Eu, a libriana indecisa, estou pensando em ídolos desde o post da sócia, sem chegar a uma conclusão definitiva. Então, sublinhando que não são únicos, mas pra não perder o bonde, seguem dois: Amyr Klink e Leila Diniz.
Ele eu admiro porque encarna o espírito dos primeiros desbravadores, gente com coragem de ir ao encontro do desconhecido e, sobretudo, capaz de mergulhar em suas próprias profundezas e abismos. Como muitos que primeiro são chamados de loucos e depois absolvidos, e classificados como determinados, Amyr fez coisas inimagináveis, como atravessar o Atlântico a remo (numa época sem GPS e outras traquitanas, é bom lembrar). Por quê? Porque estava lá – como justificou outro louco histórico, Edmund Hillary, que junto com Tenzyng Norgay, escalou o Everest pela primeira vez.

Ela porque fez a revolução mais difícil e talvez a mais importante, a revolução amorosa-sexual, e recusou terminantemente todos os escaninhos nos quais tentaram classificá-la. Leila Diniz não discursava, não fazia assembléia nem comício, mas apesar, ou talvez por isso, foi das pessoas mais revolucionárias, porque ela era a revolução. Fazia isso com naturalidade, sem a intenção de ser diferente, mas sendo e ensinando a ser. Nos ensinou a questionar padrões com uma tulipa de chope na mão; a ser feminina e falar palavrão, e pra não perder a rima, não ter vergonha de mostrar o barrigão. Mostrou que é possível (e preciso) ser alegre sem culpa. Isso pra mim é fundamental: ela levou a vida com uma alegria genuína e um bom-humor escrachado, ensinando ainda outra lição fundamental, que o Vinícius resumiu bem:
“É melhor ser alegre que ser triste/
alegria é a melhor coisa que existe/
ela é como uma luz no coração” .

Helê
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