posso considerar minha missão cumprida, né?

So far, so good. Posso considerar que meu copo está “meio cheio”.

-Monix-

 

Cores

Green Door, focal dilema

Helê

Bom finde!

(Do excelente À Gerência)

Helê

De volta para o futuro

Helê diz: Já pensou se acaba a luz e a gente perde toda a informação acumulada nos servidores, computadores e HDs externos? Pra onde vai tudo isso? Ou a gente arruma outro jeito qualquer de obter energia alternativa – usando, sei lá, um módulo energia solar em cada casa – ou viveremos com medo do day after. Que não vai ser amanhecer pós-bomba atômica, mas sim um apagão geral, que desligará o Google e apagará todas as fotos dos últimos 10 anos da nossa vida.

Monix diz: Nem brinca. Eu já entrei numa viagem parecida com essa: já pensou como vão trabalhar os arqueólogos do futuro? Com esse monte de tecnologias obsoletas se acumulando? Todos os registros da vida cotidiana nos séculos XX e XXI perdidos por falta de equipamentos que permitam sua visualização. Os anos 60 perdidos em Super 8, os anos 80 perdidos em VHS e os anos 00 perdidos em memory cards, mas, no fim das contas, tudo perdido.

Helê diz: Você falou isso aí e me ocorreu que o arqueólogo do futuro vai olhar para coisas de 30, 50 anos atrás, se muito. No futuro, o passado vai ficar mais perto, entende? E por conta do que você falou, vai surgir um técnico que vai ter que reinventar o obsoleto para ler o passado. Por exemplo: o cara até encontra uma VHS mas, para ler, vai ter que recriar o vídeo cassete para poder acessar – veja você, nem era esse o verbo que usávamos!

Monix diz: Pois então, tudo isso porque somos excessivamente dependentes da tecnologia. Mas fico pensando: quem garante que nunca houve outras formas de armazenamento virtual das informações? Sei lá, tipo, como saber se os maias não tinham lá um DVD pré-colombiano e a gente é que nunca conseguiu decodificar? Vai que algum disco de cerâmica daqueles era na verdade um cartão de armazenamento e nós só não temos o aparelho para visualizar o que tem lá dentro? Vai ver tem fotos, filmes, áudios… tudo perdido para nós do futuro. Que viagem! Adoro.

Helê: Uau. Aos invés de “Eram deuses os astronautas?”, “Eram nerds os astecas?” Huhahuahuhauhauhauha!

Update: A trilha sonora deste post é Futuros Amantes,  por supuesto.

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Duas Fridas
Este é um post patrocinado. 

Cidades (re)vistas

Eu tenho uma sócia sensacional, que além de tocar o blogue praticamente sozinha enquanto eu tento equilibrar vários malabares no ar (muito estudo, muito trabalho e outras coisinhas mais), ainda me pauta, numa tentativa desesperada de me manter por aqui. A última que ela mandou foi essa blogagem coletiva sobre cidades do mundo, que realmente é a minha cara.

A proposta é responder a duas perguntas aparentemente simples: quais são as cidades que, uma vez visitadas, não pedem uma segunda visita? E quais são aquelas para onde poderia voltar inúmeras vezes sem cansar? Por uma estranha coincidência, as três cidades que pensei de imediato ficam nos Estados Unidos. Eu adoro viajar para lá, embora não seja exatamente uma americanófila. Gostaria de ter diversificado um pouco mais, especialmente se fosse para incluir cidades brasileiras. Mas essas foram as que me vieram à cabeça, e acho que o legal da brincadeira também é um pouco mostrar essa resposta debate-pronto. Sendo assim, conheçam minhas cidades…

1) Vi-tá-visto

Las Vegas. Nunca tive desejo de conhecer Vegas, achava que era um destino para quem gosta de jogar, o que não é meu caso. Mas por uma série de circunstâncias acabei sendo convencida a incluir no meu roteiro de férias do ano passado, e quando comecei a “estudar” a cidade me entusiasmei muito. Vegas vale muito a pena para todo tipo de viajantes, pois embora o jogo seja uma presença inescapável em todo lugar que se vá (desde a sala de desembarque do aeroporto já vemos caça-níqueis), há atrações de todos os tipos: espetáculos de primeira linha, mini-zoológicos, esportes de aventura, todo tipo de lojas, spas, restaurantes de todos os níveis e preços, enfim, o que você pensar, provavelmente Vegas tem. E também algumas coisas que ninguém jamais pensaria, como por exemplo a Freemont Street Experience, que não dá nem para descrever, só mesmo indo lá para entender.

Mas, com tudo isso, é uma cidade que não me chama de volta. Adorei ter conhecido, recomendo muito a visita, mudei mesmo minha opinião preconcebida e acho que valeu super a pena ter ido para lá. E é isso. Vi, tá vista.

2) Voltaria sempre 

Nova York. Bem, é claro que com essa perdi a chance de ganhar qualquer troféu de originalidade turística. Provavelmente Nova York constaria em 9 entre 10 listas desse tipo. A questão é que a cidade tem mesmo muitas coisas para se fazer, e por mais que a gente veja as atrações, mais coisas novas surgirão para serem vistas. Já fiz muitas coisas legais em Nova York: andei no Central Park, visitei o MoMA antes e depois da reforma, subi no World Trade Center (um ano antes do atentado), no Empire State Building e no Rockefeller Center, andei de ônibus, de metrô e a pé, muito. Já fiquei em hotel grandão e em pensão pequenininha. Tive surtos consumistas na Macy’s, na Conway, na Best Buy e nas lojinhas de Chinatown. Vi musicais sensacionais na Broadway e o especial de Natal do Radio City Music Hall. Comi a comida ruim do Sbarro’s, os cachorros-quentes dos ambulantes e os bolinhos da Starbuck’s. Encontrei por acaso uma amiga em plena Times Square, duas horas antes do que tínhamos combinado, desafiando totalmente qualquer lei das probabilidades. Vi um jogo de hockey no Madison Square Garden e atravessei o Harlem inteiro para conhecer um pedacinho da Idade Média perdido no extremo norte da ilha. Enfim, muitas coisas já vi e conheci. E mesmo assim continuo com a sensação de que há tanto ainda por ver.

Washington. Não é bem que eu voltaria sempre, mas sinto que ainda tenho um assuntos não resolvidos com a cidade. Passei pouquíssimo tempo lá (dois dias e meio) e consegui apenas ter uma amostra de tudo o que há para se fazer. Washington tem uma quantidade impressionante de museus, a maioria deles gratuitos, e gostaria muito de ter outra oportunidade de conhecê-los. Só o museu aeroespacial já vale uma passada pela cidade, mas há muitos outros. Além de ser o centro de poder mais relevante do mundo, Washington é também uma cidade universitária, e uma visita à cidade tem que incluir um roteirinho por Georgetown para ser completa, por exemplo. Passei muito rapidamente pelo campus mas sinto que faltou muito para ser visto. A conferir.

 

-Monix-

 

 

Amy Frida

 

(Source: alliwantisbetterthanyou, via gcholant)

“Tudo o que eu quero é falar da tristeza que é, numa tarde de sábado, saber que toda aquela porção de doçura e beleza precária que é Amy Winehouse deixou de existir.

A nightingale no longer singing, o post que eu gostaria de ter escrito sobre a morte da Amy.

Helê

No. No. No.

 

“I cheated myself
Like I knew I would”

Helê

Final feliz

(via Alegria do dia)

Laerte, genial.

Helê

Arte urbana

Obey installations in Cincinatti (via wishflowers)

Helê

Monstro de olhos verdes

Sobre toda estrada, sobre toda sala

Paira, monstruosa, a sombra do ciúme

Caetano Veloso

Muitas vezes ouvi de amigas: “mas como você consegue não sentir ciúmes?” E explico: mas quem disse que não sinto ciúmes? Sou humana, ora pois. Só que aprendi (aliás, estou aprendendo, certas tarefas nunca são encerradas) a compreender o ciúme como um problema meu, e não do casal. Perceber desta forma muda tudo. Eu preciso lidar com o sentimento, e não nós.

Qual é a diferença, direis? Acontece que quando a pessoa A sente ciúmes da pessoa B por causa da pessoa C, o relacionamento entre A e B traz para dentro de si C. E isso não é algo muito inteligente a se fazer. Mesmo que não sinta nada por C, o estrago já está feito. A e B irão jantar fora, num lugar bacana, e a sombra de C estará sentada à mesa junto com eles. Viajarão e levarão C na bagagem. E por aí vai.

Claro que esta é uma racionalização e ninguém controla os próprios sentimentos – aliás, ninguém em sã consciência defenderia isso: faz mal, dá azia, dor de cabeça e até câncer. Mas podemos, sim, tentar lidar com nossos sentimentos em vez de nos tornarmos escravos deles. Esse negócio de “minha vida é um livro aberto”, “amor, no que você está pensando agora?” só atrapalha a vida afetiva das pessoas. Um pouco de sombra não faz mal a ninguém.

Tive a felicidade de me relacionar com quem também não acredita no ciúme como demonstração de amor. Sei que em muitos relacionamentos esse jogo é essencial para provar a importância que se dá ao outro. Comigo não funcionaria, detesto me sentir cobrada ou injustiçada. Quero confiar e ser digna de confiança, respeitar e ter meus sentimentos respeitados, como todo mundo. Mas tenho um caráter meio independente, não quero abrir mão de ir a lugares que minha cara-metade não curte, ou, pior, ter que ir a lugares que não quero só pela obrigação de acompanhá-lo. Como diria Edgard Scandurra, eu sou eu e você é você. E isso é o que mais me agrada.

-Monix-